sexta-feira, novembro 28, 2025

SEMANA DE SÃO CONRADO - DOM CÉLIO CALIXTO











Nossa Senhora sempre foi vista como “portadora das graças” desde o início da Igreja. Porém, o título “Nossa Senhora das Graças” surgiu devido a uma aparição na França, em 1830. Neste artigo, você vai conhecer a história de Nossa Senhora das Graças e da sua aparição da Santa Catarina Labouré.

 

Conheça a história de Nossa Senhora das Graças

No dia 27 de novembro, na Capela das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo, em Paris, a Virgem Maria apareceu à noviça Catarina Labouré, revelando ser Nossa Senhora das Graças.

A Santíssima Virgem surgiu sobre um globo, oferecendo-o a Deus em sinal de súplica, pisando em uma serpente e segurando nas mãos um globo menor. Maria disse: “Este globo representa o mundo inteiro e cada pessoa em particular”.

De suas mãos saíam raios brilhantes de luz, formando um quadro oval, que continham as seguintes palavras: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.

No reverso do quadro havia um “M” sobre uma cruz e por baixo os corações de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Virgem Maria.

Nossa Senhora pediu à Catarina que mandasse cunhar uma medalha igual ao modelo apresentado, fazendo-lhe a seguinte promessa: “As pessoas que a usarem com fé e confiança receberão graças especiais”.

E assim foi cunhada, em Paris, e logo se espalhou pelo mundo inteiro, operando graças tão numerosas e extraordinárias, que os fiéis passaram espontaneamente a chamá-la “Medalha Milagrosa”.

A devoção a Nossa Senhora das Graças e a Medalha Milagrosa está presente no mundo inteiro devido à propagação da devoção realizada pelos Padres Lazaristas, pelas Filhas da Caridade e por toda a Família Vicentina.

 

A relação entre a história de Nossa Senhora das Graças e o Dogma da Imaculada Conceição

Desde 1830, a invocação “Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós” é pronunciada por cristãos no mundo todo.

O Papa Pio IX proclamou o dogma em 8 de dezembro de 1854, da Imaculada Conceição da Virgem Maria, ou seja, que Nossa Senhora foi preservada por Deus, desde o instante da sua concepção, do pecado original.

Vale lembrar que o dogma é uma Verdade de Fé que não pode ser negada por nenhum católico.

 

Revolução Francesa

Antes de pedir que a medalha fosse cunhada, Nossa Senhora apareceu à Santa Catarina Labouré. Então, na madrugada de 19 de julho de 1830 revelou grandes calamidades e perseguições que aconteceriam na França. Ela alertou que as ideias deixadas pela Revolução Francesa representavam uma realidade satânica, que precisava ser esmagada por Nossa Senhora, a Imaculada Conceição, e por seus filhos.

 

Concílio de Trento

No Concílio de Trento, em 1563, a Igreja fixou o bom uso de medalhas, imagens, escapulários. Lembrando que quando veneramos as imagens não colocamos nossa fé diretamente nas imagens, mas sim nas pessoas que elas representam.

 

Devoção

A Medalha Milagrosa, assim como outras, nos ajuda a conservar o amor da Virgem Maria vivo em nosso coração e em nosso espírito. Isso nos estimula a demonstrar nosso reconhecimento através da fé e de um comportamento digno de um filho de Nossa Senhora.

A devoção se manifesta ao redor do mundo de diversas formas.

Através, claro, da Medalha Milagrosa, onde milhares de católicos no mundo inteiro usam a medalha em forma de proteção e símbolo de fé. Ela é considerada um sacramental e é comumente abençoada por sacerdotes para que, ao ser usada, traga as graças prometidas por Nossa Senhora.

A devoção ocorre também no Santuário de Nossa Senhora das Graças, a capela da Rue du Bac, onde aconteceram as aparições, é hoje um santuário visitado por milhões de peregrinos todos os anos. Fiéis de várias partes do mundo visitam o local em busca de bênçãos, graças e, muitas vezes, curas milagrosas.

Em vários países, a festa de Nossa Senhora das Graças, celebrada em 27 de novembro, é marcada por missas, procissões e eventos especiais. Em muitos locais, fiéis se reúnem para agradecer as graças recebidas e renovar a consagração à Virgem.

 

Congregações e irmandades ligadas a Nossa Senhora das Graças continuam a propagar a mensagem de conversão, oração e caridade inspiradas por esta devoção, principalmente em hospitais, asilos e lugares de acolhimento, seguindo o exemplo das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.

 

Oração a Nossa Senhora das Graças

Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vos pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo- nos de vossos pés para vos expor, durante esta oração, as nossas mais prementes necessidades (pedir a graça que deseja alcançar).

Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior Glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre como verdadeiros cristãos. Amém.
































