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O
que é? Como surgiu? Qual seu objetivo? Como se reza? A recitação da Via-Sacra
dá indulgências?
Oque
é a Via-Sacra?
É
um piedoso exercício em que meditamos o doloroso caminho que Jesus percorreu
desde o pretório de Pilatos até ao Calvário, onde foi crucificado e morreu pela
nossa Redenção.
Como
surgiu a prática deste exercício?
A
origem deste santo exercício é devida ao Coração amante e desolado da SS.
Virgem. Esta pobre Mãe, depois da Ascensão de Jesus ao Céu, tinha por único
consolo banhar de lágrimas o caminho que o seu querido Jesus tinha regado com o
seu sangue divino… – Os fiéis imitaram o exemplo de Maria, e de todas as partes
do mundo afluíram, à custa de mil perigos e incômodos, a Jerusalém, para
venerar os santos lugares e ganhar as indulgências concebidas pelos Sumos
Pontífices. – Mas a Igreja, Mãe piedosa, para poupar incômodos a seus filhos e
lhes facilitar os meios de santificação, concedeu as mesmas indulgências de
Jerusalém aos que visitassem as catorze Cruzes ou Estações da Via-Sacra,
devidamente eretas.
Qual
é o objetivo desta devoção?
O
fim desta devoção é exercitar nas almas os sentimentos – de gratidão e amor
para com Nosso Senhor Jesus Cristo, que tanto sofreu por nós, de contrição dos
nossos pecados, que foram a causa dos sofrimentos do Salvador, de imitação dos
exemplos de heroicas virtudes, que Jesus nos deixou na sua Paixão e Morte. Não
admira, pois, que este Exercício agrade tanto ao nosso amável Redentor e
produza, nas almas que o praticam, abundantes frutos de santidade.
Indulgências
anexas à Via-Sacra
Concede-se
indulgência plenária ao fiel que fizer o exercício da Via-Sacra piedosamente. Com
o piedoso exercício da Via-Sacra renova-se a memória das dores que sofreu o
divino Redentor no caminho do pretório de Pilatos, onde foi condenado à morte,
até o monte Calvário, onde morreu na cruz para a nossa salvação. Para ganhar a
indulgência plenária, determina-se o seguinte:
–
O piedoso exercício deve-se realizar diante das estações da via-sacra,
legitimamente eretas.
–
Requerem-se catorze cruzes para erigir a via-sacra; junto com as cruzes,
costuma-se colocar outras tantas imagens ou quadros que representam as estações
de Jerusalém.
–
Conforme o costume mais comum, o piedoso exercício consta de catorze leituras
devotas, a que se acrescentam algumas orações vocais. Requer-se piedosa
meditação só da Paixão e Morte do Senhor, sem ser necessária a consideração do
mistério de cada estação.
–
Exige-se o movimento de uma para a outra estação. Mas se a via-sacra se faz
publicamente e não se pode fazer o movimento de todos os presentes
ordenadamente, basta que o dirigente se mova para cada uma das estações,
enquanto os outros ficam em seus lugares.
–
Os legitimamente impedidos poderão ganhar a indulgência com uma piedosa leitura
e meditação da Paixão e Morte do Senhor ao menos por algum tempo, por exemplo,
um quarto de hora.
–
Assemelham-se ao piedoso exercício da via-sacra, também quanto à aquisição da
indulgência, outros piedosos exercícios, aprovados pela competente autoridade:
neles se fará memória da Paixão e Morte do Senhor, determinando também catorze
estações.
–
Entre os orientais, onde não houver uso deste exercício, os Patriarcas poderão
determinar, para lucrar esta indulgência, outro piedoso exercício em lembrança
Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Como
se reza a Via-Sacra?
