Tradicionalmente celebrada a 2 de Julho, a festa foi
antecipada pelo novo calendário para o dia 31 de Maio, ficando assim entre a
Solenidade da Anunciação (25 de Março) e o Nascimento de João Batista (24 de
Junho). Depois da Anunciação, Maria foi visitar a prima Isabel, partilhando com
ela a alegria que experimentava perante as “maravilhas” n´Ela operadas pelo
Senhor. Impele-a também a essa visita a sua caridade feita disponibilidade e
discrição. Para Lucas, Maria é a verdadeira Arca da Aliança, a morada de Deus
entre os homens. Isabel reconhece esse fato e reverencia-o. Toda a visitação de
Maria é um acontecimento de Jesus.
Sofonias
3, 14-18ª
Rejubila, filha de Sião, solta gritos de alegria, povo
de Israel! Alegra-te e exulta com todo o coração, filha de Jerusalém!O Senhor
revogou as sentenças contra ti, e afastou o teu inimigo. O Senhor, rei de
Israel, está no meio de ti. Não temerás mais a desgraça. Naquele dia,
dir-se-á a Jerusalém: “Não temas, Sião! Não se enfraqueçam as tuas mãos! O
Senhor, teu Deus, está no meio de ti como poderoso salvador! Ele exulta de
alegria por tua causa, pelo seu amor te renovará. Ele dança e grita de alegria
por tua causa, como nos dias de festa”.
O reinado de Josias (séc. VI a. C.) foi marcado por
permanentes infidelidades de Israel a Deus. O povo, esquecendo a Aliança com
Deus, fazia alianças humanas e deixava-se levar pelas modas, cedendo ao culto
de deuses estrangeiros. Perante esta situação, Sofonias ergue a voz para
proclamar “o dia terrível de Javé” em que o pecado dos povos, também de Judá,
seria manifestado e julgado. Mas o profeta sabe que o juízo de Deus é sempre um
convite à conversão. Assim, abre uma perspetiva de luz e de esperança. A “filha
de Sião” deve alegrar-se com a perspetiva desse dia, o dia
messiânico, dia de misericórdia e de um amor novo entre Deus e o seu povo. A
presença de Deus entre o seu povo será motivo de renovada esperança, porque
Deus é “poderoso salvador”
Lucas 1, 41-56
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino
saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então,
erguendo a voz, exclamou: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto
do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Pois,
logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no
meu seio. Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que
te foi dito da parte do Senhor". Maria disse, então: "A minha alma
glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque
pôs os olhos na humildade da sua serva. De hoje em diante, me chamarão
bem-aventurada todas as gerações.
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas.
Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre
aqueles que o temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou
os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu
de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo,
lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à
sua descendência, para sempre". Maria ficou com Isabel cerca de três
meses. Depois regressou a sua casa.
Maria e Isabel acolhem em si a ação de Deus. Maria
acolhe-a de modo ativo, dando o seu consenso. Isabel acolhe-a de modo passivo.
Ambas experimentam a ação poderosa do Espírito Santo. Isabel tem no ventre o
Precursor. Graças a essa presença, pode já indicar, na Mãe, o Filho e proclamar
bendita Aquela que “acreditou” (v. 45). Maria responde ao cântico de Isabel com
o Magnificat, que revela a ação poderosa de Deus nela, aquela ação que realiza
as promessas feitas a Abraão e à sua descendência. O Magnificat é a primeira
manifestação pública de Jesus, ainda escondido, mas atuante naqueles que, como
Maria, o acolhem na fé e com amor.
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