segunda-feira, agosto 03, 2020

XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM

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Se Deus é por nós, quem será contra nós"? - pergunta Paulo no início da perícope (Rom 8,31). A verdade é que nada pode derrotar aquele que é objeto do amor imenso e imortal de Deus - amor manifestado nesse movimento que levou Cristo até à entrega total da vida para nos colocar na rota da salvação e da vida plena.

O crente tem de estar certo de que Deus o ama e que lhe reserva a vida em plenitude, a felicidade total, a comunhão plena com Ele. Dessa forma, pode escolher, com tranquilidade e serenidade o caminho de Jesus - caminho de dom, de entrega da vida, de amor até às últimas consequências... Pode, como Jesus, lutar objetivamente contra o egoísmo, a injustiça, a opressão, o pecado; pode gastar a vida nessa luta, sem temer o aniquilamento ou o fracasso; pode enfrentar a perseguição, a angústia, os perigos, as armadilhas montadas pelos homens, com a certeza de que nada o pode vencer ou destruir... E, no final do caminho, espera-o essa vida plena de felicidade sem fim, que Deus oferece àqueles que aceitam a sua proposta de amor e caminham nela. 

 

 Para Paulo, há uma constatação incrível, que não cessa de o espantar (e que temos repetidamente encontrado nos textos da Carta aos Romanos lidos nos últimos domingos): Deus ama-nos com um amor profundo, total, radical, que nada nem ninguém consegue apagar ou eliminar. Esse amor veio ao nosso encontro em Jesus Cristo, atingiu a nossa existência e transformou-a, capacitando-nos para caminharmos ao encontro da vida eterna. Ora, antes de mais, é esta descoberta que Paulo nos convida a fazer... Nos momentos de crise, de desilusão, de perseguição, de orfandade, quando parece que o mundo está todo contra nós e que não entende a nossa luta e o nosso compromisso, a Palavra de Deus grita: "não tenhais medo; Deus ama-vos".

 

Descobrir esse amor dá-nos a coragem necessária para enfrentar a vida com serenidade, com tranquilidade e com o coração cheio de paz. O crente é aquele homem ou mulher que não tem medo de nada porque está consciente de que Deus o ama e que lhe oferece, aconteça o que acontecer, a vida em plenitude. Pode, portanto, entregar a sua vida como dom, correr riscos na luta pela paz e pela justiça, enfrentar os poderes da opressão e da morte, porque confia no Deus que o ama e que o salva.