Existem
muitos modelos de meditações. Aqui deixamos apenas uma sugestão:
Oração
preparatória
Meu
Senhor Jesus Cristo, que seguistes, com amor infinito, o Caminho doloroso do
Calvário, e aí morrestes, num patíbulo de infâmia, dai-me a graça de Vos
acompanhar e de unir as minhas lágrimas ao vosso Sangue precioso… Tenho ardente
desejo de consolar o vosso Coração, tão bom e tão amargurado pelos nossos
pecados, e de me associar à vossa dolorosa Paixão e Morte… Quem me dera sofrer
e morrer por Vós, que sofrestes e morrestes por mim!… Ó Jesus, eu Vos amo de
todo o meu coração; arrependo-me sinceramente de Vos ter ofendido e prometo,
com a vossa graça, nunca mais tornar a ofender-Vos… Dignai-Vos, meu querido
Senhor, conceder-me as Indulgências com que o vosso Vigário enriqueceu este
santo exercício, e recebei-as em satisfação dos meus pecados e em sufrágio das
almas do Purgatório. – Ó Maria, Rainha dos Mártires, dai-me o amor e o
sofrimento com que acompanhastes ao Calvário o vosso inocentíssimo Filho… Amém.
ESTAÇÃO
I
Jesus
condenado à morte
V:
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos;
R:
Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Jesus
está diante de Pilatos… A que estado O reduziram!… A cabeça coroada de
espinhos…; a face banhada em sangue…; todo o corpo lacerado…; os ombros
cobertos com um pedaço de púrpura…; as mãos atadas… Inspira compaixão o
amabilíssimo Jesus!… Todavia Pilatos, para agradar aos ingratos Judeus, condena
à morte o inocente Filho de Deus… Jesus ouve com serenidade a sentença e aceita
resignado a morte para salvação dos pecadores… Ó Jesus, eu merecia a morte
eterna no inferno; e Vós, o Deus de vida, quisestes morrer para me salvar!…
Seja bendita a vossa Bondade infinita!… Dai-me a graça de viver e morrer no
vosso santo amor… Ó Jesus, eu Vos amo de todo o meu coração…; arrependo-me
sinceramente de Vos ter ofendido e prometo, com a vossa graça nunca mais tornar
a ofender-Vos.
Pai-Nosso
– Ave-Maria – Glória ao Pai.
ESTAÇÃO
II
Jesus
Cristo levando a Cruz
V:
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos;
R:
Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Jesus
é despido do manto de púrpura, e coberto de seus vestidos, para que todos O
reconheçam e insultem… Apresentam-lhe a Cruz… O Salvador estende os braços e,
num transporte de ternura, aperta-a ao Coração… e banha-a de lágrimas… E,
pondo-a aos ombros chagados, encaminha-se para o Calvário… “Onde ides, meu bom
Jesus:” – “Vou morrer por ti: depois da minha morte, lembra-te de mim e
ama-me!”
Ó
Jesus, essa Cruz era-me devida a mim, que sou pecador, e não a Vós que sois
inocente… Mas o inocente quis pagar pelo pecador… Sede sempre bendito, ó
Senhor! Abraço, por vosso amor, todos os desprezos e contrariedades da vida… Ó
Jesus, eu Vos amo de todo o meu coração…; arrependo-me sinceramente de Vos ter
ofendido e prometo, com a Vossa graça, nunca mais tornar a ofender-Vos.
Pai-Nosso
– Ave-Maria – Glória ao Pai.
ESTAÇÃO
III
Jesus
cai pela primeira vez
V:
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos;
R:
Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
O
Filho de Deus sai do pretório, oprimido pelo peso da Cruz… Está cheio de amor,
mas exausto de forças!… Tem derramado tanto sangue! Depois de alguns passos,
obscurecem-se-lhe os olhos, verga sob a Cruz e cai por terra, penetrando mais e
mais os espinhos na sua delicada Cabeça”… Avalia o seu martírio!… Os algozes
enfurecem-se e, com blasfêmias e golpes, ultrajam e ferem o Cordeiro divino…
Ó
Jesus, Vós caístes sob o peso da Cruz, porque eu me precipitei num abismo de
iniquidades… Estendei-me a vossa mão, para que me levante e, auxiliado pela
vossa graça, percorra confiadamente o caminho da virtude e da santidade… Ó
Jesus, eu Vos amo de todo o meu coração…; arrependo-me sinceramente de Vos ter
ofendido e prometo, com a vossa graça, nunca mais tornar a ofender-Vos.
