“...deixando-se guiar pela luz do Menino… e, assim, atingem o
Inatingível e, vendo o Menino, reconhecem nele o Deus perfeito:
“ajoelharam-se
diante dele e o adoraram”. Com humildade, oferecem-lhe o que têm:
“Abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra”: ouro
para o Rei, incenso para o Deus, mirra para o que, feito homem, morrerá e será
sepultado! Os magos crêem e encontram o Menino e “sentiram uma alegria muito
grande”.
Homilia de Padre Marcos Belizário
Se os Magos são modelo de peregrinos para nossas vidas, é preciso conhecê-los.
Quem,
afinal, são estes Magos? O Evangelho propõe um significado mais profundo que as
histórias populares e a tradição religiosa que envolvem estes personagens. Sabemos
que suas cores de pele representam todos os povos da terra e não se chamam
Magos por se dedicarem à magia e práticas de ocultismos, mas porque se dedicam
a estudar e a descobrir os sinais e as luzes de Deus na história e na natureza.
Nos Magos, cada pessoa de todas as raças, são viajantes, são peregrinos, são
convidados e provocados a perceber onde Deus acende suas luzes para ir ao
encontro. Os Reis Magos apresentam-se a nós como buscadores da luz divina,
pessoas que entram na viagem da busca de Deus através de um caminho espiritual
que encontra sua confirmação na Palavra.
Quando chegaram em Jerusalém, a estrela da natureza desapareceu e se acendeu a luz da Palavra de Deus apontando o local onde era possível encontrar-se com Deus e encontrar Deus.
Quando chegaram em Jerusalém, a estrela da natureza desapareceu e se acendeu a luz da Palavra de Deus apontando o local onde era possível encontrar-se com Deus e encontrar Deus.
Deus acende sua luz na terra e nos
provoca a encontrá-la e, para isso, é preciso se fazer peregrino, como os Reis
Magos. Para chegar até ela é preciso percorrer um caminho. É o caminho da fé,
feito de buscas e de caminhos nem sempre bem iluminados.
Na busca para
encontrar Deus, a luz, a estrela misteriosa que vemos nos presépios, além de
mostrar o local do encontro, brilha na nossa frente, mas isso não
significa que escuridões e sombras de dúvidas e incertezas cubram o caminho.
Por isso, como os Reis Magos, precisamos parar para perguntar onde iremos
encontrar Jesus Cristo.
Tantas vezes, como também aconteceu com os Reis Magos,
nossas perguntas são feitas a pessoas erradas, que nos indicam desvios e
afastam-nos do verdadeiro encontro com Cristo.
A viagem dos Magos é um retrato de todo homem e mulher que se coloca a procura de Jesus porque viram sua luz. Trata-se de uma busca, que coloca numa viagem existencial quem não hesita em deixar seguranças para encontrar-se com o Salvador.
A viagem dos Magos é um retrato de todo homem e mulher que se coloca a procura de Jesus porque viram sua luz. Trata-se de uma busca, que coloca numa viagem existencial quem não hesita em deixar seguranças para encontrar-se com o Salvador.
A cena dos Reis Magos no presépio é uma teologia visual do encontro entre Deus e os homens, entre o silêncio divino e o respeito silencioso e adorante da humanidade que, por mais rica que seja, como eram os Reis Magos, convida a se prostrar diante do Menino Deus.
Tem ainda um
último detalhe que deve ser considerado. Os magos eram estrangeiros e mesmo
assim foram ao encontro da Salvação trazida por Jesus. Entendemos melhor esse
aspecto, relendo a 2ª leitura (Efésios 3, 2-3a.5-6), onde se entende que todos os povos da terra são
convidados a se dirigirem ao local onde Deus ilumina o mundo com sua presença.
É a realização do sonho profético, descrito na 1ª leitura, (Isaías 60, 1-6) quando os povos se
colocaram em viagem para se deixarem iluminar com a luz divina, que oferece a
paz, a alegria, a solidariedade na terra. Na celebração da Epifania, aprendemos
que a vida cristã é uma viagem em busca da luz divina, num caminho marcado pela
espiritualidade do Evangelho.
Toda estrela, todo sinal que vem de Deus conduz a
Jesus Cristo, ao seguimento dele e, portanto, a uma prática mais intensa e
generosa para viver profundamente o Evangelho (Mateus 2, 1-2). Tantas luzes se acendem diante
de nós, mas somente por uma vale a pena deixar tudo para viajar e ir ao
encontro: A luz divina, que brilha na vida de Jesus. Amém!
PROCLAMAÇÃO DAS
SOLENIDADES
MÓVEIS EM 2015
Irmãos caríssimos, a glória do Senhor manifestou-se. Nos ritmos e nas vicissitudes do tempo, recordamos e
vivemos os mistérios da salvação. O
centro de todo o ano litúrgico é o Tríduo do
Senhor crucificado, sepultado e
ressuscitado, que culminará no Domingo de Páscoa, este ano a 5 de abril. Da celebração da Páscoa do Senhor, derivam todas as celebrações do Ano Litúrgico: as
Cinzas, início da Quaresma, a 18 de
fevereiro; a Ascensão do Senhor, a 17 de
maio; Pentecostes, a 24 de maio; e o primeiro
domingo do Advento, a 29 de novembro. Também nas festas da Santa
Mãe de Deus, dos Apóstolos, dos Santos e na Comemoração dos Fiéis Defuntos,
a Igreja peregrina sobre a terra proclama
a Páscoa do Senhor.
A CRISTO, QUE ERA, QUE É E QUE HÁ DE VIR, SENHOR DO TEMPO E DA HISTÓRIA,
LOUVOR E GLÓRIA PELOS SÉCULOS DOS SÉCULOS. AMÉM.