quinta-feira, outubro 31, 2013

A COMUNHÃO DOS SANTOS


O Catecismo da Igreja Católica recorda-nos que com esta expressão se entendem duas realidades: a comunhão com as coisas santas e a comunhão entre as pessoas santas (n. 948). Meditemos sobre o segundo significado: trata-se das verdades mais consoladoras da nossa fé, porque nos recorda que não estamos sozinhos, mas existe uma comunhão de vida entre todos aqueles que pertencem a Cristo.

Uma comunhão que nasce da fé; com efeito, o termo “santos” refere-se àqueles que acreditam no Senhor Jesus e são incorporados nele na Igreja, mediante o Batismo. Por isso, os primeiros cristãos chamavam-se também “santos” (cf. Act 9, 13.32.41; Rm 8, 27; 1 Cor 6, 1).

A IGREJA É COMUNHÃO COM DEUS, FAMILIARIDADE COM DEUS, COMUNHÃO DE AMOR COM CRISTO E COM O PAI NO ESPÍRITO SANTO, QUE SE PROLONGA NUMA COMUNHÃO FRATERNA.
O Evangelho de João testemunha que, antes da sua Paixão, Jesus rezou ao Pai pela comunhão entre os discípulos, com as seguintes palavras: “Para que todos sejam um, assim como Tu, ó Pai, estás em mim e Eu em ti, para que também eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste” (17, 21). Na sua verdade mais profunda, a Igreja é comunhão com Deus, familiaridade com Deus, comunhão de amor com Cristo e com o Pai no Espírito Santo, que se prolonga numa comunhão fraterna. Esta relação entre Jesus e o Pai é a “matriz” do vínculo entre nós, cristãos: se estivermos intimamente inseridos nesta matriz, nesta fornalha ardente de amor, então poderemos tornar-nos verdadeiramente um só coração e uma só alma entre nós, porque o amor de Deus dissipa os nossos egoísmos, os nossos preconceitos e as nossas divisões interiores e exteriores. O amor de Deus dissipa também os nossos pecados!

SE EXISTIR ESTA RADICAÇÃO NA NASCENTE DO AMOR, QUE É DEUS, ENTÃO VERIFICAR-SE-Á TAMBÉM O MOVIMENTO RECÍPROCO: DOS IRMÃOS PARA DEUS; A EXPERIÊNCIA DA COMUNHÃO FRATERNA LEVA-ME À COMUNHÃO COM DEUS
Estarmos unidos entre nós leva-nos a permanecer unidos a Deus, conduz-nos para este vínculo com Deus que é nosso Pai. Eis o segundo aspecto da comunhão dos santos, que eu gostaria de ressaltar: a nossa fé tem necessidade da ajuda dos outros, especialmente nos momentos difíceis. Se estivermos unidos, a nossa fé fortalecer-se-á. Como é bom amparar-nos uns aos outros na maravilhosa aventura da fé! Digo isto porque a tendência a fechar-nos no privado influenciou também o âmbito religioso, de tal modo que muitas vezes temos dificuldade em pedir a ajuda espiritual de quantos compartilham conosco a experiência cristã. 

Quem de nós nunca sentiu insegurança, confusão e até dúvidas no caminho da fé? Todos nós vivemos isto, e eu também: faz parte do caminho da fé, faz parte da nossa vida. Nada disto nos deve admirar, porque somos seres humanos, marcados pela fragilidade e limites; todos nós somos frágeis, todos temos limites. 
No entanto, nestes momentos de dificuldade é necessário confiar na ajuda de Deus, mediante a oração filial e, ao mesmo tempo, é importante encontrar a coragem e a humildade de nos abrirmos aos outros, para pedir ajuda, para pedir que nos dê uma mão. Quantas vezes fizemos isto, e depois conseguimos resolver o problema e encontrar Deus mais uma vez! Nesta comunhão — comunhão quer dizer comum-união — somos uma grande família, onde todos os componentes se ajudam e se sustentam entre si.

A COMUNHÃO DOS SANTOS VAI ALÉM DA VIDA TERRENA, VAI ALÉM DA MORTE E PERDURA PARA SEMPRE. 
Esta união entre nós vai mais além e continua na outra vida; trata-se de uma união espiritual que deriva do Batismo e não é interrompida pela morte mas, graças a Cristo ressuscitado, está destinada a encontrar a sua plenitude na vida eterna. Existe uma união profunda e indissolúvel entre quantos ainda são peregrinos neste mundo — entre nós — e aqueles que já ultrapassaram o limiar da morte para entrar na eternidade. Todos os baptizados da terra, as almas do Purgatório e todos os beatos que já se encontram no Paraíso formam uma única grande Família. Esta comunhão entre a terra e o Céu realiza-se especialmente na prece de intercessão.
Estimados amigos, dispomos desta beleza! 

É UMA NOSSA REALIDADE, DE TODOS, QUE NOS FAZ IRMÃOS, QUE NOS ACOMPANHA NO CAMINHO DA VIDA E QUE DEPOIS NOS LEVARÁ A ENCONTRAR-NOS NO CÉU. PERCORRAMOS ESTE CAMINHO COM CONFIANÇA E ALEGRIA. 
O cristão deve ser alegre, com o júbilo de ter muitos irmãos batizados que caminham com ele; animado pela ajuda dos irmãos e das irmãs que percorrem este mesmo caminho para ir ao Céu; e também com a ajuda dos irmãos e das irmãs que estão no Céu e intercedem por nós junto de Jesus. Em frente ao longo deste caminho com alegria!

A COMUNHÃO DOS SANTOS NÃO ACABA COM A MORTE: TODOS OS BATIZADOS AQUI NA TERRA, AS ALMAS DO PURGATÓRIO E OS SANTOS QUE ESTÃO NO PARAÍSO FORMAM UMA GRANDE FAMÍLIA, QUE SE MANTEM UNIDA ATRAVÉS DA INTERCESSÃO DE UNS PELOS OUTROS.
“ESTA COMUNHÃO ENTRE O CÉU E A TERRA REALIZA-SE ESPECIALMENTE NA ORAÇÃO DE INTERCESSÃO.”