SEMANA DE SÃO CONRADO DE CONSTANÇA









O Sermão da Montanha, introduzido pela proclamação das bem-aventuranças, é o programa do Reino dos Céus já presente entre nós. Elas constituem as virtudes de Jesus. São, segundo Santo Agostinho, uma regra perfeita de vida cristã. Nas bem-aventuranças encontramos valores universais, que podem ser entendidos e acolhidos por todos. As bem-aventuranças são o caminho concreto para a transformação deste mundo em um mundo de fraternidade, justiça e paz.

Bem Aventurados os pobres de espírito (…). Os bens, desde que sejam adquiridos com justiça, devem ser possuídos e administrados em justiça. A ganância é contrária à pobreza de espírito. Deixemos que o Espírito nos dê um coração de pobre. Somos mendigos do Espírito.

Bem Aventurados os que choram (…). Vivamos numa experiência da misericórdia divina no nosso coração. Deixemos que Deus enxugue as nossas lágrimas e recebamos a sua consolação. Acreditemos que por maiores que sejam os nossos sofrimentos e dores, a Misericórdia divina superabunda tudo isso.

Bem Aventurados os mansos (…). Conhecemos que a mansidão, a paciência e a humildade são caminhos para a glória eterna. Sejamos mansos, puros e humildes.

Bem Aventurados os que têm fome e sede de justiça (…). A nossa fome e sede do espírito são de amor a Deus, que é justiça e de amor ao próximo. Desenvolvamos essa fome espiritual, que só a fé sacia.

Bem Aventurados os misericordiosos (…). A misericórdia é a força do nosso coração. Como a anunciamos aos irmãos?

Bem Aventurados os puros de coração (…). O nosso coração cresce em sinceridade e retidão para com os outros? Cultivamos um coração simples? Deixemos vivificar em nós, a experiência de que somos templos do Espírito Santo.

Bem Aventurados os pacíficos (…). Os nossos valores éticos constituem uma afirmação evangélica contra as normas de uma sociedade desprovida do Deus de Amor. A Paz esteja convosco: disse-nos Jesus. Assim, ela é um dom de Deus. Somos construtores da paz. Nunca se esqueça que a Paz se opõe as atitudes de guerra, de agressividade, de conflito e de autoritarismo.

Bem Aventurados os que sofrem perseguição (…). As perseguições, mentiras e ataques perseguem os discípulos de Jesus. Como ontem, assim hoje são perseguidos, às vezes até pela própria família. Você é perseguido? A explicação está aí. Por isso, aguente firme. Aceitemos tudo isso, para nos deixarmos morrer interiormente, afim de que Cristo ressuscite em nós. Que a partilha das Bem-Aventuranças contribua para uma vivência de vida cristã e de uma comunidade de amor.





























quinta-feira, novembro 27, 2025

ENTRONIZAÇÃO DA IMAGEM DE SÃO CONRADO DE CONSTANÇA NO METRÔ









A Entronização da Imagem de São Conrado de Constança na Estação São Conrado do Metrô Rio foi um gesto de “conquista” muito significativo para nossa Paróquia e nosso bairro.

A Igreja Matriz de São Conrado de Constança está ergida desde do início do Século XX e sempre foi um referencial importante não só para os crentes e fiéis católicos  naqueles primórdios, bem  como para as milhares de pessoas que passam pela autoestrada Lagoa-Barra nos dias de hoje .

A bela igrejinha, um “outeiro debruçado sobre verde e azul do mar”, como está no hino do padroeiro São Conrado, porém, ainda estava um pouco dissociada do nome do santo e do bairro. Nesses últimos anos, no entanto, a nossa fé cristã conseguiu unificar o prédio da pequena igreja, o nome do santo e o bairro. São Conrado de Constança passou a ser, oficial e legalmente, padroeiro do bairro.

A entronização da imagem na estação do metrô é mais um passo que reforça nossa fé e identidade católica. Vale ressaltar que há apenas cinco igrejas que têm São Conrado de Constança como patrono: duas na Alemanha; uma na Suíça; uma no Peru; e a nossa. Essa brasileira é a única que ganhou a denominação de paróquia.

 

O Bairro

O bairro de São Conrado, no Rio de Janeiro, surgiu a partir do loteamento das terras do comendador Conrado Jacob Niemeyer no início do século XX, com base em sua igreja homônima, construída por volta de 1903. O bairro começou a se desenvolver com a abertura de vias de acesso e loteamento de chácaras entre as décadas de 1910 e 1930, consolidando sua identidade e estrutura urbana a partir dos anos 1960.

 

A Igreja

O Comendador Conrado Jacob Niemeyer construiu a Igreja de São Conrado para servir às famílias e trabalhadores  que se estabeleciam na região. A construção dessa igreja foi fundamental para que a área ganhasse seu nome e identidade.

