Nascido na Palestina, e com alguns registros na Cappadócia hoje região
localizada apenas no centro da Turquia, na segunda metade do século III. Seu
pai, embora rico agricultor parece ter sido também um soldado da alta corte;
que morreu deixando-o ainda criança. Jorge vai com a mãe para a terra natal
desta: a Palestina. Como tinha muitos bens, sua mãe o educou com
esmero, dentro da religião cristã.
Na adolescência, Jorge entrou para a carreira das
armas e logo foi promovido a capitão do exército romano devido a sua
dedicação e habilidade - qualidades que levaram o imperador, Diocleciano,
a lhe conferir o título de Conde da Capadócia. Aos 23 anos passou a
residir na corte imperial em Nicomédia (Ásia Menor) atualmente
conhecida como Izmit, na Turquia, que se encontra a aproximadamente 100 km
de Istambul (antiga Constantinopla), e tem hoje, pouco mais de 200 mil
habitantes.
O perverso Diocleciano, que perseguia implacavelmente
os cristãos e já tinha feito muitos mártires, mandou chamar todos os
governadores e procuradores do Oriente e outras partes. Estando junto com os
senadores, manifestou a crueldade que tinha contra os cristãos dizendo:
“...ponde todas as forças para lançar fora de todo o meu império a religião dos
cristãos, e eu vos favorecerei com todo o meu poder".
Estátua de São Jorge, patrono de Ossetia. Ossetia norte, Russia. |
No dia que o senado confirmou as leis contra os cristãos, Jorge se levanta contra, falando abertamente de sua Fé Cristã. Segue-se a isso um longo e cruel martírio, onde Jorge mostrou-se tão inflexível que a própria mulher do imperador e a filha, também converteram-se ao cristianismo. Esta teria sido a última gota, que fez com que Diocleciano mandasse degolar, não só Jorge, mas também entre muitos outros cristãos. Há uma tradição que aponta o ano 303 como ano da sua morte.
São Jorge, pintura fresc. de San Zeno, Verona, Itália. |
Mais tarde, os restos mortais de São Jorge foram
transportados para Lida (Lydda, em latim) ou Dióspolis (atual Lod,
entre Tel-Aviv e Jerusalém) como a sede da veneração de São Jorge e
lugar de repouso de seus restos mortais, cidade em que vivera em
criança. Lá ele foi sepultado, e mais tarde o imperador cristão Constantino
- que depois de vários imperadores anti-cristãos converteu-se e ao Império
à religião cristã - mandou erguer suntuoso oratório onde se
encontram suas relíquias, aberto aos fiéis, para que a devoção ao santo fosse
espalhada por todo o Oriente.
Carpaccio (1450-1525) |
O culto a São Jorge vem do século 4 dC.e se espalhou
por todo o mundo, principalmente durante a Idade Média. No século XII, a
arte, literatura e a religiosidade popular representam São Jorge, como soldado
das cruzadas com manto e armadura com cruz vermelha, sobre um cavalo branco,
com lança em punho, vencendo um dragão. São Jorge é o cavaleiro da cruz que
derrota o dragão do mal, da dominação e exclusão.
Para alguns historiadores, a lenda do dragão pode ter vindo da mitologia germânica, que tinha Sigurd como um caçador de dragões, e que foi sincretizado pela tradição cristã como São Jorge, como forma de combater o paganismo
Para alguns historiadores, a lenda do dragão pode ter vindo da mitologia germânica, que tinha Sigurd como um caçador de dragões, e que foi sincretizado pela tradição cristã como São Jorge, como forma de combater o paganismo
Assim, as artes divulgaram amplamente a imagem do
santo. Em Paris, no Museu do Louvre, há um quadro famoso de Rafael (1483-1520),
intitulado "São Jorge vencedor do Dragão". Na Itália, existem
diversos quadros célebres; um deles está em Veneza, de autoria do pintor
Carpaccio (1450-1525) e outro, não menos notável, pintado por Donatello (1386-1466). A
imagem brasileira de São Jorge seria, possivelmente, de autoria de Martinelli.
Túmulo do poderoso São Jorge em Lídia na Turquia. |
No Brasil o culto a São Jorge chegou com os
portugueses e sua imagem e representação saiam em procissão junto com as
comemorações do “Corpus Christi”.
A Primeira procissão do Corpo de Deus foi realizada na Bahia em 1549 trazendo o “Santo mártir” à moda de Lisboa
A Primeira procissão do Corpo de Deus foi realizada na Bahia em 1549 trazendo o “Santo mártir” à moda de Lisboa
Em Vila Rica (hoje Ouro Preto, MG) no século
XVIII, a Imagem de São Jorge esculpida por Aleijadinho, saía escoltada por
quatro estribeiros. No Rio de Janeiro imperial, o desfile de São Jorge
provocava tamanho impacto no dia do Santíssimo que se tornara por si só um
acontecimento
São Jorge batalha com o dragão, ano 1350, Pinacoteca Nazionale, Bolonha, Itália Pintura, têmpera sobre madeira. |
A ligação de São Jorge com a lua é algo puramente
brasileiro, com forte influência da cultura africana. A tradição diz que
as manchas apresentadas pela lua representam o milagroso santo, seu cavalo e
sua espada pronto para defender aqueles que buscam sua ajuda.
hoje, São Jorge é o santo mais popular do Brasil,
cantado em versos e prosas, por todas as idades, profissões e classes sociais. É
cultuado por diversas religiões através de imagens produzidas em esculturas,
quadros, medalhas, camisetas, cartazes, músicas, e até em tatuagens ( é o
santo mais tatuado no Brasil ).
Os devotos de São Jorge acreditam na intercessão
do santo contra os males do mundo. Para os fiéis, ele é o protetor e
defensor na luta contra as tentações, mesmo nos momentos mais difíceis.
Escultura de São Jorge em Zagreb, Croácia. |
São Jorge sempre esteve entre os maiores santos da
igreja católica. Inúmeras são as lendas em torno de seu nome. As igrejas e
mosteiros, bem como a devoção ao santo guerreiro disseminaram-se pelo mundo;
assim como muitas orações, arte e musicas de proteção, devoção, e honrando o
santo e mártir, glorioso São Jorge, que com sua Fé e Conduta, converteu
milhares ao cristianismo.
É o santo padroeiro em diversas partes do mundo: Inglaterra, Portugal, Geórgia, Catalunha, Lituânia, Sérvia, Montenegro, Etiópia,
das cidades de Londres, Gênova e Moscou,
extra-oficialmente, da cidade do Rio de Janeiro (título oficialmente
atribuído a São Sebastião) e da cidade de São Jorge dos Ilhéus, além
de ser padroeiro dos escoteiros, e da Cavalaria do Exército
Brasileiro.
Paris, Museu do Louvre, Rafael (1483-1520) |
Há uma tradição que aponta o ano 303 como ano da sua
morte. Apesar de sua história se basear em documentos lendários e apócrifos (decreto
gelasiano do século VI), a devoção a São Jorge se espalhou por todo o
mundo.
SÃO JORGE ROGAI POR NÓS!!!
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