“... UM CRISTÃO TEM QUE TER A ALEGRIA DE TER TANTOS IRMÃOS BATIZADOS QUE CONOSCO CAMINHAM E TAMBÉM COM A AJUDA DOS IRMÃOS E DAS IRMÃS QUE ESTÃO NO CÉU E REZAM POR NÓS. EM FRENTE E COM ALEGRIA!”


segunda-feira, outubro 28, 2013

JORNADA DA FAMÍLIA 27/10/2013


Cidade do Vaticano (RV) - Mais de cem mil pessoas participaram da missa presidida pelo Santo Padre na Jornada da Família, iniciativa que se insere no âmbito do Ano da Fé.
Em sua homilia, o Pontífice ressaltou que as Leituras deste XXX Domingo do Tempo Comum "nos convidam a meditar sobre algumas características fundamentais da família cristã".

O Papa Francisco fez a sua reflexão em três pontos, desenvolvendo-a justamente a partir destas características fundamentais: a família que reza; a família conserva a fé; e a família que vive a alegria.
Na primeira (a família que reza), 
frisou que o trecho do Evangelho evidencia dois modos de rezar, um falso – o do fariseu – e outro autêntico – o do publicano.
"O fariseu encarna uma atitude que não expressa o rendimento de graças a Deus por seus benefícios e a sua misericórdia, mas a satisfação de si próprio", observou o Pontífice. O fariseu se sente justo, se orgulha disso "e julga os outros do alto de seu pedestal".
O publicano, pelo contrário, não multiplica as palavras. "A sua oração é humilde, sóbria, permeada pela consciência da própria indignidade, da própria miséria: este homem – observou o Papa – realmente se reconhece necessitado do perdão de Deus, da misericórdia de Deus." A oração do publicano, acrescentou, "é a oração do pobre, é a oração que agrada a Deus que, como diz a primeira Leitura, 'chega às nuvens'", enquanto a do fariseu é ofuscada pela vaidade.
O Papa prosseguiu perguntando às famílias se elas rezam em família, aconselhando-as a fazerem-no, com humildade, deixando-se olhar pelo Senhor e pedindo a sua bondade, que venha a nós.
"É também questão de humildade, disse, reconhecer que precisamos de Deus, como o publicano!"
"E todas as famílias precisamos de Deus: todas, todas! Necessidade de sua ajuda, de sua força, de sua bênção, de sua misericórdia, de seu perdão. É preciso simplicidade: para rezar em família é preciso simplicidade! Rezar juntos o "Pai-Nosso", em torno da mesa, não é uma coisa extraordinária: é fácil. E rezar junto o Terço, em família, é muito bonito, dá muita força!"
Da segunda Leitura o Santo Padre extraiu a segunda característica fundamental da família cristã: a família conserva a fé. O Apóstolo Paulo, frisou o Papa, no fim de sua vida, faz um balanço fundamental, e diz: "Conservei a fé" (2 Tm 4,7). Mas como a conservou? – perguntou Francisco.
"Não numa caixa-forte! Não a escondeu debaixo da terra, como aquele servo um pouco preguiçoso.
São Paulo compara a sua vida a uma batalha e a uma corrida. Conservou a fé porque não se limitou a defendê-la, mas a anunciou, irradiou, levou-a para longe".
Opôs-se decididamente àqueles que queriam conservar, "embalsamar" a mensagem de Cristo nos confins da Palestina, acrescentou.
"Por isso fez escolhas corajosas, foi a territórios hostis, deixou-se provocar pelos distantes, por culturas diferentes, falou francamente sem medo. São Paulo conservou a fé porque, como a recebeu, a doou, embrenhando-se nas periferias, sem entrincheirar-se em posições defensivas." Também neste ponto, disse o Papa, podemos perguntar-nos: de que modo nós, em família, conservamos a nossa fé?

"Conservamos para nós, em nossa família, como um bem privado, como uma conta no banco, ou sabemos partilhá-la com o testemunho, com o acolhimento, com a abertura aos outros?"
Francisco reconheceu que todos sabemos que as famílias, especialmente as famílias jovens, estão comumente "na correria", muito ocupadas; "mas algumas vezes já pensaram que essa "correria" pode ser também a corrida da fé? – perguntou. As famílias cristãs são famílias missionárias, disse, lembrando o encontro do dia anterior na Praça São Pedro em que se ouviu o testemunho de família missionárias.
"São missionárias também na vida de todos os dias, fazendo as coisas de todos os dias, colocando em tudo o sal e o fermento da fé! Conservar a fé em famílias e colocar o sal e o fermento da fé nas coisas de todos os dias", reiterou.
Por fim, o Papa falou sobre o último aspecto: a família que vive a alegria. A esse ponto, Francisco dirigiu a todos uma pergunta, pedindo que cada um respondesse a si mesmo. "Como vai a alegria em sua casa? Como vai a alegria em sua família?"
"Caras famílias, vocês bem o sabem: a alegria verdadeira que se tem na família não é algo de superficial, não vem das coisas, das circunstâncias favoráveis... a alegria verdadeira vem de uma harmonia profunda entre as pessoas, que todos sentem no coração, e que nos faz sentir a beleza de estar juntos, de suster-nos reciprocamente no caminho da vida. Mas na base desse sentimento de alegria profunda está a presença de Deus, a presença de Deus na família, do seu amor acolhedor, misericordioso, respeitoso para com todos. E, sobretudo, um amor paciente: a paciência é uma virtude de Deus e nos ensina, em família, a ter esse amor paciente, um com o outro. Ter paciência entre nós. Amor paciente."
Somente Deus sabe criar a harmonia das diferenças. Se falta o amor de Deus, também a família perde a harmonia, prevalecem os individualismos, e a alegria se esvai. Ao invés, "a família que vive a alegria da fé, a comunica espontaneamente, é sal da terra e luz do mundo, é fermento para toda a sociedade", observou o Papa.
O Santo Padre concluiu com uma premente exortação: "Caras famílias, vivam sempre com fé e simplicidade, como a santa Família de Nazaré. A alegria e a paz do Senhor estejam sempre com vocês!" (RV)





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SÃO SIMÃO E SÃO JUDAS TADEU APÓSTOLOS E MÁRTIRES (+ SÉC. I)


Judas, apóstolo que é celebrado hoje, para não ser confundido com Judas Iscariotes, "apóstolo da perdição", o traidor de Jesus.

Foi chamado nos evangelhos de Judas Tadeu. O nome Judas vem de Judá e significa festejado. Tadeu quer dizer peito aberto, destemido, melhor ainda, magnânimo.

SÃO JUDAS TADEU
Era natural de Caná da Galiléia, na Palestina, filho de Alfeu, também chamado Cléofas, e de Maria Cléofas, ambos parentes de Jesus. O pai era irmão de são José; a mãe, prima-irmã de Maria Santíssima. Portanto Judas era primo-irmão de Jesus e irmão de Tiago, chamado o Menor, também discípulo de Jesus.