Pai-Nosso
– Ave-Maria – Glória ao Pai.
ESTAÇÃO
IV
Jesus
encontra sua Mãe
V:
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos;
R:
Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Que
encontro doloroso! Que olhares de desolação! Maria vê seu Filho desfalecido e
desfigurado e não lhe pode valer… Jesus vê sua santa Mãe aflita e desolada, e
não a pode consolar… Não falam com os lábios, falam com os corações: “Minha
Mãe, minha pobre Mãe!” – “Meu filho, meu querido Jesus!” E estas palavras
traduzem um oceano de afetos e de dores… Duas vítimas inocentes, unidas pelo
mesmo sacrifício…
Ó
Jesus, ó Maria!… Eu, com os meus pecados, fui a causa dos vossos tormentos!… E
Vós amastes tanto a minha pobre alma… – Ó Jesus, eu Vos amo de todo o meu
coração…; arrependo-me sinceramente de Vos ter ofendido e prometo, com a vossa
graça, nunca mais tornar a ofender-Vos. – Ó Maria, eu Vos consagro a minha alma
e o meu corpo. Amparai-me, defendei-me sempre, mas, sobretudo na hora da minha
morte.
Pai-Nosso
– Ave-Maria – Glória ao Pai.
ESTAÇÃO
V
Jesus
ajudado pelo Cireneu
V:
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos;
R:
Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Jesus
está fraco e tão abatido, que, a todo o momento, parece morrer… E é o Senhor do
Paraíso, que rege e governa todas as criaturas!… Os judeus, temendo que a
vítima lhes faleça no caminho e não possa chegar ao lugar da infâmia, obrigam
Simão Cireneu a levar a Cruz do Redentor…
Ó
Jesus, Vós sustentais, com um ato da vossa onipotência, o céu e a terra, e
precisais de amparo?!… Ó meu bom Deus, a que estado Vos reduziu o vosso amor
pela minha alma!… Nunca esquecerei tamanha misericórdia… Pelos merecimentos
desta vossa fraqueza, ajudai-me a levar a cruz, que mereço e abraço na
qualidade de cristão e de pecador… Ó Jesus, eu Vos amo de todo o meu coração…;
arrependo-me sinceramente de Vos ter ofendido e prometo, com a vossa graça,
nunca mais tornar a ofender-Vos.
Pai-Nosso
– Ave-Maria – Glória ao Pai.
ESTAÇÃO
VI
A
Verônica limpa a Face de Jesus
V:
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos;
R:
Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Jesus
perdeu toda a sua beleza, – Jesus, o mais belo entre todos os filhos dos
homens!… Já se não conhece!… A sua face está toda ferida e banhada em lágrimas
e sangue!… Uma piedosa mulher, vencendo os respeitos humanos, aproxima-se de
Jesus e limpa-lhe, com um véu, a Face adorável… O Salvador, sempre bom e grato,
deixa impressa naquele véu a sua Imagem.
Ó
Jesus! Quão feliz foi a Verônica, que Vos limpar a Face desfigurada!… Também eu
posso receber esse prêmio… Hoje que os ímpios e os ingratos Vos insultam e
blasfemam, dai-me a graça de reparar esses ultrajes…, e, depois, gravai na
minha alma a vossa Face divina… Ó Jesus, eu Vos amo de todo o meu coração…;
arrependo-me sinceramente de Vos ter ofendido e prometo, com a vossa graça, nunca
mais tornar a ofender-Vos.
Pai-Nosso
– Ave-Maria – Glória ao Pai.
