1 –
Ressurreição dos mortos
Peço
licença para refletir com vocês a ressurreição dos mortos com uma homilia
catequética. Muitas homilias são vivenciais, indicativas do estilo de vida do
cristão como discípulo e discípula de Jesus e, outras homilias, como a de hoje,
são catequéticas. O motivo é ajudá-los a compreender o que a doutrina da Igreja
entende por ressurreição dos mortos. Vejam que a Igreja fala de ressurreição
dos mortos e jamais de reencarnação. Nós não cremos na reencarnação, mas na
ressurreição dos mortos. Quem crê na reencarnação nega a ressurreição dos
mortos, nega que Deus pode ressuscitar alguém da morte, nega que a morte de
Jesus Cristo tenha valor redentor. Este é o primeiro ponto: não cremos na
reencarnação, mas cremos na ressurreição dos mortos.
2 –
Ressurreição dos mortos e reencarnação
Não
quero ser polêmico e nem discutir com quem professa uma fé diferente da nossa,
crendo na reencarnação. É importante ter conceitos claros do que é ressurreição
dos mortos e o que é reencarnação. Tanto a 1ª leitura como o Evangelho — além
de outros textos Bíblicos — não citam, em nenhum momento, que os mortos voltam
ou que precisam de purificação reencarnando-se em pessoas vivas. A
reencarnação, portanto, não tem fundamento Bíblico. A Bíblia sempre fala em
ressurreição; todas as passagens Bíblicas, ao contrário, sempre indicam e
fortalecem a fé e a esperança na ressurreição dos mortos. A reencarnação diz
que o espírito dos mortos não ressuscita, mas vagam pelo tempo e se reencarna
em pessoas, impedindo que as pessoas sejam elas mesmas, porque precisam viver
pagando pecados de quem já morreu. Negam assim a liberdade pessoal de alguém,
que vive condenado a viver pelos pecados de outro. Ora, isso não é fé cristã:
nós morremos e Deus nos ressuscita para a vida eterna ou para morte eterna,
como ensina Jesus, de acordo com o modo como vivemos nesta terra.
3 – O
ensinamento de Jesus
Jesus
jamais fala de reencarnação, mas sempre de ressurreição dos mortos. O Evangelho
que acabamos de ouvir é um exemplo disso. Existem outros ensinamentos, como por
exemplo, aquele que Jesus garante que temos um lugar na Casa do Pai (Jo
14,2-3). Os saduceus, grupo religioso do tempo de Jesus, não acreditava na
ressurreição dos mortos, provocam Jesus sobre este tema da ressurreição dos
mortos. Percebam que Jesus fundamenta sua resposta num texto conhecido do
Antigo Testamento, que se encontra em Ex 3. Quer dizer, não trata a pós-morte
com teorias, mas com fundamentos tirados da própria Sagrada Escritura. E o
principio de Jesus é muito simples de entender: Deus é a fonte da vida e por
isso ele não é o Deus dos mortos, mas dos vivos. Deus é a fonte da vida e nos
criou únicos e não para sermos corpos que servem de espíritos de mortos, como
prega a doutrina da reencarnação. O que Jesus revela de modo muito confortante,
é que depois da morte não ficaremos vagando pelo espaço, mas, seremos iguais aos anjos porque somos filhos e filhas
do Deus vivo e do Deus da vida. Amém!