Os escritos cristãos dessa época revelam mesmo esse parentesco, uma vez que Judas Tadeu seria um dos noivos do episódio que relata as bodas de Caná, por isso Jesus, Maria e os apóstolos estariam lá.

Na Bíblia, ele é citado pouco, mas de maneira importante.
No evangelho de Mateus, vemos que Judas Tadeu foi escolhido por Jesus. Enquanto nas escrituras de João ele é narrado mais claramente. Na ceia, Judas Tadeu perguntou a Jesus:"Mestre, por que razão deves manifestar-te a nós e não ao mundo?" Jesus respondeu-lhe que a verdadeira manifestação de Deus está reservada para aqueles que o amam e guardam a sua palavra.

Também faz parte do Novo Testamento a pequena Carta de São Judas, a qual traz os fundamentos para perseverar no amor de Jesus e adverte contra os falsos mestres.

Após ter recebido o dom do Espírito Santo, Judas Tadeu iniciou sua pregação na Galiléia. Realizou inúmeros milagres em sua caminhada pelo Evangelho. Depois, foi para a Samaria e, próximo do ano 50, tomou parte no primeiro Concílio, em Jerusalém. Em seguida, continuou a evangelizar na Mesopotâmia, Síria, Armênia e Pérsia, onde encontrou Simão, e passaram a viajar juntos.

A tradição conta que São Judas Tadeu percorreu as doze províncias do Império Persa, nas quais pregou a Boa Nova do Evangelho e converteu muitos pagãos.
Ao certo, o que sabemos é que o apóstolo Judas Tadeu tornou-se um mártir da fé, isto é, morreu por amor a Jesus Cristo. A sua pregação e o seu testemunho eram tão intensos que os pagãos se convertiam.
Os sacerdotes pagãos, furiosos, mandaram assassinar o apóstolo, a golpes de bastões, lanças e machados. Tudo teria acontecido no dia 28 de outubro de 70.

Seus restos mortais, guardados primeiro no Oriente Médio e depois na França, agora são venerados em Roma, na Basílica de São Pedro. Considerado pelos cristãos o santo intercessor das causas impossíveis, foi a partir da devoção de santa Gertrudes que essa fama ganhou força no mundo católico. Ela, em sua biografia, relatou que Jesus lhe aconselhou invocar São Judas Tadeu até nos "casos mais desesperados".
Depois disso, aumentou o número de devotos do seu poder de resolver as causas que parecem sem solução. Conta a tradição que não se encontra um devoto que tenha pedido sua ajuda e não tenha sido atendido.

A festa de São Judas Tadeu é celebrada no dia 28 de outubro, tanto na Igreja ocidental como na oriental. No Brasil, é um evento que altera toda a rotina do país, pois são multidões de católicos que querem agradecer e celebrar o querido santo padroeiro nas igrejas. 

SÃO SIMÃO
Simão também chamado zelota e Cananeu é, talvez, o mais desconhecido dos apóstolos. Aliás, mesmo na Bíblia, recebeu apelidos para ser diferenciado de Simão Pedro. Ele é chamado de Simão, "o cananeu", pelos apóstolos Mateus e Marcos. Alguns estudiosos cristãos entendem que este "cananeu" pode ser uma referência a Canaã, a terra de Israel.

Mas quando Lucas, no seu Evangelho, o chama de "o zelote", parece querer indicar que Simão pertencera ao partido judeu radical que tinha o mesmo nome. Os radicais zelotes pregavam a luta armada contra os dominadores.
Sabe-se que Simão, como todos os outros apóstolos dos primeiros tempos do cristianismo, depois do Pentecostes percorreu caminhos pregando o Evangelho sem nada levar consigo. Operou muitos milagres, curou enfermos, leprosos e expulsou espíritos maus.

Outros relatos falam da pregação de Simão também no Egito, Líbia e Mauritânia. Segundo Eusébio, idôneo e célebre historiador, Simão teria sido o sucessor de Tiago na cátedra de Jerusalém, nos anos da trágica destruição da cidade santa.

Uma antiga tradição diz que Simão encontrou-se com o apostolo Judas Tadeu na Pérsia e, desde então, viajaram juntos. Percorreram as doze províncias do Império Persa, deixando o conhecimento histórico e religioso como foi encontrado num antigo livro da época chamado "Atos de Simão e Judas", de autor desconhecido. Nele consta que, no dia 28 de outubro do ano 70, houve o assassinato do apóstolo, preocupados com a eloqüência das pregações que convertiam multidões inteiras. Era apresentado com Nosso Senhor e foi crucificado pelos judeus.

A Festa dos Santos Apóstolos Simão e Judas oferecem-nos ensejo para refletirmos e tornarmos mais clara consciência da Igreja, que é simultaneamente corpo de Cristo e templo do Espírito Santo. São duas dimensões imprescindíveis. Não se pode receber o Espírito Santo sem pertencer ao corpo de Cristo. A razão é clara: o Espírito Santo é o Espírito de Cristo, que se recebe no corpo de Cristo. A Igreja, todavia, tem um aspeto visível. Por isso, Cristo escolheu os Doze e continua a escolher os seus sucessores, para formar a estrutura visível do seu corpo, quase em continuação da Incarnação. Pertencendo ao corpo de Cristo, podemos receber o seu Espírito e ser intimamente unidos a Ele num só corpo e num só Espírito.

Senhor Jesus, na Festa de São Simão e São Judas Tadeu, quero pedir-te a graça de, como os santos apóstolos, me tornar teu familiar e amigo. Então virás, com o Pai e com o Espírito Santo estabelecer em mim a tua morada. Que eu seja todo para ti, para o teu amor, para o apostolado, cooperação na tua obra redentora no coração do mundo. Amém.




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sábado, outubro 26, 2013

Ó DEUS, TEM COMPAIXÃO DESTE PECADOR


Novamente estamos perante uma parábola que só encontramos no evangelho de Lucas, o que significa que devemos entendê-la à luz da mensagem que este evangelista pretende transmitir. Naturalmente, Lucas quer dar uma lição aos leitores das comunidades para quem escreve, talvez por causa de atitudes que precisam de ser corrigidas.

