terça-feira, setembro 24, 2019

A PRESENÇA REAL - DE QUE MODO ESTÁ JESUS NA EUCARISTIA?









De que modo Nosso Senhor está presente na hóstia, pois que não é aí percebido pelos sentidos?

Responde a teologia que o Senhor está presente na hóstia a modo de substância. E, como a substância dos seres foge à percepção dos sentidos, assim não pode Cristo ser aí percebido.

Precedentemente dissemos que Jesus está aí presente a modo de espírito, o que exprime a mesma verdade teológica. Somente devemos precaver-nos de supor que presença a modo de espírito exclua a presença do Corpo de Nosso Senhor. É exatamente o Corpo de Cristo que está aí de modo espiritual, isto é, fora das leis ordinárias a que se sujeitam os corpos e, antes, regendo-se por leis que regem os espíritos. É o Corpo de Cristo que aí está, porém a modo de espírito.

Como a terminologia estar presente a modo de espírito pode induzir o leitor não
atento ao erro contra que o premunimos, a maioria dos teólogos com Santo Tomás prefere dizer que Cristo está presente na Eucaristia a modo de substância.



Este modo de estar presente é um modo natural, ou extraordinário?

Está claro que é um modo extraordinário, milagroso, de que não há exemplo em a natureza. O Concílio Tridentino afirmou que Cristo está na hóstia consagrada em virtude de uma conversão “maravilhosa e singular da substancia do pão na substância do Corpo de Cristo” (Dez. 884)

Dizendo que esta conversão é “singular“, quer o Santo Concílio dizer que não existe outro exemplo símile na natureza. Dizendo-a “maravilhosa“, significa que excede as forças naturais e se realiza por ação particular de Deus; daí também um dos motivos por que o Sacramento da Eucaristia é justamente chamado “mistério de fé“.

“Esta conversão maravilhosa e única, diz ainda o Concílio, foi conveniente e propriamente denominada, pela Igreja Católica, transubstanciação” (Dez. 877)



Como podemos saber que houve de fato esta mudança de substância ou transubstanciação do pão para o Corpo de Cristo, se o Evangelho não nos fala de tal coisa?

O Evangelho não emprega o termo transubstanciação, mas os textos que provam a presença real de Jesus na Eucaristia provam indiretamente a transubstanciação. Pois a presença real não se pode entender, nos termos em que Jesus no-la assegurou, senão mediante a conversão da substância do pão na substância do Corpo de Cristo.

Vejamos. Jesus toma o pão e afirma: “Isto é o meu corpo”. No momento em que toma entre as mãos o pão, isto ainda é pão. Pelo poder onipotente de sua palavra, Ele quer operar um milagre que o torne presente de modo novo. E Ele diz: “Isto é o meu corpo”. Isto, que há alguns segundos antes, era pão, agora é o meu corpo.

Esta palavra pronunciada sobre o pão: “Isto é o meu corpo” — significando obviamente que isto (que era pão) é agora Jesus Cristo, afirma claramente que houve uma mudança no ser apresentado aos nossos sentidos.

O ser apresentado converteu-se essencialmente em outro, mediante as palavras divinas do próprio Verbo. Esta conversão essencial, porém, não atinge as exterioridades do ser, não atinge isto que chamamos acidentes (cor, cheiro, forma externa, quantidade extensiva, etc.) pois os acidentes permanecem os mesmos (de pão). Logo, houve uma mudança no íntimo do ser essencial, que os filósofos chamam substância.

Muito cabível, portanto, o ensinamento do Concílio Tridentino:

“Porque Jesus Cristo nosso Redentor disse que o que Ele oferecia sob as aparências de pão era verdadeiramente seu Corpo, por isso, sempre foi persuasão da Igreja de Deus — e agora o Santo Concílio o declara de novo — que pela consagração do pão e do vinho se efetua a conversão de toda a substância do pão na substância do Corpo de Nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância de seu sangue. Esta conversão foi conveniente e propriamente denominada, pela Santa Igreja Católica, transubstanciação” (Dez. 877, 997, 1469)






Fonte: rumoasantidade.com.br