1 – Assunção no Domingo e Vocação religiosa
A
Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, no calendário litúrgico, está agendada
para o dia 15 de agosto. No Brasil, por questões pastorais, considerou-se por
bem transferi-la para o primeiro Domingo depois do dia 15 de agosto. No
contexto do Mês Vocacional, este Domingo é dedicado a orações pelas Vocações
Religiosas; vocação de pessoas que consagram suas vidas pelo discipulado, na
vivência de um carisma específico. Maria Santíssima, a Mãe de Jesus, é modelo
de discípula consagrada por colocar sua vida totalmente à disposição do projeto
divino na simplicidade e na disponibilidade do serviço. O ícone desta
disponibilidade a Deus e aos irmãos está descrito na primeira parte do
Evangelho que acabamos de ouvir: depois de se disponibilizar ao serviço de
Deus, acolhendo a proposta de ser Mãe de Jesus, se disponibiliza ao serviço
fraterno, indo ajudar sua prima Isabel. A vocação dos consagrados é uma vocação
de serviço a Deus e aos irmãos.
2 – Deus se coloca ao lado dos fragilizados
O
exemplo divino, na 1ª leitura, indica o modo divino de colocar-se a serviço
pela defesa da vida dos fragilizados. Deus se coloca a serviço da vida humana e
luta contra o dragão que procura devorar a vida da mulher que está para gerar
uma nova vida. Deus intervém e salva a vida da mulher, símbolo da fragilidade
humana e mais fragilizada ainda por estar grávida. A mulher do Apocalipse
representa a Igreja — ilustrado no salmo responsorial — que se depara com a
realidade de que as armas do bem são frágeis e assim devem permanecer. Aceitando
a fragilidade, esta se tornará vencedora e permanecerá fiel ao projeto divino.
A Igreja, diz a 1ª leitura, não poderá jamais pensar em adotar armas poderosas
para derrotar o mal, porque a única arma que pode destruir o mal é a presença
divina entre nós e isto significa comprometer-se com o mesmo estilo divino de
colocar-se ao lado dos pequenos e dos fragilizados.
3 – O Magnificat canta a opção divina pela vida fragilizada
A
Solenidade da Assunção, portanto, celebra a elevação de Maria aos céus considerando
o projeto divino em favor da vida humana, em particular, aquela vida mais
fragilizada. Deus tanto valoriza a vida humana que a conduz para junto de si,
no corpo da Virgem Maria. O canto do Magnificat, no Evangelho, ilumina-se na
mesma dinâmica da luta contra o poder do mal. O canto de Maria demonstra que
Deus faz opção pelos pobres e debilitados. Diante da vida humana, Deus não fica
neutro, mas toma partido em favor da vida fragilizada. Deus é aquele que
dispersa os soberbos de coração e derruba os poderosos de seus tronos; quer
dizer, insere-se na história e nela atua pela sua misericórdia. A Solenidade da
Assunção, portanto, celebra Maria que, mesmo humilde e pobre, coloca-se a
serviço do projeto divino, sem temer as forças de tantos dragões que ameaçam e
investem contra a vida humana. Amém!