EVANGELHO – Lc 18,9-14
Naquele tempo, Jesus disse a seguinte parábola
para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros: “Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava assim: ‘Meu Deus, dou-Vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros,
nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de todos os meus rendimentos’. O publicano ficou a distância e nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu; Mas batia no peito e dizia: ‘Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador’. Eu vos digo que este desceu justificado para sua casa
e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado”.

Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira
A parábola de Jesus é conhecida. Um fariseu e um cobrador de impostos “sobem ao templo para orar”. Os dois começam sua oração com a mesma invocação: “Ó Deus!” No entanto, o conteúdo de sua oração e, sobretudo, sua maneira de viver diante desse Deus são muito diferentes.
O fariseu ora “de pé”. Sente-se seguro diante de Deus. Cumpre tudo o que a lei mosaica pede e até mais. Faz tudo bem. Fala a Deus de seus “jejuns” e do pagamento dos “dízimos”, mas não lhe diz nada de suas obras de caridade e de sua compaixão para com os últimos. 

Basta-lhe sua vida religiosa. Este homem vive envolto na “ilusão de inocência total”: “Eu não sou como os outros”. A partir de sua vida “santa”, não pode deixar de sentir-se superior aos que não podem apresente-se diante de Deus com os mesmo méritos.

O cobrador de impostos, por sua vez, entra no templo, mas “fica atrás”,“Não se atreve a levantar os olhos para o céu” para esse Deus grande e insondável. “Bate no peito”, pois sente deveras seu pecado.

Examina sua vida e não encontra nada de grato para oferecer a Deus. Tampouco se atreve a prometer-lhe alguma coisa para o futuro. 
Sabe que sua vida não mudará muito. A única coisa a que pode se agarrar é a misericórdia de Deus: “Ó Deus, tem compaixão deste pecador”.
A conclusão de Jesus é revolucionária. O publicano não pôde apresentar a Deus nenhum mérito, mas fez o mais importante: refugiar-se em sua misericórdia. Volta para casa transformado, abençoado, “justificado” por Deus .
O fariseu, pelo contrário, decepcionou a Deus. Sai do templo como entrou: sem conhecer o olhar compassivo de Deus.

Nós cristãos corremos o risco de pensar que “não somos como os outros”. Será que não iremos superar as nossas “banalidades” e interesses por tantas coisas, sem irmos ao “núcleo interior”?

Talvez seja este um de nossos grandes erros. Preocupamo-nos com mil coisas e não sabemos cuidar do importante: o amor, a alegria interior, a esperança, a paz da consciência. A mesma coisa ocorre com a fé: não sabemos estimá-la, cuidar dela, alimentá-la. Pouco a pouco a fé vai se apagando. Como reagir?

A primeira coisa quase sempre é “tomar distância” e atrever-nos a olhar de frente nossa vida com suas rotinas, seu frágil equilíbrio e sua mediocridade.
 Escutar o surdo rumor de necessidades insatisfeitas e desejos contraditórios.
Um certo distanciamento permite adquirir uma nova perspectiva das coisas para abordar nossa vida com mais verdade.
É necessário também colocar-nos questões que afetam a vida em sua totalidade: “Definitivamente, o que estou procurando? Por que não consigo a paz interior? Em que tenho que acertar para viver de maneira mais sadia?”
Há  em nós tal “excesso de exterioridade” e tal “multiplicação de experiências” que, sem estes enfoques de fundo, nossa vida se reduz facilmente a deixar-nos levar por uma sucessão de vivências sem nenhum fio condutor.

O mais decisivo é reagir. Tomar uma decisão pessoal e consciente. “O que quero fazer com minha vida?” O que posso fazer com minha fé? Continuo “levando” como até agora? “Abro-me confiantemente a Deus?” 

Quem é capaz de fazer-se esse tipo de perguntas com um mínimo de verdade já está mudando. Quem, no meio de sua mediocridade – e quem não é medíocre? 

Deseja sinceramente crer, já é crente diante de Deus. Deus está no interior desse desejo. Há situações em que não se pode fazer muito mais.

A invocação do publicano da parábola narrada por Jesus expressa muito bem qual pode ser nossa invocação: “Ó Deus , tem compaixão deste pecador”. Deus, que modelou o coração humano, entende e escuta esta oração.


Cf .  O Caminho aberto por Jesus , José Antonio Pagola, páginas 301 à 307



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quinta-feira, outubro 24, 2013

BATISMO- O NASCIMENTO DA GRAÇA


“Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” (Mateus 28,19) 
A Santíssima Trindade está presente no batismo, e assim, o filho de Deus após ser batizado se transforma em templo da Trindade Santa.“Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.” (Marcos 16,16)

Nosso Salvador afirma que sem batismo não há salvação, e que, este batismo é de suma importância para a fé. O batismo é a essência da fé que nasce junto com a impressão que o batismo traz, como se Deus marcasse seus filhos: és meu!
O BATISMO É O NASCIMENTO DA GRAÇA, UM SACRAMENTO QUE É ESSENCIAL PARA A SALVAÇÃO DE TODOS OS HOMENS. SOMOS BATIZADOS. BATIZADOS COM O FOGO DO ESPÍRITO SANTO. NASCIDOS DA ÁGUA DO ESPÍRITO. MARCADOS COM O SELO DO PAI. E LAVADOS PELO SANGUE DE CRISTO.


Desde as crianças também vão povos, gentes, pessoas, criaturas e filhos de Deus, essas crianças podem, devem e precisam ser batizadas. Segundo O Catecismo: “Por nascerem com uma natureza humana manchada pelo pecado original, também as crianças precisam do novo nascimento no Batismo, a fim de serem libertadas do poder das trevas e serem transferidas para o domínio da liberdade dos filhos de Deus, para a qual todos os homens são chamados. 

A gratuidade pura da graça da salvação é particularmente manifesta no Batismo das crianças. A Igreja e os pais privariam então a criança da graça inestimável de tomar-se filho de Deus se não lhe conferissem o Batismo pouco depois do nascimento.” 

Os pais não podem deixar a criança sem batismo porque são responsáveis pela fé e justiça que os filhos caminharão. O Catecismo afirma:
“Os pais cristãos hão de reconhecer que esta prática corresponde também à sua função de alimentar a vida que Deus confiou a eles.”
“Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus.” (João 3,5)
Nosso Senhor consolida mais uma vez que, o batismo é a marca do cristão, o banho da graça para lavar os pecados e uma espécie de carimbo no passaporte para a salvação. Sem o batismo o caminho fica desconhecido e inerte. 

