Marcos era filho de Maria de Jerusalém,
em cuja casa Pedro se refugiou depois de ser libertado do cárcere (cf. At 12,
12). Era primo de Barnabé. Acompanhou o apóstolo Paulo na sua primeira viagem a
Roma (cf. Col 4, 10) e esteve próximo dele durante a sua prisão em Roma (Fm
24).
Depois, tornou-se discípulo de Pedro, de cuja pregação se fez intérprete no Evangelho que escreveu (cf. 1 Pe 5, 13).
O seu
evangelho é comumente reconhecido como o mais antigo, utilizado e completado
por Mateus e por Lucas. Parece que também os grandes discursos da primeira
parte do Atos dos Apóstolos são uma retomada e desenvolvimento do evangelho de
Marcos, a partir de Mc 1, 15. É-lhe atribuída a fundação da Igreja de
Alexandria.
1
Pedro 5, 5b-14
A tradição, segundo a qual Marcos recolheu, no seu
evangelho, a pregação de Pedro, apoia-se nesta página, onde Pedro lhe chama
“meu filho” (v. 13). Mas as exortações do primeiro dos apóstolos dirigem-se a
todos quantos na Igreja têm responsabilidades de guias e mestres.
O verdadeiro pastor deve, antes de mais, ser humilde e consciente de não ser dono de nada, mas ter recebido tudo de Deus. E a humildade é verdade!
Os pastores devem também ser sóbrios e vigilantes. Nestas palavras ecoa o discurso escatológico de Jesus (cf. Mc 13, 1ss.). Pedro dirige aos pastores humildes e fiéis, sóbrios e vigilantes, a promessa de que Aquele Deus que os chamou à vida nova em Cristo os confirmará na graça e os coroará de glória (v. 10).
O verdadeiro pastor deve, antes de mais, ser humilde e consciente de não ser dono de nada, mas ter recebido tudo de Deus. E a humildade é verdade!
Os pastores devem também ser sóbrios e vigilantes. Nestas palavras ecoa o discurso escatológico de Jesus (cf. Mc 13, 1ss.). Pedro dirige aos pastores humildes e fiéis, sóbrios e vigilantes, a promessa de que Aquele Deus que os chamou à vida nova em Cristo os confirmará na graça e os coroará de glória (v. 10).
Veneza - Basílica de São Marcos
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Marcos
16, 15-20
Nesta conclusão do evangelho original de Marcos,
encontramos o chamado discurso missionário: Jesus envia os seus discípulos a
levar o evangelho a todas as criaturas (vv. 15ss.). O missionário do Pai,
Jesus, precisa de outros missionários. Aquele que é a Boa Nova confia a Boa
Nova aos seus apóstolos: “Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda
a criatura.” (v. 15).
Depois do mandato missionário, Marcos alude, de modo muito breve, e discreto à ascensão de Jesus ao céu: “O Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi arrebatado ao Céu e sentou-se à direita de Deus.” (v. 19). E conclui afirmando: “Eles, partindo, foram pregar por toda a parte” (v. 20). E assim mudou radicalmente a vida dos apóstolos e de muitas outras pessoas ao longo dos séculos.
Depois do mandato missionário, Marcos alude, de modo muito breve, e discreto à ascensão de Jesus ao céu: “O Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi arrebatado ao Céu e sentou-se à direita de Deus.” (v. 19). E conclui afirmando: “Eles, partindo, foram pregar por toda a parte” (v. 20). E assim mudou radicalmente a vida dos apóstolos e de muitas outras pessoas ao longo dos séculos.
São Marcos amava Nosso Senhor sem
qualquer reserva; estava maduro para o martírio. Os seus sucessos e os
progressos da fé exasperavam os pagãos e em particular os sacerdotes de
Serapis. Apoderaram-se de São Marcos durante a solenidade da Páscoa do ano 68.
Fizeram-lhe sofrer durante dois dias um horrível suplício, fazendo-o arrastar
com cordas por terrenos pedregosos dos subúrbios de Buroles; mas o amor é mais
forte do que a morte, e o santo bendizia a Nosso Senhor e dava-lhe graças por
ter sido julgado digno de sofrer por seu amor.
Durante a noite que separou os
dois dias de torturas, o santo foi reconfortado por visitas celestes. Foi
primeiro um anjo que lhe disse: “Marcos, servo de Deus e chefe dos ministros de
Cristo, no Egito, o vosso nome está escrito no livro da vida e as potências
celestes virão em breve procurar-vos para vos conduzirem ao céu”. Depois
apareceu-lhe o próprio Nosso Senhor, como o tinha conhecido na Galileia: “A paz
esteja convosco, Marcos nosso evangelista”; depois desapareceu. Esta palavra de
encorajamento bastava. São Marcos foi de novo arrastado e dilacerado pelas pedras,
enquanto bendizia a Deus: “Meu Deus, nas vossas mãos entrego a minha alma”.
“Convertei-vos e acreditai no Evangelho” (Mc 1,
15).
(L. Dehon, OSP 3, p. 479).