segunda-feira, março 11, 2019

I DOMINGO DA QUARESMA



A primeira proposta da Palavra, no início desta caminhada espiritual, convida-nos a sermos agradecidos a Deus. A 1ª leitura descreve uma prática religiosa: no dia da colheita, o judeu colocaria num cesto os primeiros frutos colhidos para oferecer a Deus, no Templo. Este gesto livra da tentação de se considerar onipotente, que pode tudo graças à inteligência ou às tecnologias. Ser agradecido a Deus é livrar-nos da tentação da arrogância, da tentação do orgulho porque se reconhece que tudo vem de Deus. 

Jesus não escolhe partir para o deserto. É conduzido pelo Espírito Santo. E aí, é afrontado pelo espírito do mal. Também nós não escolhemos viver no coração deste mundo em que Deus Se tornou desinteressante. Deserto para as nossas vidas de crentes… para a nossa Igreja… com todas as tentações ligadas às nossas faltas: lassidão, desencorajamento, desejo de nos retirarmos de uma Igreja que nos desconcerta e de abandonarmos Deus… Por causa de Jesus sabemos que a travessia do deserto é possível. O seu Espírito acompanha-nos e apoia as nossas escolhas de crentes. “Acredita no teu coração…”, diz-nos Paulo na Carta aos Romanos. A Quaresma, travessia do deserto… A Quaresma, convite a reavivar a nossa esperança!

As tentações de Jesus fazem uma descrição teológica, em sentido programático, daquilo com o qual ele se confrontaria na sua vida pública (E). Os exegetas chamam atenção ao paralelismo entre o povo de Israel, chamado de Filho de Deus, e Jesus, o Filho de Deus encarnado. Povo que peregrinou por 40 anos no deserto e Jesus que permanece no deserto por 40 dias. O povo que foi provado (tentado) no deserto, como Jesus que é tentado no deserto. A diferença, neste caso, consiste no fato de Jesus ter resistido ao tentador pela sua fidelidade filial, com convém a um verdadeiro Filho de Deus. No deserto, o povo fez Aliança com Deus, prontificando-se a fazer a vontade divina em tudo, mas se envolveu em várias infidelidades. Jesus passa pelas mesmas provações do povo, mas se mantém fiel ao projeto divino; é pela sua fidelidade e total confiança no projeto do Pai que vence o tentador. Assim vive o Filho de Deus e assim se comporta o Filho de Deus diante do tentador: na fidelidade e com confiança. São Paulo sintetiza isso ao dizer que “é crendo no coração que se alcança a justiça e é confessando a fé com a boca que se consegue a Salvação”

















AGRADECIMENTO E DESPEDIDA DO SEMINARISTA VÍTOR QUE TRABALHOU NA PARÓQUIA DE SÃO CONRADO NOS ANOS DE 2017 E 2018.