Neste
ano de 2019 além de celebrarmos o XIX Domingo do Tempo Comum também foi
celebrado os 28 anos de Ordenação Sacerdotal do nosso pároco Padre Marcos.
O
Livro da Sabedoria (1L), não muito usado em nossas Liturgias Dominicais, situa
a perícope deste 19DTC-C na sua terceira parte e refere-se à História de
Israel, especialmente a experiência do Êxodo. Uma clara insinuação que para
compreender o presente é importante considerar o passado; conhecer a história.
É um dado importantíssimo, porque Deus se revela na história e pela história.
Existem fatos recorrentes da ação divina, presentes na história, que são
indicativos para o bem da vida pessoal e para o bem do povo, fazendo amadurecer
e crescer a esperança: "o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem e que
confiam esperando em seu amor" (SR). Na 2ª leitura, o autor da carta aos
Hebreus une a fé à esperança e lê a história (o passado) destacando a fé e a
esperança dos patriarcas.
A
reflexão do passado, diz o autor do Livro da Sabedoria (1L), ajuda a distinguir
o essencial do secundário. É o que a Psicologia classifica como
"experiência de vida". Por isso, a leitura do passado não é algo
repetitivo, sempre igual, mas é um movimento, uma dinâmica que provoca
consequências no futuro. Isto é perceptível na parábola de Jesus, no Evangelho
deste Domingo, e também na 2ª leitura, convidando a viver o presente
fundamentando-se na esperança em Deus.
A
noite é um arquétipo simbólico do perigo de assaltos para roubar nossas casas.
Não à toa nos prevenimos com chaves e alarmes. É neste contexto que Jesus
inicia a parábola da volta do Filho do Homem e, estranhamente, comparando-o a
um ladrão. O foco, contudo, não está no ladrão, mas na vigilância do servo.
Toda a primeira parte do Evangelho deste 19DTC-C são orientações de como ter
uma vida vigilante e estar preparado para o encontro com o Senhor. Tudo se
resume em colocar o coração, não nos tesouros da terra, mas nos tesouros do
Reino de Deus (E).
Tudo
indica que seremos julgados pelo modo como "formatamos" nosso
coração: pelas riquezas da terra ou pelas riquezas do Reino. A parábola de
Jesus não diz que o julgamento final irá acontecer no encontro com um juiz, mas
com um patrão que se transforma em servo: "ele mesmo vai cingir-se,
fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá" (E). Não um tribunal
para condenar, mas convite para sentar-se à mesa e ser servido pelo próprio
patrão.
A
vida presente, portanto, prepara o encontro definitivo com o Senhor e, para
isso, a importância de cultivar a virtude da vigilância, simbolizada por Jesus
na "lâmpada acesa" (E). Na prática, a vigilância não consiste em se
policiar, mas em viver desapegado dos bens terrenos e para isso: vender os bens,
dar esmola, não ser violento, não cair na gula e na bebedeira. Não é o Filho do
Homem que julga, ele voltará para servir os servos bons (E). Seremos julgados
pelos nossos comportamentos e valores; estes é que nos julgam e determinam
nosso destino.
CELEBRAÇÃO DOS 28 ANOS DE ORDENAÇÃO
DO PADRE MARCOS