Uma delegação de
12 pessoas partiu do Haiti em 7 de janeiro, para Roma, onde participará do
encontro que se realizará no Vaticano no sábado, 10 de janeiro, no quinto
aniversário do terremoto que devastou a nação em 12 de janeiro de 2010.
Foi o
que anunciou o Presidente da Conferência Episcopal do Haiti (CEH), Card. Chibly
Langlois, Bispo de Les Cayes, que guia a delegação “A comunhão da Igreja:
Memória e esperança para o Haiti, cinco anos depois do terremoto” é o tema
sobre o qual refletirão cerca de 200 pessoas: além da delegação do Haiti, de
fato, foram convidados os representantes dos Dicastérios vaticanos, de algumas
Conferências Episcopais, de organizações de ajuda e cooperação, os superiores
gerais de congregações religiosas e os embaixadores junto à Santa Sé.
A
iniciativa, segundo a nota enviada a Fides pelo Haiti, fortemente encorajada
pelo Papa Francisco, é organizada pelo Pontifício Conselho "Cor Unum"
e pela Pontifícia Comissão para a América Latina. "Será – segundo as
palavras do Cardeal – a oportunidade de recordar o desastre que causou mais de
230.000 mortos, 300.000 feridos e 1,2 milhões de desabrigados". Entre os
mortos estão a médica pediatra e sanitarista Dra. Zilda Arns, fundadora e
coordenadora nacional da Pastoral da Criança, ligada à Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil, 18 militares brasileiros, além do vice-representante especial
do secretário-geral da ONU, Luiz Carlos da Costa.
Nesse ano de 2015 a CNBB vai
dar início ao processo para solicitar ao Vaticano a beatificação da missionária
Zilda Arns. O início do processo terá que esperar por dois anos, pois uma
solicitação de beatificação e canonização só pode ser apresentada após cinco
anos da morte do candidato, informou a CNBB. O Pedido de beatificação da médica
tem mais de 130 mil assinaturas em janeiro de 2015.
Em vida, dra
Zilda recebeu diversas menções especiais e títulos de cidadã honorária. Foi
indicada ao Prêmio Nobel da Paz três vezes seguidas e recebeu 19 prêmios entre
1988 e 2002, entre eles a menção especial pela Unicef-Brasil como personalidade
brasileira de destaque no trabalho em prol da saúde da criança; o Prêmio
Internacional da Organização Pan-americana de Saúde, em Administração
Sanitária, em 1994, e o título de Heroína da Saúde Pública das Américas, em
2002.
A Pastoral da
Criança mobilizou e capacitou mais de 240 mil voluntários, que já atuaram em
40.853 mil comunidades em 4.016 municípios. A entidade acompanha hoje quase 95
mil gestantes e mais de 1, 6 milhão de crianças pobres menores de seis anos.
Zilda Arns promovia a capacitação dos voluntários e sua transformação em
agentes sanitários, trabalhando nas comunidades onde moram. Em 2004, Zilda
Arns recebeu da CNBB outra missão semelhante, fundar, organizar e coordenar a
Pastoral da Pessoa Idosa. Atualmente mais de 129 mil idosos são acompanhados
todos os meses por 14 mil voluntários.
O Brasil passou
a ser um dos principais colaboradores dos trabalhos coordenado pela Organização
das Nações Unidas no processo de reconstrução e capacitação profissional do
Haiti e para redução da tragédia humanitária no país.
A reorganização do Haiti ainda está em andamento e conta com o apoio de uma ação coordenada pelos Estados Unidos e pela comunidade internacional. A campanha
“Alimente a Esperança, Ajude o Haiti”, criada a pedido do cardeal arcebispo Dom Orani João Tempesta como gesto
concreto por ocasião da comemoração de um ano da JMJ e da celebração do Ano
Arquidiocesano da Caridade.
Em dezembro de
2014, representantes da Arquidiocese do Rio de Janeiro estiveram no Haiti para
a distribuição dos alimentos, arrecadados na campanha “Alimente a esperança,
ajude o Haiti”, cerca de 100 toneladas foram entregues aos moradores da
capital, Porto Príncipe, um dos locais mais afetados pelo terremoto em 2010.
