Neste
Dia de Finados, em que a Igreja recorda o fiéis já falecidos, o Papa Leão XIV
encorajou os peregrinos presentes na Praça São Pedro para a oração mariana do
Angelus a "não ficar preso ao passado e às lágrimas de nostalgia", e
nem ao presente "como num túmulo", mas ao futuro que vem de Jesus, do
"nosso estar com Cristo" e da esperança na ressureição, que
"ilumina o destino de cada um de nós". E cada um "tem o seu
lugar, brilhando em toda a sua unicidade", recordou o Pontífice por
ocasião do mistério celebrado na Solenidade de Todos os Santos de sábado, 1º de
novembro: "uma comunhão de diferenças que, por assim dizer, alarga a vida
de Deus a todos os filhos e filhas que desejaram fazer parte dela".
"Conhecemos
interiormente a preocupação de Deus em não perder ninguém, sempre que a morte
parece nos fazer perder para sempre uma voz, um rosto, um mundo inteiro. Na
verdade, cada pessoa é um mundo inteiro. O dia de hoje, portanto, é um dia que
desafia a memória humana, tão preciosa e tão frágil. Sem a memória de Jesus –
da sua vida, morte e ressurreição – o imenso tesouro de cada vida fica sujeito
ao esquecimento. Porém, na memória viva de Jesus, mesmo aqueles de quem ninguém
se lembra, mesmo aqueles que a história parece ter apagado, emergem na sua
dignidade infinita."
Por
isso, disse Leão XIV, "os cristãos recordam desde sempre os defuntos em
cada Eucaristia e, até ao dia de hoje, pedem que os seus entes queridos sejam
mencionados na oração eucarística. Desse anúncio nasce a esperança de que
ninguém se perderá". A própria visita ao cemitério, continuou o Papa,
"onde o silêncio interrompe o frenesi de tantos afazeres", precisa
ser "um convite à memória e à esperança", como todos nós professamos
no Credo, de esperar "a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há
de vir":
“Não
fiquemos presos ao passado, às lágrimas da nostalgia. Nem tampouco estejamos
lacrados ao presente, como num túmulo. Que a voz familiar de Jesus nos alcance,
e alcance a todos, porque é a única que vem do futuro. Ele nos chama pelo nome,
prepara-nos um lugar, liberta-nos do sentido da impotência com o qual corremos
o risco de renunciar à vida.”