O Catecismo ressalta que: “A prática de batizar as crianças é uma tradição imemorial da Igreja. É atestada explicitamente desde o século II. Mas é bem possível que desde o início da pregação apostólica, quando "casas" inteiras receberam o Batismo, também se tenha batizado as crianças.” 

Nosso Senhor Jesus Cristo disse para não impedir as crianças de irem a Ele:
“Apresentaram-lhe então crianças para que as tocasse; mas os discípulos repreendiam os que as apresentavam. Vendo-o, Jesus indignou-se e disse-lhes: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham”. Em verdade vos digo: todo o que não receber o Reino de Deus com a mentalidade de uma criança, nele não entrará.” (Marcos 10, 13-15)

Mas, ninguém pode ir a Cristo sem batismo.
A Santa Igreja Católica recebe os filhos de Deus Pai desde crianças e não impede ninguém de ir até o encontro com A Santíssima Trindade no batismo.

O SACRAMENTO AUTENTICO
Nosso Senhor nos apresenta o verdadeiro batismo da fé cristã, no qual, toda a Trindade Santa está presente.
“Ora, como o povo estivesse na expectativa, e como todos perguntassem em seus corações se talvez João fosse o Cristo, ele tomou a palavra, dizendo a todos: Eu vos batizo na água, mas eis que vem outro mais poderoso do que eu, a quem não sou digno de lhe desatar a correia das sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo.” (Lucas 3, 15-16)

O batismo de João, veio como o Anuncio Divino. E quando a Boa Nova chegou, se estabeleceu um batismo autêntico.

A água viva, o fogo abrasador, o Espírito Santo são sinais do batismo na Santíssima Trindade. 
“O Batismo imprime na alma um sinal espiritual indelével, o caráter, que consagra o batizado ao culto da religião cristã. Em razão do caráter, o Batismo não pode ser reiterado.” 

A impressão do batismo de Nosso Senhor fica clara ao se revelar que não muda seu caráter de sinal verdadeiro e que todo cristão têm esse direito.
 O batismo de João passou.
O BATISMO DE NOSSO SENHOR É ETERNO E ÚNICO.



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PEREGRINAÇÃO EM ROMA por Dom Fernando Arêas Rifan


Estou em Roma, “cidade eterna”, para acompanhar a Peregrinação internacional Summorum Pontificum, da qual fui convidado para celebrar a Missa Solene Pontifical de encerramento, na Basílica de Santa Maria sopra Minerva, no próximo domingo, dia 27. 

Nessa quarta-feira, estarei presente na audiência do Santo Padre, o Papa Francisco, na Praça de São Pedro. Além de cumprimentar pessoalmente o Papa, dele receberei a bênção especial para todos os que me são caros, entre os quais incluo os meus leitores.

Um dos pontos altos dessa peregrinação será a Missa celebrada na Basílica de São Pedro, no sábado, dia 26, pelo Cardeal Dom Dario Castrillón Hoyos, o mesmo que, em nome do Papa, erigiu a nossa Administração Apostólica e presidiu a minha ordenação episcopal. 

Haverá também uma Missa Pontifical celebrada por Dom Athanasius Schneider, Bispo auxiliar de Astana, no Cazaquistão, além de muitos outros atos religiosos, tais como Vésperas solenes, oficiada por Dom Guido Pozzo, secretário da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, um encontro sacerdotal com Dom Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a promoção da nova Evangelização, Via Sacra sobre a colina do Palatino e adoração eucarística na Chiesa Nuova.
 Todas as Missas dessa peregrinação serão celebradas na forma antiga do Rito Romano, pois essa romaria é dirigida aos sacerdotes e fiéis ligados a essa forma litúrgica, que foi concedida a toda a Igreja pelo Papa Bento XVI, com o motu próprio Summorum Pontificum, daí o nome da Peregrinação.

A antiga forma da Liturgia Romana, chamada também forma extraordinária, é uma das riquezas litúrgicas católicas e foi usada por muitos santos por vários séculos.

 É conservada por muitas congregações religiosas, paróquias, grupos e milhares de fiéis em todo o mundo; no Brasil, são mais de 100 lugares onde se conserva essa Liturgia, com a devida permissão dos Bispos locais, como deve sempre ser.

Como todos sabem, nós também a conservamos em nossa Administração Apostólica, por faculdade a nós concedida pela Santa Sé, por apreciar essa beleza litúrgica, clara expressão católica dos dogmas eucarísticos. E a Santa Sé reconhece essa nossa sensibilidade e adesão como perfeitamente legítimas.

Assim se expressara o então Cardeal Ratzinger: “Se bem que haja numerosos motivos que possam ter levado um grande número de fiéis a encontrar refúgio na liturgia tradicional, o mais importante dentre eles é que eles aí encontram preservada a dignidade do sagrado” 
(Conferência aos Bispos chilenos, Santiago, 13/7/1988).

A nossa presença nessa peregrinação significa o nosso apoio a esses católicos de todo o mundo e, ao mesmo tempo, tem a finalidade de mostrar-lhes a correta posição de conservar a liturgia tradicional em perfeita comunhão com o Santo Padre, o Papa, e com toda a Igreja.

Assim, desse modo bem compreendida, a Missa na forma antiga contribui grandemente para a correta “ars celebrandi” e para a “paz litúrgica” na Igreja, como desejava Bento XVI.

Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

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quarta-feira, outubro 23, 2013

FREI GALVÃO “A DOÇURA DE DEUS”

SANTO ANTÔNIO DE SANT’ANA GALVÃO, FRANCISCANO DA PROVÍNCIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL, DA ORDEM DOS FRADES MENORES E FUNDADOR DO MOSTEIRO DE NOSSA SENHORA DA LUZ,  “HOMEM DA PAZ E DA CARIDADE – A DOÇURA DE DEUS”.

Foi canonizado pelo Papa Bento XVI, em São Paulo, no dia 11 de maio de 2007, como o primeiro santo brasileiro. Em 25 de outubro de 1998, por ocasião de sua beatificação, o Papa João Paulo II  cunhou a expressão que caracteriza sua vida a serviço do Evangelho: “Homem da Paz e da Caridade – a doçura de Deus”.
Muito mais do que “milagreiros”, os santos são para nós um exemplo de amor a Jesus e ao próximo. Em Santo Antônio de Sant’Ana Galvão podemos ver isso bem claramente.

