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A
nossa sociedade parece estar dominada por uma cultura de morte, que se alastra
a várias áreas: defesa e promoção do aborto e da eutanásia, por um lado;
poluição do ar e contaminação da água, por outro; refugiados que morrem sem
chegar ao seu destino e pessoas que são vítimas de guerras e conflitos; uma
natureza a definhar rapidamente e uma corrida desenfreada ao armamento; sinais
alarmantes de violência doméstica e gente que morre sozinha e desamparada…
A
lei judaica dizia: «não matarás; quem matar será submetido a julgamento». Jesus
vai mais longe: «todo aquele que se irar contra o seu irmão será submetido a
julgamento. Quem chamar imbecil a seu irmão será submetido ao Sinédrio, e quem
lhe chamar louco será submetido à geena do fogo» (Mt 5, 21-22). Jesus é mais
exigente e parece consciente de que se pode matar de muitas formas, sem nunca
tocar na pessoa.
É
importante que tenhamos presente que «ter de conviver com uma sociedade onde
reina uma cultura de morte, pode-se tornar um desafio a ser, com mais força,
testemunhas, portadores e servos da vida» (Partir de Cristo, 13). Mas também é
muito importante que nos perguntemos que «significado poderá ter o mandamento
“não matarás”, quando uns 20 % da população mundial consomem recursos numa
medida tal que roubam às nações pobres, e às gerações futuras, aquilo de que
necessitam para sobreviver» (LS 95).
Se
queremos de verdade ser sal da terra e luz do mundo, então temos de nos
empenhar seriamente em promover «uma nova reverência face à vida», assumir a
«firme resolução de alcançar a sustentabilidade», intensificar «a luta em prol
da justiça e da paz», mas também celebrar alegremente o dom da vida (LS 207).
Dito de maneira mais simples, estamos chamados a dar corpo a cultura da vida e
a construir uma sociedade assente no cuidado da fragilidade. Hoje, mais do que
nunca, «é preciso ter a coragem de falar da integridade da vida humana, da
necessidade de incentivar e conjugar todos os grandes valores» (LS 224).
O
lugar por excelência onde tudo isto pode acontecer é a família. A família «é o
lugar onde a vida, dom de Deus, pode ser convenientemente acolhida e protegida
contra os múltiplos ataques a que está exposta, e pode desenvolver-se segundo
as exigências de um crescimento humano autêntico. Contra a denominada cultura
da morte, a família constitui a sede da cultura da vida» (LS 213).
A
vida que Deus nos oferece não é uma vida de qualidade inferior ou de baixa
intensidade. A vida nunca pode estar em saldos, como se já estivesse fora de
época ou, pior ainda, fora de prazo. Ousemos abraçar o desafio a ser
testemunhas, portadores e servos da vida.
Fonte:
Dehonianos