1 – A
normalidade da vida e o fim do mundo
Como
sabemos, no final do Ano Litúrgico e início de um novo Ano Litúrgico, a Palavra
convida-nos a refletir sobre final dos tempos. A profecia de Malaquias fala do
“Dia do Senhor”, que é o dia do julgamento final e, Jesus, no Evangelho,
comenta sobre catástrofes naturais e sobre guerras. Um cenário que explica o
fim do mundo pela destruição. A finalidade da Palavra, na Liturgia deste
penúltimo Domingo do Tempo Comum, é chamar atenção para o fim de todas as
coisas: as pedras e a beleza do grandioso Templo de Jerusalém irão desmoronar.
Como devemos nos comportar diante disso? A proposta está na 2ª leitura:
trabalhando e ganhando o pão cotidiano. Um bom conselho para acordar e assustar
os preguiçosos: “quem não quiser trabalhar, não deve comer”. Não esperamos o
fim do mundo na preguiça e no medo, mas trabalhando para ter nosso pão
cotidiano.
2 –
Dois sinais a se prestar atenção
Jesus
garante que todas as coisas terão um fim. Nada é eterno, nada durará para
sempre nesta terra. Toda criatura e toda a criação seguem o processo natural do
envelhecimento e da morte. Por isso, estamos dentro da normalidade em se
tratando do fim de tudo. Mesmo assim, Jesus pede atenção a dois fatos: os
sinais pavorosos que aparecerão no céu e, atenção para outro sinal: “antes, porém,
que estas coisas aconteçam sereis presos e perseguidos...” O detalhe está em
“antes, porém, que estas coisas aconteçam...” As perseguições contra os
cristãos também são sinais do fim dos tempos. É um sinal importante porque nos
coloca diante de uma escolha: continuar no discipulado ou abandoná-lo pelo medo
das perseguições. Se os sinais de destruição acontecem fora de nós, a
perseguição atinge a vida pessoal exigindo opção pessoal: de que lado ficarei?
3 –
Sinais para atemorizar ou para esperançar?
Como
lidamos com isso? Ficamos atemorizados ou favorece o crescimento na esperança.
A última frase de Jesus, no Evangelho, é uma Palavra para fazer crescer a
esperança: “vós não perdereis um só fio de cabelo de vossa cabeça. É
permanecendo firmes que ireis ganhar a vida”. Não é preciso fugir de casa ou se
esconder em algum lugar onde Jesus aparecerá no juízo final, ou viver com a
Bíblia debaixo do braço, ou pior ainda, crer numa data do fim do mundo. Nada
disso: basta apenas viver na fidelidade ao Evangelho. Jesus não fala no final
do mundo para nos atemorizar, mas para chamar atenção e nos preparar para
aquela hora. É permanecendo firmes na Palavra, no ensinamento do Evangelho, que
ganharemos a vida eterna. Amém!