segunda-feira, agosto 12, 2019

XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM






Neste ano de 2019 além de celebrarmos o XIX Domingo do Tempo Comum também foi celebrado os 28 anos de Ordenação Sacerdotal do nosso pároco Padre Marcos.

O Livro da Sabedoria (1L), não muito usado em nossas Liturgias Dominicais, situa a perícope deste 19DTC-C na sua terceira parte e refere-se à História de Israel, especialmente a experiência do Êxodo. Uma clara insinuação que para compreender o presente é importante considerar o passado; conhecer a história. É um dado importantíssimo, porque Deus se revela na história e pela história. Existem fatos recorrentes da ação divina, presentes na história, que são indicativos para o bem da vida pessoal e para o bem do povo, fazendo amadurecer e crescer a esperança: "o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem e que confiam esperando em seu amor" (SR). Na 2ª leitura, o autor da carta aos Hebreus une a fé à esperança e lê a história (o passado) destacando a fé e a esperança dos patriarcas.

A reflexão do passado, diz o autor do Livro da Sabedoria (1L), ajuda a distinguir o essencial do secundário. É o que a Psicologia classifica como "experiência de vida". Por isso, a leitura do passado não é algo repetitivo, sempre igual, mas é um movimento, uma dinâmica que provoca consequências no futuro. Isto é perceptível na parábola de Jesus, no Evangelho deste Domingo, e também na 2ª leitura, convidando a viver o presente fundamentando-se na esperança em Deus.

A noite é um arquétipo simbólico do perigo de assaltos para roubar nossas casas. Não à toa nos prevenimos com chaves e alarmes. É neste contexto que Jesus inicia a parábola da volta do Filho do Homem e, estranhamente, comparando-o a um ladrão. O foco, contudo, não está no ladrão, mas na vigilância do servo. Toda a primeira parte do Evangelho deste 19DTC-C são orientações de como ter uma vida vigilante e estar preparado para o encontro com o Senhor. Tudo se resume em colocar o coração, não nos tesouros da terra, mas nos tesouros do Reino de Deus (E).

Tudo indica que seremos julgados pelo modo como "formatamos" nosso coração: pelas riquezas da terra ou pelas riquezas do Reino. A parábola de Jesus não diz que o julgamento final irá acontecer no encontro com um juiz, mas com um patrão que se transforma em servo: "ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá" (E). Não um tribunal para condenar, mas convite para sentar-se à mesa e ser servido pelo próprio patrão.

A vida presente, portanto, prepara o encontro definitivo com o Senhor e, para isso, a importância de cultivar a virtude da vigilância, simbolizada por Jesus na "lâmpada acesa" (E). Na prática, a vigilância não consiste em se policiar, mas em viver desapegado dos bens terrenos e para isso: vender os bens, dar esmola, não ser violento, não cair na gula e na bebedeira. Não é o Filho do Homem que julga, ele voltará para servir os servos bons (E). Seremos julgados pelos nossos comportamentos e valores; estes é que nos julgam e determinam nosso destino.














CELEBRAÇÃO DOS 28 ANOS DE ORDENAÇÃO DO PADRE MARCOS