Hoje, neste Domingo dedicado ao
Dia dos Pais, iniciamos também a “Semana da Família”. É uma semana
que a Igreja, aqui no Brasil, convida todas as comunidades cristãs a refletir
sobre a vocação da família dentro da sociedade. O tema da Semana da Família
deste ano é: “Família, uma luz para a vida em sociedade”.
Facilmente se intui, pelo tema, que a sociedade vive num processo de
escurecimento e que a família é a chamada a iluminar a vida social com uma luz
nova que, para nós, é a luz do Evangelho. A 1ª leitura relata a fuga de Elias
porque estava sendo ameaçado de morte. Fugir da morte, fugir para salvar a
vida. O Evangelho relata o medo dos Apóstolos ao verem Jesus caminhando sobre
as águas, na escuridão da noite, e, igualmente, o medo de Pedro de afundar nas
águas do lago. Medo e escuridão. O medo produz fugas e afundamento.
Mesmo
que seja justo para Elias fugir para salvar a vida, Deus não o quer escondido
numa caverna, mas o quer no meio da sociedade, acendendo a sua luz divina para
iluminar a sociedade. Deus não quer que nossas famílias transformem suas casas
em cavernas, para esconder famílias com medo da sociedade. Ao contrário, quer
que as famílias vivam no meio da sociedade para iluminá-la com a luz do
Evangelho. A família cristã não se acovarda e nem foge por medo, mas sai para
viver no meio da sociedade, iluminando-a com a luz do Evangelho. Tem ainda o
susto dos Apóstolos, num lago em tempestade; o medo de afundar nas águas
turbulentas da tempestade, da parte de Pedro. Mesmo que seja natural
assustar-se diante da tempestade da corrupção, das drogas, de alcoolismo, de perversidade,
de violência... não se pode viver assustado com tudo isso. É preciso sair de
casa e acender uma nova luz na sociedade. Esta é a vocação da família cristã
nestes tempos tão turbulentos que vivemos.
Seria
imprudente, da minha parte, se eu sugerisse que nossas famílias saíssem de
qualquer jeito de suas casas para a escuridão da sociedade. Antes de fazer
isso, é preciso que a família acenda a luz divina em suas vidas. Esta luz não
se acende com trovoadas, tempestades e gritos dentro de casa, como foi a
experiência de Elias, mas se acende com a alegria de viver em paz, na família.
Como Elias, encontramos Deus na brisa suave da conversa, do desculpar as
ofensas, do perdão, da ajuda mútua que dentro de casa um oferece ao outro. Mas,
quando as tempestades aparecerem, quando o susto tomar conta do barco de nossas
casas, como aconteceu com os Apóstolos, então é preciso ouvir e crer na Palavra
de Jesus: “não tenham medo, sou eu”. É assim que, diferentemente de
Pedro, andaremos sobre águas turbulentas e não afundaremos porque nossa fé é
firme. Fortalecidos com a paz e com a fé nossas famílias poderão acender a luz
do Evangelho no meio da sociedade. Amém!