Tanto é, que ele não é conhecido apenas por seus milagres, mas especialmente por causa da sua atividade apostólica na região Sudeste e Paraná, que o fez conhecido como Defensor da Justiça, Paz e Caridade, Padroeiro da Construção Civil, “Doçura de Deus”, como definiu João Paulo II.
Frei Galvão foi canonizado no dia 11 de maio de 2007, pelo Papa Bento XVI, em uma grande celebração no Campo de Marte, em São Paulo.
Mas liturgicamente, o dia de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão é comemorado em 25 de outubro, a data da sua beatificação pelo saudoso Papa João Paulo II. Frei Galvão morreu em 23 de dezembro de 1822 e está sepultado no Mosteiro da Luz, em São Paulo.

Contudo, este santo brasileiro, que era frade desta Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, viveu 60 anos no Convento São Francisco, no Largo São Francisco, em São Paulo.
Segundo Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, ter um santo que viveu entre nós tem um significado muito especial. “Significa, antes de tudo, que os santos não são mitos inventados pela fantasia humana, nem caíram do céu, como seres superiores, que não fazem parte da nossa experiência histórica.

São pessoas reais, com endereço e história pessoal, com familiares e parentes, e que também lutaram pela vida e sofreram. Os nossos santos são membros da família humana, irmãos de caminhada da comunidade eclesial.
Mas foram grandes cristãos, que viveram um intenso amor a Deus e aos irmãos, deixaram um testemunho de fé e caridade, que serviu e serve ainda como referência: muitas outras pessoas, olhando para eles ou aproximando-se deles, sentiram-se encorajadas a imitar seus exemplos e a viver como eles.

Os santos são grandes amigos de Deus, que já alcançaram a “casa do Pai”e agora vivem na companhia de Deus; e também são nossos amigos, totalmente interessados em que nós alcancemos igualmente a vida eterna e estejamos, um dia, em sua companhia. Por isso nós podemos recorrer à sua intercessão e eles pedem a Deus por nós”.
"Frei Galvão, no cenário brasileiro-franciscano, é para nós uma honra e uma glória, por ser o primeiro santo brasileiro a subir às honras do altar, destacando-se como o “Missionário da Paz e da Caridade”.

Foi um homem marcadoa pela fé e pela alegria, por ser possuído de Deus, por estar comprometido com os homens de seu tempo, fermentando em seu coração o Espírito do Senhor, fazendo-o o Apóstolo da Paz e do Bem. Frei Galvão é uma Bênção para a Província Franciscana da Imaculada e um Benfeitor para o povo brasileiro".

ORAÇÃO
"Deus, nosso Pai, que por vosso amor imenso nos deste Frei Galvão e através dele realizastes obras admiráveis, nós vos agradecemos por tão grande presente.
Obrigado, Senhor, pela sua vida, pela sua obra grandiosa, por lembrar-se de nós, através de vosso servo e nosso irmão Frei Galvão. Que nossa vida seja palavra e sinal do vosso Reino.
Ajuda-nos a crescer em sabedoria, idade e graça, a crescer cada vez mais na vivência concreta e histórica do amor fraterno, partilhando o que somos e o que temos de modo especial com os mais necessitados.
Fazei-nos instrumentos de vosso amor: onde houver pobres, marginalizados e necessitados, que levemos, como Frei Galvão, o pão da presença amiga e solidária, que se traduz em gestos concretos de solidariedade e de promoção à vida.
Senhor, dai-nos acolher com o coração alegre todos os irmãos que passam pela nossa vida, buscando paz, alegria, palavra de conforto e presença amiga.
Despertai-nos para o amor e para a devoção a vossa Mãe Santíssima,ajudai-nos a venerá-la sempre como Imaculada a proclamá-la santa com nossa palavra e principalmente com a nossa vida.
Fazei que sejamos sempre seus filhos e que a ela recorramos sempre, agora e na hora da nossa morte.
Senhor, que derramastes vosso Espírito Santo em Frei Galvão e através dele operastes maravilhas, derramai sobre nós vosso Espírito, reacendendo em nós o fogo do amor, do ardor missionário. Aumentai nossa fé! Fazei que nos coloquemos diante de vós como vossos fiéis servidores, obedientes à vossa Palavra.

Peço-vos, por tudo que fez e sofreu o vosso servo Frei Antônio de Sant “Anna Galvão, que aumenteis em mim a fé, a esperança e a caridade, e vos digneis conceder-me a graça que ardentemente almejo. Amém."


Frei Atílio Abati, ofm 
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segunda-feira, outubro 21, 2013

A IGREJA CELEBRA MEMÓRIA LITÚRGICA DE JOÃO PAULO II


Karol Giuseppe Wojtyla (Papa João Paulo II) nasceu em Wadowice, na Polônia, no dia 18 de maio de 1920 e faleceu em Roma, no dia 2 de abril de 2005. 
O João de Deus faleceu no sábado, dia consagrado a Virgem Maria, na véspera da Festa da Misericórdia, datas significativas para ele que tanto divulgou a devoção e a consagração a Nossa Senhora e insistiu que nos confiássemos a Jesus Misericordioso.
Na habitual resenha biográfica que é apresentada no calendário dos santos e beatos, João Paulo II é lembrado pela “extraordinária solicitude apostólica, em particular para com as famílias, os jovens e os doentes, o que o levou a realizar numerosas visitas pastorais a todo o mundo”.

“Entre os muitos frutos mais significativos deixados em herança à Igreja, destaca-se o seu riquíssimo Magistério e a promulgação do Catecismo da Igreja Católica e do Código de Direito Canônico para a Igreja latina e oriental”, lê-se no documento.
Aos fiéis, é proposta ainda uma passagem da homilia de João Paulo II no início do seu pontificado, precisamente em 22 de outubro de 1978, na qual afirmou: ‘Não, não tenhais medo! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo!’.
Entre os seus principais documentos, estão 14 encíclicas, 15 exortações apostólicas, 11 constituições apostólicas e 45 cartas apostólicas.

O Papa polaco foi proclamado beato no dia 1º de maio do ano passado, na Praça São Pedro, no Vaticano, em uma cerimônia que contou com a participação de cerca de um milhão de pessoas, encerrando a penúltima etapa para a declaração da santidade, na Igreja Católica.
Aproveitamos a ocasião para recordar o texto do Decreto sobre o Culto Litúrgico do Beato João Paulo II: DECRETO sobre o culto litúrgico a ser tributado em honra do Beato João Paulo II, Papa.
Um caráter de excepcionalidade, reconhecido por toda a Igreja Católica espalhada sobre a terra, reveste a beatificação do Venerável João Paulo II, de feliz memória, a ser realizada em 1º de maio de 2011, na Basílica de São Pedro, em Roma, presidida pelo Santo Padre Bento XVI. Dada esta realidade extraordinária, após inúmeras solicitações com relação ao culto litúrgico em honra do novo beato, de acordo com os locais e formas estabelecidos pela lei, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos se apressou em comunicar o que foi disposto a este respeito.
Inscrição do novo Beato em calendários particulares 
Dispõe-se que, no calendário próprio da diocese de Roma e das dioceses da Polônia, a celebração do Beato João Paulo II, Papa, seja inscrita em 22 de outubro e celebrada a cada ano como memória.