ESTAÇÃO
VII
Jesus
cai pela segunda vez
V:
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos;
R:
Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
O
coração de Jesus está pronto a sofrer e a morrer, mas a sua Santíssima
Humanidade desfalece!… Caminha com passo trêmulo, incerto, vacilante… O sangue
que lhe desfigura a Face, turva-lhe o olhar…; e cai por terra… pela segunda
vez… A violência da queda reabre todas as feridas do seu corpo…, os espinhos
rasgam ainda mais aquela delicada cabeça!… Os algozes levantam o manso
Cordeiro, arrastando-O e ferindo-O!…
Ó
Jesus! As minhas repetidas culpas causaram a vossa nova queda… Se eu não
tivesse cometido tantos e tão graves pecados, seria menos intenso o vosso
sofrimento!… Perdoai-me tamanha ingratidão, pela vossa infinita misericórdia. Ó
Jesus, eu Vos amo de todo o meu coração…; arrependo-me sinceramente de Vos ter
ofendido e prometo, com a vossa graça, nunca mais tornar a ofender-Vos.
Pai-Nosso
– Ave-Maria – Glória ao Pai.
ESTAÇÃO
VIII
Jesus
consola as filhas de Jerusalém
V:
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos;
R:
Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Jesus
é sempre bom e generoso!… Umas piedosas mulheres, vendo-O todo ensanguentado e
vacilante sob o peso da Cruz, choram e compadecem-se dele!…
Jesus,
esquecido dos seus sofrimentos, consola-as e instrui-as, dizendo-lhes que chorem
sobretudo os próprios pecados dos homens, que são a causa dos martírios de um
Deus e da perdição de tantas almas…
Ó
Jesus, dai-me lágrimas, – lágrimas de arrependimento, para que eu chore sempre
os meus pecados e os vossos martírios, e assim desagrave o vosso Coração
aflitíssimo!… E depois, quando eu agonizar no leito da morte, ah! Vinde
consolar e receber a minha pobre alma… Ó Jesus, eu Vos amo de todo o meu
coração…; arrependo-me sinceramente de Vos ter ofendido e prometo, com a vossa
graça, nunca mais tornar a ofender-Vos.
Pai-Nosso
– Ave-Maria – Glória ao Pai.
ESTAÇÃO
IX
Jesus
cai pela terceira vez
V:
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos;
R:
Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Jesus,
desfalecido e exausto, cai de novo por terra, e novamente fere nas pedras a
fronte coroada de espinhos… Um Deus por terra!… Mas, à vista do Calvário, reanima-se
e levanta-se… O amor dá-lhe novas forças!… É tão ardente o seu desejo de morrer
pelos homens, ainda que pecadores e ingratos!… Oh! Só um Deus pode amar assim!
Ó
Jesus! São tantos e tão graves os meus pecados, que, para os expiar, quase não
basta uma só queda de um Deus!… É necessário que muitas e muitas vezes
humilheis até à terra a vossa divina Face… Oh! Dai-me a vossa graça, para que
deteste os meus pecados e Vos siga no caminho das humilhações e dos
sofrimentos… Ó Jesus, eu Vos amo de todo o meu coração…; arrependo-me
sinceramente de Vos ter ofendido e prometo, com a vossa graça, nunca mais
tornar a ofender-Vos.
Pai-Nosso
– Ave-Maria – Glória ao Pai.
ESTAÇÃO
X
Jesus
despido e amargurado com fel
V:
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos;
R:
Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Eis
o Calvário!… Os algozes arrancam a Jesus a túnica, colada ao seu Corpo
lacerado… Abrem-se de novo as feridas…; rebenta mais sangue… Não satisfeitos,
amarguram com fel a boca dulcíssima do Redentor… Jesus tudo sofre, com
paciência e amor, e oferece todos os seus tormentos ao divino Pai, para a
salvação dos pobres pecadores…
Ó
Jesus, eu me compadeço dos tormentos que sofreis por mim!… Como hei de
agradecer-Vos tamanha bondade?… Completai, Senhor, a vossa misericórdia.
Despi-me dos meus vícios e paixões…; vesti-me de humildade, de pureza e de
caridade…; e tornai-me amargos os prazeres da vida e doces as mortificações e
os sofrimentos… Ó Jesus, eu Vos amo de todo o meu coração; arrependo-me sinceramente
de Vos ter ofendido e prometo, com a vossa graça, nunca mais tornar a
ofender-Vos.
