"JESUS OFERECE-NOS UM TEMPO ESPECIAL NO QUAL PODEMOS PARAR PARA CONTEMPLARMOS O SEU AMOR. DESTA CONTEMPLAÇÃO PODERÁ BROTAR A NOSSA CONVERSÃO".
Evangelho (Lc 9,22-25): Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “É necessário que o Filho do homem padeça muitas coisas,
e seja rejeitado pelos anciãos e pelos sumos sacerdotes e doutores da lei, deve ser morto, e ressuscitar no
terceiro dia. E
dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada
dia a sua cruz, e siga-me. Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida,
perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará. Porque, que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou
prejudicando-se a si mesmo?”.
QUINTA FEIRA DE CINZAS EM VILA CANOAS
CAPELA DE NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS
06 de Março de
2014
Hoje segundo dia da Quaresma, Quinta-feira após as Cinzas, no momento em
que a Igreja convoca os cristãos a iniciar um tempo de jejum e penitência ecoam
as palavras de São Paulo que anuncia o que
acontece antes do esforço do homem e que constitui o significado mais profundo do Tempo que estamos começando a viver.
Com efeito, não se trata de 40 dias nos quais os cristãos se esforçam,
com as sua boas obras, de ganhar a salvação, mas sim de um tempo de graça, de
um momento favorável, de um dia de salvação.
Com paixão e veemência o Apóstolo suplica a quem o ouve que se deixe reconciliar com Deus. É esta a origem e o sentido de tudo: é o próprio Deus que em Jesus quer reconciliar todos Consigo, quer mostrar o Seu rosto amável a cada homem e a cada mulher que vivem na terra.
Existe um desígnio de amor que
Jesus levou a cabo morrendo na Cruz por amor de cada um de nós. Mas existe
também um risco: que não nos apercebamos de nada, que deixemos cair no vazio a
graça de Deus.
Para que isso não aconteça, Ele oferece-nos
um tempo especial no qual podemos parar para contemplarmos o Seu amor. Desta contemplação poderá brotar a nossa conversão.
É o tempo da Reconciliação, o tempo propício para permitir que Cristo
nos reconcilie com o Pai. A Palavra de Deus oferece-nos ocasião, convidando-nos
a refletir sobre o jejum, mas também a recuperarmos a nossa condição de filhos
e filhas.
As boas obras são gestos que nos abrem à verdadeira cura do espírito, operada pela vitória sobre nosso egoísmo, para estarmos disponíveis às necessidades dos pobres.
As boas obras são gestos que nos abrem à verdadeira cura do espírito, operada pela vitória sobre nosso egoísmo, para estarmos disponíveis às necessidades dos pobres.
Numa vida frenética, incapaz de verdadeiras renúncias, a não ser para fins efêmeros, o tempo inaugurado pelo rito austero das Cinzas leva a redescobrir o significado profundo do nosso ser.
A mortificação não é inspirada pelo desprezo da nossa humanidade , mas pelo desejo
de reencontrar o que é essencial, a única coisa necessária.
Cf Leccionário
Comentado, Quaresma-Páscoa, Giuseppe Casarin, Paulus, páginas 39-41