Sobre os textos litúrgicos, concedem-se como próprios a oração coleta e a segunda leitura do Ofício de Leitura, com o correspondente responsório (ver anexo). Outros textos são retirados do Comum dos pastores, para um papa.

Quanto aos demais calendários próprios, o pedido de registro da memória facultativa do Beato João Paulo II pode ser apresentado à Congregação para as Conferências Episcopais de seu território, pelo bispo diocesano para sua diocese, pelo superior geral para a sua família religiosa.
O Papa Francisco anunciou no dia 30 de setembro, em Consistório ordinário público com os cardeais presentes em Roma, a data da canonização do Papa João Paulo II e do Papa João XXIII, que será no dia 27 de abril de 2014. 
Nesta data, celebra-se o segundo domingo do tempo pascal, Solenidade da Divina Misericórdia, celebração que foi instituída pelo Papa João Paulo II no ano de 2000. Cinco anos mais tarde, João Paulo II viria a falecer na véspera desta grande solenidade. Estes dois bons homens deixaram sua marca na história e nos corações de multidões de fiéis.

Ó Deus, rico de misericórdia, que escolhestes o beato João Paulo II para governar a Vossa Igreja como papa, concedei-nos que, instruídos pelos seus ensinamentos, possamos abrir confiadamente os nossos corações à graça salvífica de Cristo, único Redentor do homem. Ele que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém



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sábado, outubro 19, 2013

“DEUS FARÁ JUSTIÇA AOS SEUS ELEITOS, QUE POR ELE CLAMAM”


Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira
XXIX Domingo do Tempo Comum – Ano C
A parábola do Evangelho não se pode explicar como se tratasse de um simples ensinamento sobre a insistência e a constância na oração. 

Não corresponde ao estilo de Jesus Cristo um ensinamento que induz o discípulo a forçar a vontade de Deus, para O fazer mudar de idéias e obrigá-Lo a fazer aquilo que nós queremos! Pelo contrário, a parábola é provocatória e, para a compreendermos bem, temos de entender a inversão de perspectiva.

Jesus quer dizer, antes de mais, que Deus não é assim: Deus não é injusto e desonesto. Deus não deve ser obrigado a fazer o bem. A insistência de que se fala não é a obstinação ou a fixação religiosa: não é uma atitude filial e confiante que pretende obrigar Deus a fazer o que nós queremos, a fazer a “nossa vontade'. 

Jesus conclui a narrativa com uma pergunta que pretende driblar os Seus ouvintes: se um juiz desonesto cede, com muito maior razão o Senhor, que é bom, misericordioso e justo, acolhe a oração dos Seus Filhos.

A questão, portanto, não é a pessoa a quem se pede, mas aquilo que se pede. De fato, a viúva pedia com insistência que lhe fosse feita “justiça” contra o seu “adversário”(Lc 18,3), e Jesus assegura que Deus “fará justiça bem depressa” aos Seus eleitos, que “por Ele clamam dia e noite” (18,7-8). É este o centro de interesse: a “justiça”.
Poderíamos dizer que se trata de uma parábola paulina, isto é, de uma narração que Lucas aprendeu ouvindo o Apóstolo São Paulo, muito interessando no tema da justiça. Pedir ao senhor que nos “faça justiça”significa desejar com todas as forças tornarmo-nos justos, obter uma boa relação com Ele, crescer na amizade com o Senhor. 

Significa aspirar com força e vencer o nosso adversário, isto é, o mal e aquela inclinação para o mal que é conatural ao nosso caráter. 
Por exemplo: se alguém não consegue perdoar a quem o ofendeu, mas pede ao Senhor com perseverança e convicção que o Senhor o torne capaz de perdoar, acaso Deus não o escutará? 
Se insiste em pedir a humildade e a generosidade, se suplica “noite e dia (isto é, “sempre”), para obter a paciência e a castidade, acaso Deus não o escuta? Escutará certa e “prontamente”, garante Jesus, porque o pedido é perfeitamente conforme à Sua vontade.
Como para Israel no deserto (Primeira Leitura), também na nossa vida se trata de combater contra um adversário poderoso, que não pode ser vencido apenas com as nossas forças humanas. 

A oração, constante e convicta, é sinal de quem confia na ajuda divina, “levanta as mãos” (Ex17m11) e clama continuamente (Lc 18,7), tirando proveito da palavra que escutou, convencido de que pode realizar-se.

O problema, então, está na fé; temo-la, esta fé? Isto é, temos a atitude crente e confiante, para desejar fortemente aquilo que é conforme ao projeto de Deus?










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sexta-feira, outubro 18, 2013

COLETA MISSIONÁRIA


Coordenada pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM), tem como objetivo financiar projetos missionários em todo o mundo. Depois de recolhidos, os envelopes são encaminhados ao Fundo Universal de Solidariedade, em Roma. De lá, as ofertas são redistribuídas em âmbito mundial.

“Estes recursos são importantes. Uma pequena parte deles fica para a organização da campanha e a manutenção das POM, e a maior parte é enviada para o Fundo Universal de Solidariedade, que financia projetos de ajuda à missões, especialmente na Ásia e na África. São projetos como o sustento de dioceses, a manutenção de seminários, obras sociais e assistência aos missionários”, explicou padre Camilo Pauletti, diretor nacional das POM.

As coletas ocorrem anualmente, no mesmo domingo em que se celebra o Dia Mundial das Missões. O montante doado chega às dioceses de acordo com a necessidade de cada uma. Sua finalidade é despertar as vocações missionárias, além de sustentar as atividades de promoção humana e evangelização nos cinco continentes.
Queridos irmãos e irmãs. Este ano celebramos o Dia Mundial das Missões enquanto está-se concluindo o Ano da fé, ocasião importante para reforçar a nossa amizade com o Senhor e o nosso caminho como Igreja que anuncia com coragem o Evangelho. 

