sábado, agosto 24, 2013

NOSSA SENHORA RAINHA DO UNIVERSO

A RAINHA DO CÉU, MÃE DA CABEÇA E DOS MEMBROS DO CORPO MÍSTICO, AUGUSTA SOBERANA E RAINHA DA IGREJA, QUE A TORNA PARTICIPANTE NÃO SÓ DA DIGNIDADE REAL DE JESUS, MAS TAMBÉM DO SEU INFLUXO VITAL E SANTIFICADOR SOBRE OS MEMBROS DO CORPO MÍSTICO.

Essa festividade, paralela a de Cristo Rei, foi instituída por Pio XII em 1955. Era celebrada, até a recente reforma do calendário litúrgico, a 31 de maio, como coroação da singular devo­ção mariana do mês a ela dedicado. Para o dia 22 de agosto estava re­servada a comemoração do Imaculado Coração de Maria, em cujo lu­gar entrou a festa de Maria Rainha do Universo para aproximar a realeza da Vir­gem á sua gloriosa Assunção ao céu.

Este lugar de singularidade e de proeminência, ao lado de Cristo Rei, deriva-lhe dos vários títulos, ilustrados por Pio XII na carta encíclica A Rainha do Céu (11 de outubro de 1954): Mãe da Cabeça e dos membros do Corpo místico, Au­gusta soberana e Rainha da Igreja, que a torna participante não só da dignidade real de Jesus, mas também do seu influxo vital e santificador sobre os membros do Corpo místico.

Evangelho: Lucas 1, 26-38
Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria. Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: “Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo”. Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação. Disse-lhe o anjo: “Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim”. Maria disse ao anjo: “Como será isso, se eu não conheço homem algum?” O anjo respondeu-lhe: “O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril, porque nada é impossível a Deus.” Maria disse, então: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”. E o anjo retirou-se.

Em toda esta bela cena, Deus é o principal ator: fala pelo seu anjo, age de modo criador por meio do Espírito, atualiza-se no “Filho”, que nasce de Maria. Maria é expressão da humildade que se mantém aberta ao mistério de Deus, é enriquecida pelo mesmo Deus, e concretiza a esperança de Israel. Isabel terá toda a razão quando proclamar, dirigindo-se a Maria: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?” (Lc 1, 43). O apelativo “bendita” oferece-nos uma pequena janela que nos permite entrever a senhoria ou realeza de Maria. De fato, é “Bendito seja o Rei que vem em nome do Senhor!” (Lc 19, 37) e “Bendito seja o que vem em nome do Senhor! Bendito o Reino do nosso pai David que está a chegar.” (Mc 11, 9s.). Jesus é o fruto “bendito” do ventre de Maria. O clarão que ilumina a consciência de Maria remete para a senhoria do filho concebido por obra do Espírito Santo, e não tanto para qualquer sua soberania pessoal. Por isso, exulta em Deus, seu salvador (cf. Lc 1, 46ss.).

Somos chamados a contemplar Aquela que, sentada à direita do rei dos séculos, resplandece como rainha e intercede por nós como mãe. A figura da rainha-mãe permanece em muitas culturas populares como protótipo de solenidade, de senhoria, de cordialidade, de benevolência. O culto e a própria iconografia representam espontaneamente Maria na postura de uma rainha, revestida de beleza e de glória, muitas vezes sentada e coroada de estrelas, feita, ela mesma, trono do filho que tem nos braços, o Menino Jesus. 

A liturgia contempla esse ícone de Maria, mãe e rainha. Contempla a ligação de Maria serva a Senhor Deus como participação na realeza de Cristo. Trata-se de uma realeza que é serviço, colaboração com Cristo na salvação da humanidade. A obra de Cristo exigiu a sua morte no Calvário. Junto dele estava a sua mãe. A realeza de Cristo custou-lhe a Paixão e a Morte. A de Maria custou-lhe as dores que a Paixão e a Morte de Jesus lhe causaram.
O povo cristão costuma invocar Maria como Rainha da Paz. Trata-se de uma conotação com o oráculo de Isaías que fala do “príncipe da paz”. Jesus Cristo é a nossa paz, afirma Paulo (cf. Ef 2, 14). Maria é mãe do príncipe da paz. O Menino que nasceu para nós é o fruto bendito do ventre de Maria, é o Senhor, fonte da paz. A paz é sonho e utopia, que convidam ao acolhimento do Senhor da Paz, Jesus Cristo, filho de Maria. Ela é a Virgem pacificada e operadora de paz. O sonho e a utopia convidam-nos a acreditar em Jesus e a realizar obras de paz, que são testamento seu e dom do Espírito.

O privilégio da maternidade divina de Maria, fonte e a causa das suas grandezas, das suas graças, do seu poder e da sua glória, faz dela a Rainha de todas as criaturas. Veneremo-la, tenhamos confiança nela, amemo-la.

No alto cume dos seres,
Rainha e Virgem estás.
Com tal beleza adornada,
imperas sobre as demais.

Na criação resplandeces
como obra-prima criada,
para gerares o Filho
que te criou, destinada.

Rei purpurado no sangue,
no lenho morre Jesus;
com ele a cruz partilhando,
és Mãe dos vivos, na luz.

De tanta graça repleta,
vela por nós, pecadores;
escuta a voz dos teus filhos,
que hoje te cantam louvores.

Louvor ao Pai e ao Paráclito
e glória ao Filho também,
que te vestiram de graça
no Reino eterno. Amém.
Liturgia das Horas
Sacerdotes do Coração de Jesus - Dehonianos







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