NO HINO DE SÃO PAULO QUE LEMOS NESTE DOMINGO E QUE É UMA DAS SUAS PÁGINAS MAIS CÉLEBRES, O APÓSTOLO INDICA-NOS “UM CAMINHO SUPERIOR A TODOS OS OUTROS”: NÃO O
CAMINHO DO AMOR-PAIXÃO, NÃO O CAMINHO DO AMOR-AMIZADE, MAS O CAMINHO DO
AMOR-CARIDADE: O CAMINHO DA ÁGAPE. E PARA FALAR DESTE AMOR, EM VEZ DE DAR
DEFINIÇÕES, ELE MOSTRA-O EM AÇÃO E UTILIZA 15 VERBOS: TER PACIÊNCIA, SERVIR,
NÃO INVEJAR, NÃO SE VANGLORIAR, NÃO SE ORGULHAR, ETC. ESTE HINO ELEVA-NOS,
INFLAMA-NOS
LEITURA II – 1 Cor 12,31-13,13
Leitura da Primeira Epístola de São
Paulo aos Coríntios
Irmãos:
Aspirai com ardor aos dons espirituais mais elevados.
Vou mostrar-vos um caminho de perfeição que ultrapassa tudo: Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos,
se não tiver caridade, sou como bronze que ressoa ou como címbalo que retine.
Vou mostrar-vos um caminho de perfeição que ultrapassa tudo: Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos,
se não tiver caridade, sou como bronze que ressoa ou como címbalo que retine.
Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu possua a plenitude da fé, a ponto de transportar montanhas,
se não tiver amor, nada sou.
se não tiver amor, nada sou.
Ainda que distribua todos os meus bens aos famintos
e entregue o meu corpo para ser queimado,
se não tiver amor, de nada me aproveita.
A amor é paciente, o amor é benigno; não é invejoso, não é altivo nem orgulhoso;
não é inconveniente, não procura o próprio interesse; não se irrita, não guarda ressentimento; não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O dom da profecia acabará,
o dom das línguas há-de cessar, a ciência desaparecerá; mas o amor não acaba nunca.
e entregue o meu corpo para ser queimado,
se não tiver amor, de nada me aproveita.
A amor é paciente, o amor é benigno; não é invejoso, não é altivo nem orgulhoso;
não é inconveniente, não procura o próprio interesse; não se irrita, não guarda ressentimento; não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O dom da profecia acabará,
o dom das línguas há-de cessar, a ciência desaparecerá; mas o amor não acaba nunca.
De maneira imperfeita conhecemos, de maneira imperfeita profetizamos. Mas quando vier o que é perfeito,
o que é imperfeito desaparecerá.
Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança.
Mas quando me fiz homem, deixei o que era infantil.
Agora vemos como num espelho e de maneira confusa,
depois, veremos face a face.
Agora, conheço de maneira imperfeita, depois, conhecerei como sou conhecido.
Agora permanecem estas três coisas: a Fé, a Esperança e o Amor; mas a maior de todas é o Amor .
o que é imperfeito desaparecerá.
Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança.
Mas quando me fiz homem, deixei o que era infantil.
Agora vemos como num espelho e de maneira confusa,
depois, veremos face a face.
Agora, conheço de maneira imperfeita, depois, conhecerei como sou conhecido.
Agora permanecem estas três coisas: a Fé, a Esperança e o Amor; mas a maior de todas é o Amor .
CARITAS – A PRÁTICA DO AMOR
Reconhecendo o desígnio do Pai que, movido pelo amor
(o 3, 16) enviou o Filho unigênito ao mundo para redimir o homem. Quando
morreu na cruz, Jesus — como indica o evangelista — “entregou o Espírito”
(Jo 19, 30) Desde modo, se atuaria a promessa dos “rios de água
viva” que, graças à efusão do Espírito, haviam de emanar do coração dos fiéis.
De fato, o Espírito é aquela força interior que harmoniza seus corações com o
coração de Cristo e leva-os a amar os irmãos como Ele os amou, quando Se
inclinou para lavar os pés dos discípulos e sobretudo quando deu a sua vida por
todos.
PAPA BENTO XVI CARTA ENCÍCLICA
DEUS CARITAS EST
DEUS CARITAS EST
O AMOR DE QUE SÃO PAULO FALA É O AMOR (EM GREGO,
“ÁGAPE”) TAL COMO ELE É ENTENDIDO PELOS CRISTÃOS: NÃO É O AMOR EGOÍSTA, QUE
PROCURA O PRÓPRIO BEM, MAS O AMOR GRATUITO, DESINTERESSADO, SINCERO, FRATERNO,
QUE SE PREOCUPA COM O OUTRO, QUE SOFRE PELO OUTRO, QUE PROCURA O BEM DO OUTRO
SEM ESPERAR NADA EM TROCA. DESSE TIPO DE RELACIONAMENTO, NASCE A IGREJA – A COMUNIDADE
DOS QUE VIVEM O “ÁGAPE”.
