Se existe uma missão urgente, a qual somos chamados a
realizar em nossos dias, esta é a construção da paz. Todo este alarido,
todo este medo que toca nossas vidas tão de perto, tem o poder de tirar de
nossos corações a paz. Tem o poder de tirar de nosso meio social a paz. Hoje,
deixamos de ser uma sociedade feliz porque vivemos na insegurança da falta de
paz. É aqui que entra o compromisso evangelizador da Igreja em favor da paz.
A paz, de uma parte, é fonte e, de outra parte, é
consequência. Considerando que a paz é cultivada no coração das pessoas, a
primeira função da missão eclesial, no que se refere a promoção da paz,
consiste em favorecer a criação de mananciais de paz nos corações das pessoas.
Existem inúmeros caminhos para isto acontecer, a começar da espiritualidade
que, infelizmente, parece estar declinando em muitas comunidades.
A paz social é o fruto imediato da paz cultivada nos
corações das pessoas. Se nossos corações estiverem alimentados pelo medo, então
seremos uma comunidade covarde e deixaremos que a construção social seja feita
por pessoas que não querem a paz, mas a violência que ameaça a vida. Como
cristãos, somos chamados a cultivar e a promover a paz em nossos corações para
que a paz possa ser cultivada e promovida no meio da sociedade. A paz não se
cultiva de fora para dentro, mas a partir de dentro, do coração, para
contaminar a sociedade.
Ninguém de nós pensa que se trata de tarefa fácil. Nem mesmo
Jesus a entendia deste modo, tanto que no Evangelho deste Domingo, Jesus
garante a presença do Espírito Santo para a promoção da paz em nossas vidas
pessoais e na comunidade. É o Espírito Santo que nos defenderá do medo de
promover a paz e que nos ensinará como deverá acontecer esta promoção.
Este Domingo coincide com a celebração do “Dia do Trabalho”,
1º de maio. Papa Francisco tem repetido inúmeras vezes que a falta de trabalho
é uma agressão à dignidade da pessoa humana. Hoje, passando pela crise moral,
política e econômica, entendemos que o desemprego é o caminho mais curto que
ameaça a paz. Este é um motivo pelo qual devemos estar prontos e disponíveis
para fazer de tudo em favor de uma sociedade pacífica e cultivadora da paz.