Do teu amor materno já temos a certeza, porque te trouxe a nós do rio a
correnteza. E todo o povo acorre, de joelhos te venera: sob o teu manto azul ninguém
se desespera.
Tu és nosso socorro em nossas aflições; guarda junto do teu os nossos
corações.
Ó Virgem sempre bela, ó luz do céu descida, sempre a guiar teus filhos, Senhora
Aparecida.
Louvor e honra ao Filho que pela Virgem vem; no Espírito és o brilho do
Pai eterno. Amém.
Homilia de Padre
Marcos Belizário Ferreira na Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida
“FALTA VINHO”
Em Caná da Galileia , portanto , irá nascer “a nova humanidade”, esposa
de Jesus, “o novo e definitivo esposo” que traz o vinho do amor insuperável,
que chegará na HORA da cruz.
A intervenção da mãe de Jesus tem dois aspectos: por um lado mostra a
Jesus que “eles não têm mais vinho” e, por outro lado dá ordem aos serventes:
“façam tudo o que ele mandar” - ela estimula a buscar o novo que vem na
obediência a Jesus.
A mãe de Jesus personifica aqui todos os que
conservaram a fidelidade a Deus e a esperança nas promessas. Ela constata que
os que não aderem a Jesus “Não têm mais vinho”.
O episódio das
Bodas de Caná é de grande riqueza para quem penetra na estrutura e na intenção
teológica do relato. Este casamento anônimo, no qual os esposos não têm
rosto nem voz própria, é figura da antiga aliança judaica.
Neste casamento falta
um elemento indispensável: falta o vinho, sinal de alegria e símbolo do amor,
como já cantava o Cântico dos Cânticos.
É uma situação
triste que só será transformada pelo “vinho” novo trazido por Jesus.
Um
“vinho”que só o saboreiam aqueles que creem no amor gratuito de Deus Pai e
vivem animados por um espírito de verdadeira fraternidade.
Vivemos numa
sociedade onde cada vez se enfraquece mais a raiz cristã do amor
desinteressado.
Frequentemente, o amor se reduz a um intercâmbio mútuo,
prazeroso e útil, onde cada pessoa busca seu próprio interesse. Ainda se pensa que é melhor amar do que não amar, mas na prática, muitos
estariam de acordo com aquela situação: se amo alguém, é preciso que este o
mereça por algum motivo.
Em algumas
constituições desapareceu o termo “fraternidade”, substituído pela palavra
“solidariedade”. Cabe perguntar se saberemos comprometer-nos numa verdadeira
solidariedade quando não nos reconhecemos como irmãos.
Será que é suficiente
reduzir a convivência a uma correlação de direitos e obrigações? Basta
organizar a vida social como uma mera associação de interesses privados?
Esta sociedade, na qual a pessoa é facilmente utilizada a serviço de
interesses egoístas,
necessita de uma reação vigorosa dos que creem como nós que todo ser humano é intocável, pois é filho de Deus e nosso irmão.
O amor ao irmão como alguém digno de ser amado de maneira absoluta é um “vinho” que começa a escassear.
Mas não devemos esquecer que sem este “vinho” não é possível a verdadeira alegria.
Maria é fonte de inspiração para as comunidades proféticas no esforço constante de dar à luz o projeto de Deus na história.
Maria é ponto de referência para as comunidades-esposas de Jesus, pois ela sugere “fazer tudo o que ele mandar”.
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA,
PADROEIRA DO BRASIL
Na segunda quinzena de outubro de 1717, três pescadores, Filipe Pedroso, Domingos Garcia e João Alves, ao lançarem sua rede para pescar nas águas do Rio Paraíba, colheram a Imagem de Nossa Senhora da Conceição, no lugar denominado Porto do Itaguassu.
Filipe Pedroso levou-a para sua casa conservando-a consigo até 1732, quando a entregou a seu filho Atanásio Pedroso. Este construiu um pequeno oratório onde colocou a Imagem da Virgem que ali permaneceu até 1743. Todos os sábados, a vizinhança reunia-se no pequeno oratório para rezar o terço.
Devido à ocorrência de milagres, a devoção a Nossa Senhora começou a se divulgar, com o nome dado pelo povo de Nossa Senhora Aparecida. A 26 de julho de 1745 foi inaugurada a primeira Capela.
Como esta,
com o passar dos anos, não comportasse mais o número de devotos, iniciou-se em
1842 a construção de um novo templo inaugurado a 8 de dezembro de 1888.
Em
1893, o Bispo diocesano de São Paulo, Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho,
elevou-o à dignidade de “Episcopal Santuário de Nossa Senhora da Conceição
Aparecida”. A 8 de setembro de 1904, por ordem do Papa Pio X, a Imagem milagrosa foi solenemente coroada, e a 29 de abril de 1908 foi concedido ao Santuário o título de Basílica menor. O Papa Pio XI declarou e proclamou Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil a 16 de julho de 1930, “para promover o bem espiritual dos fiéis e aumentar cada vez mais a devoção à Imaculada Mãe de Deus”.
A 5 de março de 1967 o Papa Paulo VI ofereceu a “Rosa de Ouro” à
Basílica de Aparecida. Em 1952 iniciou-se a construção da nova Basílica
Nacional de Nossa Senhora Aparecida, solenemente dedicada pelo Papa João Paulo
II a 4 de julho de 1980.
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