Uma data esquecida, mas que, sobretudo hoje, vale a pena recordar. Nascituro,
o que está para nascer, é o que todos nós fomos um dia, no útero de nossa mãe.
Ali teve início nossa existência, graças a Deus.
Foi escolhido o dia 8 de outubro, por ser próximo ao dia em que se
celebra a Padroeira do Brasil (12 de outubro), cujo título, ao evocar a
concepção, lembra o fruto correspondente: Nossa Senhora da Conceição Aparecida,
Mãe de Deus que se fez homem, Jesus Cristo, nascituro em seu seio, que faz João
Batista exultar de alegria no ventre de Isabel (Lc. 1,39-45).
Paradoxalmente, ao mesmo tempo em que nos maravilhamos com as atuais
descobertas científicas sobre os meses iniciais de nossa vida, quando nossa
afetividade e psicologia pessoais começam a ser formadas, constata-se a
existência de ataques à vida humana nascente. A propósito, diante da atual banalização da vida e de opiniões favoráveis ao aborto, defendido por inúmeras pessoas influentes,
é importante lembrar que
a Igreja compreende as situações difíceis que levam mães a abortar, mas, por
uma questão de princípios, defende com firmeza a vida do nascituro
S. João Paulo II nos ensina na Carta Encíclica "Evangelium Vitae" (Sobre Valor e a Inviolabilidade da Vida Humana):
S. João Paulo II nos ensina na Carta Encíclica "Evangelium Vitae" (Sobre Valor e a Inviolabilidade da Vida Humana):
“É verdade que, muitas vezes, a opção de abortar reveste para
a mãe um caráter dramático e
doloroso: a decisão de se desfazer do fruto concebido não é tomada por razões puramente egoístas ou de comodidade, mas porque se quereriam salvaguardar alguns bens importantes como a própria saúde ou um nível de vida digno para os outros membros da família.
doloroso: a decisão de se desfazer do fruto concebido não é tomada por razões puramente egoístas ou de comodidade, mas porque se quereriam salvaguardar alguns bens importantes como a própria saúde ou um nível de vida digno para os outros membros da família.
Às vezes, temem-se para o nascituro condições de existência tais que
levam a pensar que seria melhor para ele não nascer.
Mas essas e outras razões semelhantes, por mais graves e dramáticas que sejam, nunca podem justificar a supressão deliberada de um ser humano inocente” (n. 58).
Mas essas e outras razões semelhantes, por mais graves e dramáticas que sejam, nunca podem justificar a supressão deliberada de um ser humano inocente” (n. 58).
E,
usando da prerrogativa da infalibilidade, o Papa define: “Com a autoridade que
Cristo conferiu a Pedro e aos seus sucessores, em comunhão com os Bispos – que
de várias e repetidas formas condenaram o aborto e que... apesar de dispersos
pelo mundo, afirmaram unânime consenso sobre esta doutrina - declaro que o
aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, constitui sempre uma
desordem moral grave, enquanto morte deliberada de um ser humano inocente.
Tal doutrina está fundada sobre a lei natural e sobre a Palavra de Deus
escrita, é transmitida pela tradição da Igreja e ensinada pelo Magistério
ordinário e universal” (n. 62).
Agradeçamos ao Criador pelo dom da vida que nos deu, e renovemos o nosso
compromisso de lutar pela vida daqueles que, como nós fomos também, ainda não
têm voz, mas que são chamados a um dia agradecerem a Deus por tão grande dom. Lutemos
pela vida, contra o aborto.
Dom Fernando
Arêas Rifan
Bispo da
Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
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