terça-feira, agosto 28, 2018

29 DE AGOSTO, MARTÍRIO DE SÃO JOÃO BATISTA



Ele é tão importante que a Igreja o homenageia tanto no dia do martírio (29 de agosto) quanto no do nascimento (24 de junho) 

É fácil reconhecer São João Batista, um dos santos mais retratados na arte cristã: o profeta que se alimentava de gafanhotos e mel silvestre usa uma veste de pele de camelo e um cinto e está quase sempre junto a um cordeiro, imagem que evoca Jesus, o Cordeiro de Deus.

João, cujo nome significa “Deus é misericórdia”, é o último profeta do Antigo Testamento.

Ele é tão importante que a Igreja o homenageia tanto no dia do seu martírio (29 de agosto) quanto no do seu nascimento (24 de junho). Aliás, São João Batista, junto com Jesus e Nossa Senhora, é o único santo a quem a Igreja celebra no dia do nascimento neste mundo, já que a tradição é celebrar os santos apenas no dia do seu nascimento para a vida eterna.

Nascimento



São João Batista teria nascido em Ain Karim, cerca de 7 quilômetros a oeste de Jerusalém, numa família sacerdotal: seu pai, Zacarias, era da classe de Abias, e sua mãe, Isabel, descendia de Aarão. “Chamar-se-á João”, afirmou seu pai. 

No décimo quinto ano de Tibério (28-29 d.C.), João iniciou a sua missão no rio Jordão: pregar e batizar. É daí que vem o apelido “Batista”. 

Quando batiza Jesus, João revela a identidade do Filho de Deus: 

“Eis o Cordeiro de Deus, eis aquele que tira o pecado do mundo!”


O martírio


Impelido pela missão profética, João Batista denuncia os pecados do governador da Galileia, o rei Herodes, que tinha sequestrado a própria cunhada Herodíades e vivia com ela como se fossem esposos.

O Batista é preso em Maqueronte, na costa oriental do Mar Morto. Salomé, a filha de Herodíades, ganha do rei o direito de pedir o que desejasse. Sua mãe, vingativa, a instiga a fazer um pedido assassino:

“Quero que me dês imediatamente, numa bandeja, a cabeça de João, o Batista” (Mc 6,25).

E foi assim que o santo precursor de Cristo sofreu o martírio.

Seu corpo não achou a paz neste mundo nem sequer após a morte. Nos tempos do imperador Juliano, o Apóstata, em 361-362, o sepulcro do Batista foi profanado e queimado. Suas cinzas, segundo a tradição, estão hoje na catedral de São Lourenço, em Gênova, Itália, para onde os cruzados as teriam levado em 1098.


Padroeiro

São João Batista é padroeiro dos injustiçados por causa da fé: uma situação particularmente atual em meio à grande onde de violência e martírio sofrida pelos cristãos do nosso tempo em todo o mundo.


Sim: os cristãos ainda são, em 2017, a religião mais perseguida do mundo.
Em 2016, pelo menos 90.000 cristãos foram assassinados simplesmente por causa da sua fé

Em 2016, aproximadamente 90.000 cristãos foram mortos em todo o planeta simplesmente por causa da sua fé, o que mantém o cristianismo como a religião mais perseguida do mundo. Este número, que equivale a 1 cristão assassinado a cada 6 minutos, ficou ligeiramente abaixo dos 105.000 que foram mortos em 2015 apenas por serem cristãos.

Quase um terço das mortes em 2016 foram perpetradas por fanáticos extremistas como os do autodenominado Estado Islâmico, mas também houve assassinatos decorrentes de perseguição estatal.

Massimo Introvigne, diretor do CESNUR (Centro Studi sulle Nuove Religioni, ou Centro de Estudos sobre as Novas Religiões, em italiano), declarou à Rádio Vaticano que aproximadamente 70% dos cristãos martirizados em 2016 moravam em áreas tribais da África: parte dessas mortes se deveu ao fato de os cristãos muitas vezes se negarem a pegar em armas durante os muitos conflitos locais.

O Center for the Study of Global Christianity (Centro de Estudos sobre a Cristandade no Mundo) também monitora e estuda os dados sobre o martírio cristão histórico e contemporâneo. A entidade estima que entre 2005 e 2015 houve 900.000 mártires cristãos em todo o planeta, média de 90.000 por ano. Segundo este centro, devem ser levados em conta argumentos históricos, sociológicos e teológicos na quantificação do martírio cristão ao longo do tempo. Sua definição de mártir cristão é esta: “Crentes em Cristo que perderam a vida prematuramente, em situações de testemunho, em decorrência direta de hostilidade humana“.

O número de cristãos martirizados em 2016, na realidade, é provavelmente superior a 90.000, já que os estudos não conseguiram incluir os dados da China e da Índia, justamente os dois países mais populosos do planeta e nos quais, por causa da perseguição, há grandes comunidades cristãs clandestinas. Nesse contexto, o número de cristãos martirizados é difícil de quantificar.