Fizeram parte da comitiva o coordenador do Conselho Missionário Arquidiocesano
(Comidi), padre Ludendorff (Licinho) Cohen Couto, juntamente com o reitor do
Seminário Propedêutico Rainha dos Apóstolos, padre Leandro Lênin, e o fundador
da Casa do Menor São Miguel Arcanjo, em Nova Iguaçu, padre Renato Chiera.
A comissão se
reuniu com diversas frentes missionárias que atuam na assistência aos
haitianos. Foram realizados encontros com os religiosos da Associação São
Francisco de Assis na Providência de Deus, com as Irmãs Apóstolas no Coração de
Jesus, as religiosas do Grupo Intercongregacional coordenado pela Conferência
dos Religiosos do Brasil (CRB) e outros grupos de religiosos brasileiros. Foi
realizada também visita ao bispo de Porto Príncipe, Dom Guire Poulard e ao
comando do Exército brasileiro que serve no país.
PORT-AU-PRINCE
HAITI PÓS-TERREMOTO
O cardeal Chibly
Langlois recorda na circunstância que um número de projetos pós-terremoto já
foi completado, e que atualmente a Igreja Católica tem ainda cerca de 200
projetos a realizar. Os que estão em andamento dizem respeito a 70 igrejas,
capelas ou escolas reconstruídas, e outros edifícios que abrigam atividades de
serviço administradas pela Igreja Católica. Esses 70 projetos em execução
exigiram um custo de 58 milhões de dólares, dos quais somente 32 eram
precedentemente disponíveis, segundo o que afirma Stephan Destin, o engenheiro
responsável pela Unidade operativa para a reconstrução.
O Estado haitiano até
agora não reconstruiu nenhum dos edifícios públicos destruídos pelo terremoto.
A Igreja, a propósito, aguarda ainda a ajuda estatal para a reconstrução
efetuada ou iniciada dos edifícios que oferecem um serviço público, como
escolas e centros de saúde.
"Esperamos
reforçar a comunhão eclesial com a Igrejas-irmãs”, conclui o Card. Chibly
Langlois, que auspicia também a nomeação, em cada diocese haitiana, de uma
pessoa competente e qualificada, encarregada de acompanhar a reconstrução e a
gestão das ajudas.
HOMENAGEM À
ZILDA ARNS EM CURITIBA
A Arena da
Baixada, em Curitiba, vai receber uma homenagem à Dra Zilda Arns, neste sábado
(10). O evento, que vai das 19h às 22h, pretende lembrar a vida da fundadora da
Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa. Durante a celebração será
entregue à administração da Arquidiocese de Curitiba uma moção que solicita o
pedido de abertura do processo de beatificação de Zilda Arns. O documento conta
com mais de 130 mil assinaturas. Os líderes vêm em caravanas de todos os
estados do Brasil e durante o sábado poderão também conhecer o Museu da Vida e
visitar o túmulo da homenageada no Cemitério Água Verde.
A Celebração
Eucarística contará com a presença de Dom Geraldo Majella Agnelo, Dom Raymundo
Damasceno Assis, Dom Aldo di Cillo Pagotto e Padre Reginaldo Manzotti.
O ingresso para
a cerimônia pode ser retirado na sede do Museu da Vida, na Rua Jacarezinho,
1.691, Mercês ou na portaria da Arena da Baixada, que fica na Rua Buenos Aires,
1.260, Água Verde. A abertura dos portões está marcada para as 17h e a
celebração deve começar às 19h.
MUSEU DA VIDA
O Museu da Vida
foi inaugurado em dezembro de 2014 e abriga exposições que contam a trajetória
do projeto da Dra. Zilda Arns em erradicar a mortalidade infantil. O espaço
possui ambientes de aprendizagem e acervos, além de ser considerado fonte de
cultura, pesquisa e disseminação de conhecimento. O Museu está localizado junto
à sede da entidade, na Rua Jacarezinho, 1.691, Mercês. O local fica aberto das
8h às 19h, todos os dias da semana, e a entrada é gratuita.
Agencia EFE -
Agência Fides - Pontificias Obras Missionárias
(POM) – Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - Arquidiocese
de São Sebastião do Rio de Janeiro - Testemunho de Fé - Pastoral da Criança - Pastoral da Pessoa Idosa - G1
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