 

A Estrada

Em 1912, o professor Charles Armstrong abriu uma estrada para facilitar o acesso à escola onde lecionava, na Chácara do Vidigal. Essa via, posteriormente alargada e renomeada como Avenida Niemeyer, foi crucial para a ocupação do bairro.

 

Entre as décadas de 1920 e 1930, as propriedades de Conrado Jacob Niemeyer foram loteadas, levando à emancipação do bairro da Gávea e à construção de chalés e palacetes.

 

O Sinal religioso

Serve como uma representação visual do sagrado e das convicções pessoais, muitas vezes dispensando palavras, para comunicar uma mensagem profunda. Ajuda a criar um senso de pertencimento e união entre os membros de uma mesma religião, reforçando a identidade do grupo e sua tradição. 

Sendo assim, para os fiéis, o sinal religioso é um meio de se conectar com o transcendente, com a divindade, e de vivenciar a espiritualidade no dia a dia. Além disso, os símbolos e sinais carregam consigo narrativas, doutrinas e valores éticos daquela fé, servindo como um lembrete constante dos princípios que devem guiar a vida dos seguidores.

No âmbito estritamente religioso, esses sinais desempenham um papel na sociedade e na cultura, marcando territórios, influenciando atitudes e promovendo a comunicação (como no caso do respeito à diversidade religiosa).













quarta-feira, novembro 26, 2025

SEMANA DE SÃO CONRADO DE CONSTANÇA











O Evangelho de hoje nos coloca diante de uma cena desconcertante. Enquanto alguns admiravam a beleza do Templo, Jesus olha para aquela estrutura imponente e declara: “Não ficará pedra sobre pedra.” Assim, Ele golpeia a ilusão de segurança humana e abre espaço para uma verdade maior: tudo o que é apenas terreno passa; somente Deus permanece.

Desde o início, Jesus nos ensina a não colocar o coração no que brilha por fora, mas no que sustenta por dentro. O Templo era grandioso, impressionava qualquer olhar, porém Jesus enxergava algo mais profundo, pois Ele via ali a tentação de confiar nas paredes e não no Senhor; de adorar a estrutura e esquecer a presença. Desse modo, Ele expõe a fragilidade do que aparenta ser firme.

Em seguida, os discípulos perguntam “quando” tudo isso vai acontecer. Eles querem datas, sinais exatos, respostas prontas. Contudo, Jesus conduz o olhar deles para outro ponto: antes de querer saber sobre o fim, aprendam a viver o essencial. Ele descreve guerras, terremotos e conflitos, mas não com intenção de assustar; Ele quer ensinar vigilância e liberdade interior.

Além disso, Jesus revela algo que, se acolhido, muda tudo: nada do que acontece ao nosso redor tem poder de destruir aquele que permanece unido a Deus. O Templo cai, o mundo treme, o mal esperneia, mas quem se firma no Evangelho continua de pé. A verdadeira segurança nasce de dentro, nasce da comunhão com Aquele que não passa.

Portanto, esse anúncio de destruição não é ameaça; é purificação. Jesus nos chama a desmontar os templos falsos que erguemos dentro do peito. De um lado, carregamos o templo do orgulho, onde buscamos reconhecimento demais. De outro, mantemos o templo das certezas absolutas, onde não deixamos Deus surpreender. Às vezes adoramos o templo da aparência, onde sustamos a verdade para agradar. Nada disso permanece. Tudo isso desaba. E, quando cai, abre espaço para o Reino.

Além disso, vale lembrar: Jesus nunca destrói para humilhar; Ele arranca para reconstruir. Ele remove o que mata para plantar o que salva. Quando o Senhor derruba uma ilusão, não rouba a nossa paz; Ele devolve a nossa alma. Assim, cada pedra que cai dentro de nós cria um terreno novo para a graça florescer.

Diante desse Evangelho, desejo lhe fazer uma pergunta séria: onde você colocou a sua segurança? No dinheiro que pode sumir? Na saúde que pode falhar? No prestígio que pode evaporar? Em pessoas que, por melhor que sejam, continuam limitadas? Hoje, Jesus lhe diz: “Filho, filha, isso tudo passa. Fica comigo. Eu sou a rocha que não cai.”

Por fim, este anúncio de Jesus é convite à vigilância amorosa. Nada de medo. Nada de desespero. Apenas firmeza. Enquanto o mundo sacode, o discípulo reza, o barulho cresce, o cristão escuta. Enquanto a incerteza chega, a fé se levanta. E, assim, mesmo que não fique pedra sobre pedra, o coração continua inteiro, sustentado por Deus.

Portanto, caminhe com coragem. Tire os olhos das paredes e fixe-os no Senhor. Quando tudo parecer desabar, lembre-se: quem se ancora em Cristo não cai, não desiste e não se perde. A rocha permanece. E, se você estiver sobre ela, você também permanecerá.