Padroeira
dos tintureiros e comerciantes. Primeira mulher a se fazer cristã na Europa e
uma das primeiras aclamadas santas e veneradas desde o início do cristianismo.
Filha espiritual de São Paulo e seus companheiros Lucas, Timóteo e Silas.
Origens
O
que se sabe sobre Santa Lídia está escrito no livro dos Atos dos Apóstolos 16,
14-40. Pela descrição de São Lucas, que a conheceu pessoalmente, Lídia era uma
mulher rica, influente, líder e empreendedora. Ela era comerciante de púrpura
nascida Em Tiatira, Grécia, e estabelecida em Filipos, colônia romana, também
na Grécia. O comércio de púrpura era dos mais caros e promissores da época. As
roupas na cor púrpura eram usadas somente por reis, rainhas e pessoas da
nobreza. A cor púrpura era tirada de um molusco nativo do Mar Mediterrâneo,
abundante na região da Fenícia, chamado Mmurici.
Conversão e liderança de uma mulher
Santa
Lídia tinha algumas características incomuns para a época: era empresária, dona
do próprio comércio e chefe de família. É o que lemos em At 16, 14 e 15. O
versículo 15 diz que depois de ouvir São Paulo falar sobre Jesus Cristo. ela
quis ser batizada juntamente e levou junto toda a sua família. Este fato mostra
a liderança que ela tinha sobre os seus, fato notável numa sociedade tão machista
quanto a que ela vivia. E, pelo que lemos nos Atos dos Apóstolos, a influência
e a posição social de Santa Lídia ajudaram decisivamente a São Paulo e seus
companheiros na missão em Filipos.
Busca da verdade
O
texto de São Lucas diz que Santa Lídia era prosélita, isto é, ela era de origem
pagã (não judaica) e que tinha se convertido ao judaísmo. O fato mostra que
Santa Lídia já vinha de uma caminhada de busca da verdade. Abandonou as crenças
politeístas gregas e abraçou o monoteísmo pregado pelo judaísmo. Porém, ao
ouvir São Paulo, reconheceu prontamente a verdade e abraçou-a. Em seguida,
tornou-se evangelizadora, anunciando a Boa Nova para a sua família e ajudando
na missão de São Paulo e seus companheiros.
Primeira igreja da Europa
São
Paulo e seus companheiros pensavam em ficar em Filipos apenas alguns dias e
partir em missão. Porém, Santa Lídia insistiu: "Se vocês me consideram
fiel ao Senhor, permaneçam em minha casa". E os forçou a aceitar. (At 16,
15) Então, os Apóstolos mudaram seus planos e ficaram. Em Filipos, São Paulo
sofreu várias perseguições. Ele e seus amigos foram presos e soltos
milagrosamente por um terremoto. Depois disso, voltaram para a casa de Santa
Lídia onde confortaram os irmãos na fé – vários que tinham ouvido Paulo e se
fizeram batizar, formando a a comunidade cristã de Filipos, para a qual, mais
tarde, São Paulo escreveu sua “Carta aos Filipenses”. A casa de Santa Lídia
transformou-se na primeira Igreja da Europa, como vemos em At 15, 14.
Missionária
Santa
Lídia influenciou não apenas sua família como também outras mulheres e pessoas
de todos os tipos com quem lidava em seu comércio de púrpura. Por isso, ela
também foi missionária, mostrando através de seu testemunho, a verdade sobre
Jesus Cristo. Ela é uma das grandes responsáveis pela sustentação da Comunidade
Cristã de Filipos. Santa Lídia e São Paulo tiveram um profundo laço de amizade
cristã, admirado por todos.
Culto
O
culto a Santa Lídia faz parte da Tradição cristã desde os tempos mais antigos.
Seu nome aparece nas inscrições nas catacumbas. No Livro dos Atos dos Apóstolos
seu nome é mencionado duas vezes. Por causa de sua profissão Santa Lídia passou
a ser invocada como Padroeira dos Tintureiros e dos comerciantes, sendo
comemorada no dia 3 de agosto.