Relíquias de São Conrado de Constance e São José de Anchieta.
O
pobre é aquele que acredita em Deus.
Quando
se fala de noivos, fala-se de duas pessoas que confiam entre si, que se fiam
uma na outra, que dão crédito. A desconfiança torna a pessoa infeliz. Confiar é
aceitar um certo abandono: aquele que grita em direção a Deus no meio do seu
sofrimento ou da sua confusão, é aquele que confia sempre em Deus.
O
pobre é também aquele que espera.
O
rico não pode esperar, está plenamente satisfeito. O pobre, esse, está sempre voltado
para um futuro que espera que seja melhor; e, depois, ele procura, porque pensa
nunca ter totalmente encontrado. A sua vida é uma procura, e todos os sinais
que ele encontra enchem-no de alegria e fazem-no avançar. O pobre é aquele que
aceita ser criticado pela Palavra de Deus. Com efeito, pôr-se em questão só é
possível para aquele que espera tornar-se melhor.
O
pobre é aquele que ama.
Por
não estar plenamente satisfeito consigo mesmo, o pobre está disponível para
servir os seus irmãos. Não centrado em si próprio, abre os olhos e vê aqueles
que esperam os seus gestos de amor; ouve os gritos dos seus irmãos e abre as
suas mãos vazias para as estender àquele que tem necessidade. A sua pobreza
fá-lo receber e, ao mesmo tempo, dar o pouco que tem.
Jesus
conhecia o coração do homem, e soube reconhecer no coração dos seus discípulos
esta aspiração a crer, a esperar e a amar; é a razão pela qual ele os escolheu
e chamou.
As
bem-aventuranças vão, em tantas situações, contra a corrente, porque um homem,
um dia, ousou abrir a boca para dizer aos seus discípulos: “Sois do mundo, e ao
mesmo tempo não sois do mundo… Vós não sois do mundo do cada um para si, do
consumo, da violência, da vingança, do comprometimento… E face a este mundo
deveis dizer: não estou de acordo! É certo que sereis perseguidos ou, pelo
menos, rir-se-ão de vós, ou procurarão fazer-vos calar. Felizes sereis, porque
fareis ver onde está a verdadeira felicidade. Chamar-vos-ão santos”.
Festejamos
neste dia todos aqueles que tomam de tal modo a sério as bem-aventuranças que
são hoje plenamente felizes.
Queremos
experimentar ser já felizes? Basta-nos ter um coração de pobre.