EROS, ÁGAPE E PHILIA
Na mística ocidental, tal como na psicologia e em
outras ciências laicas, Eros
(Divindade grega que carrega o nome de uma
função psicológica, Eros significa o desejo amoroso.)
foi entendido ora como o desejo amoroso, força organizadora
da vida coletiva, ora como figura central da sociedade, intimamente ligada
à educação aristocrática, ao ginásio e à palestra, ora uma potência
inquietante, que quebra os membros, perturba a razão, paralisa a vontade, ora
um deus malicioso que se compraz no jogo do amor, imiscuindo-se na vida das
mulheres no gineceu, enredando as intrigas amorosas ou desenredando-as. No
campo da teologia, pelo menos na corrente que predominou no universo cultural do
Ocidente, a concepção de Eros como força perturbadora, ligada apenas ao sexo
entendido genitalmente predominou.
Contribui para isso, certamente, o outro nome dado ao
mesmo amor que o cristianismo, notadamente o Novo Testamento, cunhou como a
nomeação de Deus por excelência: ágape. O vocábulo grego ágape significa
afeição, amor, ternura, dedicação. Seu equivalente latino é caritas, traduzido
nas línguas latinas por caridade (charité, caridad, carità) e mesmo nas
anglo-saxônicas (charity). Isso tanto em textos estoicos como cristãos. A força
de ágape no texto cristão reside sobretudo no fato de ao longo de todo o NT não
aparecer a palavra Eros. Aparece philia para designar o amor
sobretudo feito de amizade. Mas, ao se tratar do Deus, de Jesus e do amor que
devem viver seus discípulos, é ágape que predomina soberanamente. O mesmo
ocorre para descrever e exortar os discípulos a imitar e seguir Jesus, e serem
imitadores de Deus, que é misericordioso e não faz acepção de pessoas.
Filhos do mesmo Pai, são todos irmãos e portanto o
próximo não é somente o que está perto de mim mas o forasteiro, o desconhecido,
o estrangeiro, o escravo, o inimigo. Os textos maiores que celebram a ágape
cristã são o ‘hino ao amor’ da primeira carta de Paulo aos Coríntios, capítulo
13, e toda a primeira Epístola de João. Portanto, se quisermos aqui definir
como se situam Eros e ágape dentro do marco do cristianismo – e, portanto, da
teologia cristã – poderíamos encontrar alguns pontos que aparecem nos textos
paulino e joanino.
Neles, o específico do amor agápico é seu caráter não
provocado ou estimulado. Trata-se de um amor gratuito, independente do valor de
seu objeto, desinteressado. Ágape é, pois, o primeiro exemplo de um amor sem
apropriação nem cupidez, um amor que nada tem de egocêntrico. A fim de amar
alguém agapicamente, não se espera que ele se torne amável ou que nos compraza.
Deve-se amá-lo sem condição prévia. E porque se ama assim, cria-se uma abertura
em direção a ele ou ela, abertura de certa maneira “pascal”. Abre-se uma
“passagem” em direção ao outro ou outra, dá-se um esquecimento de si no outro.
ESSAS SÃO AS VERDADEIRAS NUANCES DO AMOR CRISTÃO,
CONSIDERADO O “PURO AMOR”.
DOIS
NOMES PARA O AMOR
MARIA
CLARA LUCCHETTI BINGEMER –
TEOLOGIA
- PUC-RIO
O
AMOR – RESPONDE SÃO PAULO – NÃO DESAPARECERÁ NUNCA, NÃO MUDARÁ JAMAIS. ELE É A
ÚNICA COISA PERFEITA; POR ISSO PERMANECERÁ SEMPRE.
OS CARISMAS
Como dons do Espírito de Amor, os carismas também são
reconhecidos pelo Amor Divino do qual se originam e pelo amor com que são
exercidos. O Espírito Santo, “como Amor, é o eterno Dom incriado. Nele está a fonte e o início de toda a boa dádiva para
as criaturas”.
Os carismas, são por assim dizer, o Sopro de Deus: “tu
ouves a sua voz, mas não sabes nem de onde vem, nem para onde vai” (Jo 3, 8). Pelo serviço dedicado que o carisma realiza para a
edificação do povo de Deus, discernimos que o autêntico Sopro de Deus está em
ação.
Como é comunhão com a própria vida de Deus, a caridade
não é carisma, mas a fonte dos carismas. O amor é “um caminho infinitamente
superior” (1Cor 12, 31).
A Igreja sempre ensinou esta diferença: a graça
santificadora (gratium faciens) e os carismas (gratiae grátis datae) são vistos
em diferenciação, o que São Paulo mostra na Primeira Epístola aos Coríntios na
qual coloca a análise do amor, o Hino ao Amor (1Cor 12 e 14). O amor e os
carismas não se opõem mutuamente. Assim ele descreve esse relacionamento.
“Procurai o amor, aspirai às manifestações espirituais”
(1Cor 14,1)
Em sua rica variedade, os carismas são concedidos “para
renovação e maior incremento da Igreja”. Por meio deles, Cristo adorna sua
Igreja fazendo-a bela, apresentando-a “a si mesmo e esplêndido, sem mancha nem
ruga, nem defeito algum” (Ef 5, 27), preparando-a para as núpcias do Cordeiro.
(Ap 19, 7-9).
CATECISMO
DA IGREJA CATÓLICA