 A fé é dom precioso de Deus, o qual abre a nossa mente para que o possamos conhecer e amar. Ele quer se relacionar conosco para fazer-nos partícipes da sua própria vida e tornar a nossa vida mais plena de significado, melhor e mais bela. Deus nos ama!
A fé, porém, precisa de ser acolhida, ou seja, pede a nossa resposta pessoal, a coragem de confiarmo-nos a Deus, de viver o seu amor, gratos pela sua infinita misericórdia. É um dom que não é reservado a poucos, mas que é oferecido com generosidade.
 O anúncio do Evangelho faz parte do ser discípulos de Cristo e é um compromisso constante que anima toda a vida da Igreja. "O ardor missionário é um sinal claro da maturidade de uma comunidade eclesial" (Bent o XVI, Exort. ap. Verbum Domini, 95). Uma comunidade é “adulta” quando professa a fé, a celebra com alegria na liturgia, vive a caridade e anuncia sem cessar a Palavra de Deus, saindo do próprio recinto para levá-la também às “periferias”, sobretudo a quem ainda não teve a oportunidade de conhecer Cristo. A solidez da nossa fé, em nível pessoal e comunitário, mede-se também pela nossa capacidade de comunicá-la a outros, de difundi-la, de vivê-la na caridade, de testemunhá-la a quem encontramos e compartilham conosco o caminho da vida.
O Ano da fé, cinquenta anos depois do início do Concílio Vaticano II, é de estímulo para que toda a Igreja tenha uma consciência renovada da sua presença no mundo contemporâneo, da sua missão entre os povos e as nações. A missionariedade não é somente uma questão de territórios geográficos, mas de povos, de culturas e de cada pessoa, precisamente porque os “confins” da fé não atravessam somente locais e tradições humanas, mas o coração de cada homem e de cada mulher. 
Cada comunidade, portanto, é interpelada e convidada a fazer próprio o mandamento confiado por Jesus aos Apóstolos de ser suas "testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra" (At 1,8), não como um aspecto secundário da vida cristã, mas como um aspecto essencial: todos somos enviados às estradas do mundo para caminhar com os irmãos, professando e testemunhando a nossa fé em Cristo e fazendo-nos anunciadores do seu Evangelho
Frequentemente, a obra de evangelização encontra obstáculos não somente no exterior, mas dentro da própria comunidade eclesial. Às vezes, são fracos o fervor, a alegria, a coragem, a esperança em anunciar a todos a Mensagem de Cristo e em ajudar os homens do nosso tempo a encontrá-lo. Às vezes, ainda se pensa que levar a verdade do Evangelho é fazer violência à liberdade. Paulo VI tem palavras iluminantes a propósito: "Seria ... um erro impor qualquer coisa à consciência dos nossos irmãos. Mas propor a essa consciência a verdade evangélica e a salvação em Jesus Cristo, com absoluta clareza e com todo o respeito pelas opções livres que essa consciência fará ... é uma homenagem a essa liberdade" (Exort, ap. Evangelii nuntiandi, 80).  
É urgente fazer resplandecer no nosso tempo a vida boa do Evangelho com o anúncio e o testemunho, e isso a partir de dentro da Igreja. Porque, neste perspectiva, é importante jamais esquecer um princípio fundamental para todo o evangelizador: não se pode anunciar Cristo sem a Igreja. Evangelizar nunca foi um ato isolado, individual, privado, mas sempre eclesial. 
Paulo VI escrevia que "quando o mais obscuro dos pregadores, dos catequistas ou dos pastores, no rincão mais remoto, prega o Evangelho, reúne a sua pequena comunidade, ou administra um sacramento, mesmo sozinho, ele perfaz um ato de Igreja". Ele não atua "por uma missão pessoal que se atribuísse a si próprio, ou por uma inspiração pessoal, mas em união com a missão da Igreja e em nome da mesma" .
 Levemos a este mundo, com o nosso testemunho, com amor, a esperança doada pela fé! A missionariedade da Igreja não é proselitismo, mas sim testemunho de vida que ilumina o caminho, que traz esperança e amor. 

Gostaria de encorajar todos a fazerem-se portadores da boa nova de Cristo e sou grato de modo especial aos missionários e às missionárias, aos presbíteros fidei donum, aos religiosos e às religiosas, aos fiéis leigos – cada vez mais numerosos – que, acolhendo a chamada do Senhor, deixam a própria pátria para servir o Evangelho em terras e culturas diferentes. 
A solicitude por todas as Igrejas, que o Bispo de Roma compartilha com os irmãos Bispos, encontra uma importante aplicação no empenho das Pontifícias Obras Missionárias, que têm a finalidade de animar e aprofundar a consciência missionária de cada batizado e de cada comunidade, seja evocando a necessidade de uma formação missionária mais profunda de todo o Povo de Deus, seja alimentando a sensibilidade das Comunidades cristãs a oferecer a sua ajuda para favorecer a difusão do Evangelho no mundo.
Por fim, um pensamento aos cristãos que, em várias partes do mundo, se encontram em dificuldade em professar abertamente a própria fé e em ver reconhecido o direito a vivê-la dignamente. São nossos irmãos e irmãs, testemunhas corajosas – ainda mais numerosas do que os mártires nos primeiros séculos – que suportam com perseverança apostólica as várias formas atuais de perseguição. Não poucos arriscam inclusive a vida para permanecer fiéis ao Evangelho de Cristo. Desejo garantir a minha proximidade com a oração às pessoas, às famílias e às comunidades que sofrem violência e intolerância e repito a eles as palavras consoladoras de Jesus: "Coragem, eu venci o mundo" (Jo 16,33).

Bento XVI exortava: "A Palavra do Senhor avance e seja glorificada (2 Ts 3, 1)! Possa este Ano da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só n’Ele temos a certeza para olhar o futuro e a garantia dum amor autêntico e duradouro" (Carta ap. Porta fidei, 15). 

São os meus votos para o Dia Mundial das Missões deste ano. Abençoo de coração os missionários e as missionárias e todos aqueles que acompanham e apoiam este empenho fundamental da Igreja para que o anúncio do Evangelho possa ressoar em todos os cantos da terra, e nós, ministros do Evangelho e missionários, experimentaremos "a suave e reconfortante alegria de evangelizar" (Paulo VI, Esort. ap. Evangelii nuntiandi, 80).

COLETA PARA AS MISSÕES DIAS 19 E 20 DE OUTUBRO

arqrio.org
pom.org.br
vatican.va




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