segunda-feira, janeiro 11, 2016

PADRE MARCOS CELEBRA NA CATEDRAL DE ST LOUIS, REI DE FRANÇA EM VERSAILLES



A profecia de Isaías

Parece que a 1ª leitura não tem uma relação muito direta com a celebração do Batismo de Jesus. A profecia de Isaías fala de um povo perdido e sofredor nas agruras da vida, devido a uma administração política desastrosa dos governantes do povo. Uma situação bem semelhante a nossa, por sinal. Na profecia de Isaías, vale o destaque de dois elementos: o anunciador de boas notícias e o construtor de caminhos novos, que serão planejados e realizados no deserto. O anunciador de boas notícias — do Evangelho, como lembra a palavra grega — é o próprio Jesus que inicia sua evangelização, seu anúncio de boas notícias, depois do seu Batismo. No seu Batismo, ele assume o compromisso de anunciar as boas notícias do projeto divino para a terra. A construção de caminhos novos é um símbolo bem interessante. Sabemos que o deserto é cercado de areia por todos os lados, por isso não tem indicações de endereços e nem de caminhos. Isaías, em sua profecia, promete um arquiteto de caminhos novos com endereços no deserto: está falando de Jesus.



Jesus evangelizador e arquiteto

Vale a pena insistir um pouquinho mais nestes dois símbolos de Jesus como evangelizador e como arquiteto. São dois símbolos que fazem parte da missão de Jesus, iniciada no dia de seu Batismo. Naquele momento, Jesus confirma seu compromisso de realizar a missão a qual foi destinado pelo Pai. No final do Batismo, como ouvimos no relato evangélico, a voz divina coloca a garantia que Jesus é o Filho de Deus, por isso nele está o amor divino. Agora, o segundo símbolo da profecia de Isaías, que se realiza em Jesus: o arquiteto de caminhos no deserto. Lembramos que Jesus se define como caminho. Ele é o próprio caminho que tem o endereço de vida plena, que pode conduzir cada um de nós a viver de modo pleno, realizado, totalmente equilibrado. É em Jesus que podemos encontrar o sentido de nossas vidas e a luz para a nossa realização existencial; a luz que ilumina aqueles momentos difíceis e embaraçosos pelos quais passamos de tempos em tempos.







 Viver como discípulos de Jesus

Muitos cristãos interpretam o que estou falando com uma única atitude: rezar, orar, ser bom. Está certo. Para nos tornar discípulos de Jesus precisamos ser bons e rezar. Mas, como dizia, trata-se de uma única atitude; é uma atitude, o que significa dizer que existem outras atitudes. Vamos buscar algumas delas lembrando a 2ª leitura, que ouvimos da carta de São Tito: abandonar a impiedade, abandonar as paixões do mundo, para viver neste mundo de modo equilibrado e na piedade. Viver e conviver com relacionamentos fraternos, próprios de quem é motivado a se relacionar com sentimentos de misericórdia. Tito coloca outra atitude: não colocar a maldade em nossa vida. Maldade nos julgamentos, maldade em nossos relacionamentos; tirar de nossas vidas todo e qualquer tipo de maldade, seja por ação, seja por pensamento ou até mesmo sentimento. Insistir naquilo que rezamos na conclusão do Pai Nosso: “livrai-nos do mal”, seja da maldade que pode vir contra nós ou que pode estar em nossos corações. Porque somos batizados, repudiamos e recusamos a maldade, mas assumimos e cultivamos a bondade em nossas vidas. 










A Catedral Saint-Louis de Versalhes era originalmente uma simples capela que devia ser o equivalente sul de Notre-Dame de Versalhes. Em 1740, o rei Luís XV decide torná-la uma verdadeira igreja que seria construída em frente à capela. O edifício levou algum tempo para receber o título de catedral em razão do seu aspecto de prédio inacabado. A igreja somente tornou-se catedral após a Revolução Francesa, tendo sido lugar de vários acontecimentos marcantes. Lá, o sermão do jeu de paume foi renovado e o papa Pio VII foi acolhido no dia 3 de janeiro de 1805 para a sagração de Napoleão I.

Patrimônio Histórico Mundial 

Desenhada por Jacques Hardouin-Mansart de Sagonne, a Igreja Saint- Louis de Versalhes está classificada como patrimônio histórico mundial desde 1906. Sua arquitetura é reconhecível por uma cúpula com um domo de 65 metros de altura decorado com uma flecha. A parte externa parece adotar o estilo clássico enquanto a parte interna é bem barroca.

Seu imenso órgão foi inaugurado em junho de 1762. A consola do órgão, estrutura de carpintaria que contém a mecânica, foi classificada como patrimônio histórico mundial em 1906. Já a parte instrumental foi classificada em 1961.