Estamos diante das narrativas de aparições do ressuscitado que segundo os exegetas seriam (16,9-20) acréscimos posteriores, feitos pela Igreja estruturada, provavelmente já no segundo século, a qual achou por bem reforçar neste Evangelho a dimensão do Cristo glorioso.
Glorioso porque? A razão é simples. Os Apóstolos estavam angustiado por não poder realizar o seu sonho de levar o Evangelho a todos os povos conforme Jesus os havia mandado. Pois, eles enviados pelo poder que Jesus recebeu do Pai, os apóstolos deveriam partir, dispostos a caminhar por todas as estradas do mundo, e a anunciar a Boa Nova da salvação a quantos encontrassem. Ninguém podia ser deixado de lado, pois a salvação é um direito de todos. Assim como hoje também os discípulos muitas vezes vacilaram. Tiveram medo de anunciar e pregar o Evangelho com viva voz. E então ressurge Jesus e os confirma na fé dando-lhes a certeza da sua presença entre eles.
Para que eles não ficassem duvidando dá-lhes sinais visíveis e concretos. O primeiro sinal é o de adesão. Assim, Jesus envia-lhes soprando sobre eles afim de que recebam a Força do Espírito Santo. Portanto, o sinal de adesão a Jesus se dá no batismo feito “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Ele é a forma de vincular toda a humanidade com o Pai, por meio de Jesus, na força do Espírito Santo. Desta comunhão de amor deveria surgir uma humanidade nova, fundada na filiação divina e na fraternidade.
Por sua vez os apóstolos têm como tarefa levar os novos discípulos a pautar suas vidas pelos ensinamentos do Mestre. Bastaria ensinar os batizados a observar tudo quanto Jesus lhes havia ensinado: nada mais do que amar a Deus e ao próximo, como fora explicitado no Sermão da Montanha.
Uma certeza deveria animar os apóstolos: o Ressuscitado estaria para sempre junto deles, incentivando-os a serem fiéis à missão. Portanto, nada de se deixarem abater pela grandiosidade e pelas exigências da tarefa recebida.
Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura! Ou seja, tornai-vos a esperança dos homens, vós que sois, para vós mesmos, causa de desespero. Descobrireis a extensão de vossa incredulidade quando virdes o mundo crer em vossa palavra, vós que sequer confiastes no testemunho de vossos olhos. Sabereis qual a dureza de vosso coração, quando virdes no mundo inteiro os povos mais selvagens proclamarem meu nome sem jamais me terem visto, enquanto vós me renegastes quando vivi entre vós.
Vereis pela terra homens divididos, homens encerrados em ilhas, encravados em rochedos, perdidos no deserto, mágicos, gregos tagarelas, romanos bem-falantes, procurarem a fé pela própria fé, que vós procurastes com a mão e com o dedo no fundo de minhas chagas.
Assim Jesus enviou os Apóstolos ontem, assim faz com você. Ele está enviando hoje a você meu irmão, minha irmã como testemunha de Sua Paixão, de Sua Morte e Ressurreição; aceite que olhe mais de perto esses mistérios. Não deixe que a sua lentidão se serva de obstáculos para os seus irmãos e irmãs. Não tenha medo. Ele está com você. Nada acontecerá com você durante a sua missão. Saiba que a sua disponibilidade em aceitar o convite do anúncio do Evangelho vai fortificar a fé daqueles que hão de crer por meio de você. Quem crer e for batizado será salvo (Mc 16, 16), diz o Evangelho.
Como batizado, batizada saiba que, a fé é para o Batismo o que a alma é para o corpo. Assim, aquele que nasce da água vive da fé: O justo, diz S. Paulo, viverá pela fé (Rm 1, 17). Portanto, aceite o convite, não tenha medo, coloque-se ao serviço do Senhor, servindo os seus irmãos. Seja testemunha do Senhor Ressuscitado.
Carreata
Avenida Niemeyer e Estrada da Gávea
Chegada da imagem na Igreja
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Comunidade Paroquial abençoa com gesto de paz o bairro de São Conrado