Teve início com o dia dos
pais, a Semana Nacional da Família, de 13 a 19 de agosto. O tema deste ano é “Família,
uma luz para vida em sociedade”. Se houver uma verdadeira renovação da família,
célula da sociedade, todo o corpo social se renovará. É lá que tudo começa. Ali
é o lugar do cultivo dos valores humanos e cristãos. Ali se aprendem o
respeito, a mútua convivência, a fraternidade, o senso de hierarquia, a
responsabilidade pelos próprios atos, o correto uso da liberdade, a disciplina,
o amor, que se refletirão na vida em sociedade.
A Igreja sempre deu enorme
importância à família, tratando-a como “Igreja doméstica e santuário da vida”,
porque ambas nos transmitem a Fé: “tal como uma mãe ensina os seus filhos a
falar e, dessa forma, a compreender e a comunicar, a Igreja, nossa Mãe,
ensina-nos a linguagem da fé, para nos introduzir na inteligência e na vida da
fé” (C.I.C. n.171).
“A família é a base da
sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que
os guiarão durante toda a vida”, dizia São João Paulo II. O Papa Bento
XVI, no Encontro Mundial das Famílias, em Valência, Espanha, afirmou que “esta
é uma instituição insubstituível segundo os planos de Deus e cujo valor
fundamental a Igreja não pode deixar de anunciar e promover, para que seja
vivido sempre com sentido de responsabilidade e alegria”.
Naquele memorável encontro
mundial das famílias, refletiu-se no tema “a transmissão da Fé na família”.
“Nenhum homem se deu o ser a si mesmo nem adquiriu sozinho os conhecimentos
elementares da vida. Todos recebemos de outros a vida e as verdades básicas
para ela, e estamos chamados a alcançar a perfeição em relação e comunhão
amorosa com os demais. A família, fundada no matrimônio indissolúvel entre um
homem e uma mulher, expressa esta dimensão relacional, filial e comunitária, e
é o âmbito no qual o homem pode nascer com dignidade, crescer e desenvolver-se
de maneira integral”. E o Papa emérito corroborava seu ensinamento com os
exemplos bíblicos de Ester e de São Paulo: “Ester confessa: ‘No seio da
família, ouvi desde criança, Senhor, escolheste Israel entre todos os povos’
(4, 16). Paulo segue a tradição dos seus antepassados judeus prestando culto a
Deus com consciência pura. Louva a fé sincera de Timóteo e recorda-lhe: ‘a tua
fé, que se encontrava já na tua avó, Loide, e na tua mãe Eunice e que, estou
seguro, se encontre também em ti’ (2 Tm 1, 5). Nestes testemunhos
bíblicos a família compreende não só pais e filhos, mas também avós e
antepassados. Assim, a família se nos apresenta como uma comunidade de gerações
e garantia de um patrimônio de tradições”.
E o
Papa Francisco nos recorda o quanto “é importante que os pais cultivem as
práticas comuns de fé na família, que acompanhem o amadurecimento da fé dos
filhos” (Carta Enc. Lumem Fidei, 53). E nos ensinou a rezar assim: “Sagrada
Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares
de comunhão e cenáculos de oração, escolas
autênticas do Evangelho e pequenas
Igrejas domésticas”.
Dom Fernando Arêas Rifan*
*Bispo da Administração
Apostólica Pessoal São João Maria Vianney