sábado, outubro 03, 2020

MÁRTIRES DE CUNHAÚ E URUAÇU

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Santo André de Soveral       Santo André de Soveral




MÁRTIRES DE CUNHAÚ E URUAÇU

3 de outubro de 2020

 

 

Paróquia São Conrado









Santos Mártires de Cunhaú e Uruaçu ou Protomártires do Brasil é o título dado pela Igreja Católica aos trinta católicos martirizados no interior da capitania do Rio Grande — cujo território daria origem à província do Rio Grande do Norte e posteriormente ao estado do Rio Grande do Norte. Foram vitimas de dois morticínios, ambos no ano de 1645, no contexto das invasões holandesas no Brasil. O primeiro massacre ocorreu na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho de Cunhaú, município de Canguaretama; o segundo foi na comunidade de Uruaçu, no município de São Gonçalo do Amarante.

 

São vinte e cinco santos e cinco santas. Foram beatificados pelo Papa João Paulo II em 5 de março de 2000. No dia 23 de março de 2017 o Papa Francisco autorizou a canonização dos trinta mártires do Rio Grande do Norte. A canonização ocorreu em uma cerimônia no Vaticano, em 15 de outubro de 2017.

 

O primeiro engenho construído na capitania do Rio Grande foi palco de uma disputa territorial e religiosa envolvendo colonos portugueses, holandeses e nativos (indígenas Janduís), uma das mais trágicas disputas da história do Brasil. No ano de 1645, a capitania era dominada pelos holandeses.

 

Jacob Rabbi, um judeu alemão que lá chegou por meio de um convite holandês, casou-se com uma indígena e morou junto da tribo dos Janduís, seguindo os costumes dos nativos. Chegou ao engenho em 15 de julho de 1645, mas já era conhecido pelos moradores, pois havia passado por lá anteriormente, sempre escoltado pelas tropas dos índios Tapuias e Janduís. Nesse dia, veio com mais violência. Além dos Tapuias, trazia alguns potiguares e soldados holandeses. Era domingo, dia 16 de julho de 1645 e, como de costume, os fiéis reuniram-se para celebrar a Eucaristia. Foram à missa na igreja de Nossa Senhora das Candeias, mas Jacob Rabbi havia fixado um edital na porta da igreja: após a missa, haveria ordens do governo holandês. O pároco, padre André de Soveral, responsável pela catequização e disseminação da religiosidade europeia, começa a celebração e, depois do momento da elevação do Corpo e Sangue de Cristo, as portas da capela foram fechadas: deu-se início a vingança dos nativos contra os invasores coloniais e clérigos que celebravam a missa. Ao verem que seriam mortos pelas tropas, os colonos pediram misericórdia a Jesus "entre mortais ânsias, confessaram-se ao sumo sacerdote pelo perdão por suas culpas", enquanto o padre André estava tendo o seu coração arrancado do peito pelo jaguar da floresta".

 

Em 3 de Outubro de 1645, três meses depois do massacre de Cunhaú, aconteceu outro, desta vez na comunidade de Uruaçu, este também a mando de Jacob Rabbi.

 

Logo após o primeiro massacre, o medo se espalhou por aquela e por outras capitanias. A população ficou receosa, pois tinha medo de novos ataques. No massacre de 3 de outubro, foram cenas idênticas, no entanto com mais crueldade. Depois da Eucaristia, fecharam as portas da igreja e os mataram ferozmente, arrancaram suas línguas para não proferirem orações católicas, braços e pernas foram decepados, crianças foram partidas ao meio, e grande parte dos corpos foi degolada. O celebrante, padre Ambrósio Francisco Ferro, mesmo vivo, foi muito torturado. O camponês Mateus Moreira, mesmo arrancado seu coração, exclamou: "Louvado seja o Santíssimo Sacramento", e por esse motivo, ele é patrono dos ministros extraordinários da comunhão no Brasil.

 

 

Mortos em Cunhaú em 16 de julho de 1645

 

Padre André de Soveral

Domingos Carvalho

 

 

Mortos em Uruaçu em 3 de outubro de 1645

 

Padre Ambrósio Francisco Ferro

Mateus Moreira

Antônio Vilela e sua filha

José do Porto

Francisco de Bastos

Diogo Pereira

João Lostão Navarro

Antônio Vilela Cid

Estêvão Machado de Miranda e duas filhas

Vicente de Souza Pereira

Francisco Mendes Pereira

João da Silveira

Simão Correia

Antônio Baracho

João Martins e sete companheiros

Manuel Rodrigues Moura e sua esposa

uma filha de Francisco Dias