segunda-feira, abril 09, 2018

CELEBRAÇÃO DO SACRAMENTO DA CRISMA



A vitória da fé na vida cristã

A tradição litúrgica da Igreja propõe para o 2º Domingo da Páscoa, que celebramos hoje, a necessidade da fé como condição para aceitar a Ressurreição de Jesus. Uma condição imprescindível para ser discípulo e discípula de Jesus. Por isso, a Palavra que ouvimos convida-nos a refletir sobre a vitória da fé, anunciada por João, na 2ª leitura, e resumida por São Tomé, na sua conhecida profissão de fé: "meu Senhor e meu Deus!" A vitória da fé aparece principalmente em quem, mesmo sem ver, entende que em Jesus Cristo o fim da vida tem um sentido e se apresenta como o início de um novo modo de viver. A maturidade da fé, expressão da vitória da fé, é capaz de perceber a semente de uma nova vida lá onde todos entendem, ou percebem, ou imaginam, que se trata do fim. A fé na Ressurreição nos diz que a morte não é o fim; é o início de uma vida nova. 


A fé vai se clareando aos poucos

Nossas reflexões da Vigília Pascal e do Domingo da Páscoa insistiam na busca da luz que, a semelhança do sol, vai surgindo e brilhando pouco a pouco até o esplendor da luminosidade, ao meio-dia. Assim como o dia vai se clareando aos poucos, assim acontece com a dinâmica da fé: as coisas vão se clareando pouco a pouco. Não se compreende tudo de uma vez. É preciso sempre voltar à Ressurreição de Jesus e se deixar iluminar sempre mais para perceber e, depois, compreender o Mistério divino. João, que leremos na 2ª leitura deste Tempo Pascal, é mestre neste clarear os fatos para iluminar as situações da vida pessoal e da história, na qual estamos envolvidos. Na 2ª leitura, João diz que a fé vence o mundo. O que significa isso?



A vitória da fé e o mundo

João é muito claro ao dizer que a nossa fé é a vitória sobre o mundo. Dizem os estudiosos que a palavra “mundo”, nos escritos de São João, significa: a mentira, as armadilhas, as atrações... tudo aquilo, enfim, que pode enganar-nos e desviar-nos da verdade divina. João continua dizendo que o vencedor do mundo é aquele crê que Jesus é o Filho de Deus. É a mesma conclusão, a qual chega Tomé, depois do encontro com Jesus ressuscitado, quando diz: “meu Senhor e meu Deus!” É preciso destacar que a fé cristã não é um sentimento abstrato; ela se concretiza em viver como filhos e filhas de Deus. E para isso, diz João, na 2ª leitura, uma coisa é necessária: viver no amor, guardando os Mandamentos. Quando vivemos no amor, a fé vai clareando pouco a pouco nossa vida, assim como o sol clareia pouco a pouco um novo dia. Fé e amor constituem, portanto, o sentido da vida cristã. A fé sempre promove o amor e este amor se manifesta na fraternidade, como descrito na 1ª leitura. Uma fé sem obras é morta, diz São Tiago. Por isso, não basta crer com o sentimento, é preciso crer e produzir frutos pelo amor fraterno. É nesta dinâmica de fé e de produzir frutos no amor que tornamos misericordiosos como Deus é misericordioso. Amém!