segunda-feira, agosto 26, 2019

XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM






1 – Símbolo da porta estreita

Depois de ouvir a Palavra, especialmente o Evangelho, precisamos concordar que a imagem que temos de Deus nem sempre coincide com a imagem proposta por Jesus, na sua parábola da porta estreita. Deus é apresentado como patrão que tem a chave da porta, e ainda mais de uma porta estreita, e ameaça fechá-la e deixar-nos do lado de fora. Esta não é uma imagem simpática de Deus. Preferimos a imagem do Deus misericordioso, que acolhe os pecadores porque, temos a impressão que, mesmo errando, mesmo pecando, Deus é visto como mais "tolerante". É uma Palavra que pode ser considerada como ameaçadora, mas, de outro lado, também pode ser considerada como um sinal de alerta, como uma correção, no dizer da 2ª leitura, para incentivar-nos a viver e cultivar a vigilância, porque não basta dizer que “comemos e bebemos com Deus”, que rezamos algumas preces decoradas, que fomos batizados... é preciso algo mais para passar pela porta estreita.



2 – Ameaça ou convite à vigilância 

Por isso, eu convido a não considerar o sinal da "porta estreita" como ameaça, mas sim como um sinal de encorajamento para ser educado por Deus, no dizer do autor da Carta aos Hebreus: "meu filho, não desprezes a educação do Senhor" e, algumas linhas mais adiante: "acertai os passos dos vossos pés para que não se extravie”. O sinal da “porta estreita” indica, portanto, que a Salvação é uma meta que exige a coerência de vida. Não basta ter ouvido o Evangelho, como diz Jesus na parábola; isto pode ser uma ilusão. A ilusão de que o conhecimento em forma de informação religiosa é o suficiente para passar pela "porta estreita". Cristãos informados que Deus é bom, que Jesus veio ao mundo, que fez milagres, que mantém algumas práticas de rituais... É a ilusão de permanecer na informação e não acolher e, por isso, não viver segundo o Evangelho.



¨ É preciso ter consciência de que o acesso ao "Reino" não é, nunca, uma conquista definitiva, mas algo que Deus nos oferece cada dia e que, cada dia, nós aceitamos ou rejeitamos. Ninguém tem automaticamente garantido, por decreto, o acesso ao "Reino", de forma que possa, a partir de uma certa altura, ter comportamentos pouco consentâneos com os valores do "Reino". O acesso à salvação é algo a que se responde - positiva ou negativamente - todos os dias e que nunca é um dado totalmente seguro e adquirido. 



3 – Vocação do catequista

Neste último Domingo de agosto, mês vocacional, comemoramos o “Dia do Catequista”. Considero que seja uma data importante dentro da comunidade, porque a catequese é uma das principais fontes de evangelização da Igreja. Torna-se ainda mais importante, nos dias de hoje, porque muitas famílias não plantam ou não tem sementes para plantar o Evangelho em suas casas. Por isso, são os catequistas que, não poucas vezes, semeiam as primeiras sementes da fé nos corações de crianças, adolescentes, jovens e adultos. São eles que mostram o caminho do Evangelho para passar pela “porta estreita”, como ouvimos no Evangelho. Disto, faço dois convites. Um para que os pais sejam os primeiros catequistas, semeadores das primeiras sementes da fé e do Evangelho. Segundo, para que aqueles que se sintam vocacionados à catequese, tornem-se servidores da comunidade pela evangelização na catequese e com a catequese. Parabéns e muito obrigado aos catequistas de nossa comunidade. Amém!