Nesse
mês de agosto, celebramos as diversas vocações na Igreja: sacerdotais,
matrimonial, vida consagrada e dos cristãos leigos, especialmente os
catequistas. Dois santos admiráveis celebramos nessa semana, que englobam bem
essas vocações: Santo Agostinho (dia 28), vocação de leigo consagrado, de
religioso e, depois, de grande sacerdote e Bispo, e de sua mãe, Santa Mônica
(dia 27), modelo de mãe e santa na sua vocação matrimonial.
Aurélio
Agostinho nasceu em Tagaste, na Região de Cartago, na África, filho de
Patrício, pagão, e Mônica, cristã fervorosa. Segundo narra ele próprio,
Agostinho bebeu o amor de Jesus com o leite de sua mãe. Infelizmente, porém, a
influência do pai fez com que se retardasse o seu batismo, que só recebeu já
adulto. Estudou literatura, filosofia, gramática e retórica, das quais foi
professor. Afastou-se dos ensinamentos da mãe e, por causa de más companhias,
entregou-se aos vícios. Viveu no pecado durante sua juventude, teve uma amante
e um filho, e, pior, caiu na heresia gnóstica dos maniqueus, para quem traduziu
livros.
Sua
mãe, Santa Mônica, rezava e chorava por ele todos os dias. “Fica tranquila”,
disse-lhe certa vez um bispo, “é impossível que pereça um filho de tantas
lágrimas!” E foi sua oração e suas lágrimas que conseguiram a volta para Deus
desse filho querido transviado.
Agostinho
dizia-se um apaixonado pela verdade, que, de tanto buscar, acabou reencontrando
na Igreja Católica: “ó beleza, sempre antiga e sempre nova, quão tarde eu te
amei!”; “fizestes-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração está inquieto,
enquanto não descansa em Vós!”: são frases comoventes escritas por ele nas suas
célebres “Confissões”, onde relata a sua vida de pecador arrependido.
Transferiu-se com sua mãe para Milão, na Itália. Dotado de inteligência
admirável, a retórica, da qual era professor, o fez se aproximar de Santo
Ambrósio, Bispo de Milão, também mestre nessa disciplina. Levado pela mãe a
ouvir os célebres sermões do santo bispo e nutrido com a leitura da Sagrada
Escritura e da vida dos santos, Agostinho converteu-se realmente, recebeu o
Batismo aos 33 anos e dedicou-se, como leigo, a uma vida de estudos e oração.
Ordenado sacerdote e bispo, além de pastor dedicado e zeloso, foi intelectual
brilhantíssimo, dos maiores gênios já produzidos em dois mil anos da História
da Igreja. Escreveu numerosas obras de filosofia, teologia e espiritualidade,
que ainda exercem enorme influência. Foi, por isso, proclamado Doutor da Igreja.
De Santo Agostinho, disse o Papa Leão XIII: “É um gênio vigoroso que, dominando
todas as ciências humanas e divinas, combateu todos os erros de seu tempo”. Sua
vida demonstra o poder da graça de Deus que vence o pecado e sempre, como Pai,
espera a volta do filho pródigo.
Sua
mãe, Santa Mônica, é o exemplo da mulher forte, de oração poderosa, que rezou a
vida toda pela conversão do seu filho, o que conseguiu de maneira admirável. E
a vida de Santo Agostinho é uma lição para nunca desesperarmos da conversão de
ninguém, por mais pecador que seja, e para sempre estarmos sinceramente à
procura da verdade e do bem.
Fonte:
Dom Fernando Arêas Rifan