Pai-Nosso
– Ave-Maria – Glória ao Pai.
ESTAÇÃO
XI
Jesus
Cristo pregado na Cruz
V:
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos;
R:
Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
A
uma ordem dos algozes, o Salvador estende sobre a Cruz o seu Corpo lacerado e,
levantando os olhos ao céu, apresenta as mãos e pés, para serem traspassados
pelos cravos… Aos golpes repetidos do martelo, rasga-se a pele, dilacera-se a
carne, rompem-se as veias… O doce Jesus sofre um martírio imenso…; mas não se
queixa…; pede, adora e ama!…
Ó
Jesus, dissestes um dia que, pregado no madeiro, teríeis atraído a Vós todos os
corações… Atraí o meu coração com a força suave e irresistível do vosso amor;
pregai-o na vossa Cruz bendita, para que nunca mais se afaste de Vós… Está-se
tão bem aos vossos pés!… Ó Jesus, eu Vos amo de todo o meu coração…; arrependo-me
sinceramente de Vos ter ofendido e prometo, com a vossa graça, nunca mais
tornar a ofender-Vos.
Pai-Nosso
– Ave-Maria – Glória ao Pai.
ESTAÇÃO
XII
Jesus
Cristo morre na Cruz
V:
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos;
R:
Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Pobre
Jesus! Quanto sofre!… Está pendente de três cravos!… Não encontra o menor
alívio!… Todos concorrem para O atormentar… E Ele pensa em todos… Pensa na Mãe,
e dá-lhe João por amparo… Pensa em nós, e dá-nos Maria por Mãe… Como Jesus é
bom!… Mas Ele morre… Inclina a cabeça…, solta o último suspiro… Morreu… Um Deus
morreu por mim!…
Deixai-me,
ó Jesus, abraçar-me aos vossos pés ensanguentados; e deixai-me viver e morrer
aqui!… Ah! É justo que a criatura viva e morra pelo seu bom Deus, que viveu e
morreu pela sua miserável criatura! – Ó Jesus, eu Vos amo de todo o meu
coração…; arrependo-me sinceramente de Vos ter ofendido e prometo, com a vossa
graça, nunca mais tornar a ofender-Vos.
Pai-Nosso
– Ave-Maria – Glória ao Pai.
ESTAÇÃO
XIII
Jesus
é descido da Cruz e entregue a sua Mãe
V:
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos;
R:
Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Depois
disso, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, mas ocultamente, por medo
dos judeus, rogou a Pilatos a autorização para tirar o corpo de Jesus. Pilatos
permitiu. Foi, pois, e tirou o corpo de Jesus. Acompanhou-o Nicodemos
13.jpg(aquele que anteriormente fora de noite ter com Jesus), levando umas cem
libras de uma mistura de mirra e aloés. Tomaram o corpo de Jesus e O envolveram
em panos com os aromas, como os judeus costumam sepultar (Jo 19, 38-40).
A
Providência traça com perfeição as linhas da História. José de Arimatéia, além
de ser nobre, era muito relacionado com Poncio Pilatos, reunindo portanto as
condições favoráveis para dele obter a autorização necessária para que Jesus
não fosse enterrado como um condenado qualquer, mas sim como uma pessoa
ilustre. Quem, a não ser José, teria coragem de se apresentar ao governador
romano para lhe pedir o corpo de um crucificado? Por isso, a respeito dele
comenta S. João Crisóstomo: “Veja-se o valor deste homem; põe-se em perigo de
morte, atraindo sobre si as inimizades de todos, por seu afeto a Jesus Cristo…”
Que
graça insígne destes a este José! A de poder descer da cruz, com o auxílio de
Nicodemos, o Divino Corpo, vítima de valor infinito, e de sepultá-Lo.
Ó
Sagrado Corpo de Jesus, vendo-Vos assim sem vida, sinto meu coração gemer.
Essas mãos que deram ordens aos mares e às tempestades, expulsaram os
vendilhões do Templo e fizeram o bem por todo Israel, já não se articulam. Os
Vossos pés, que caminharam sobre as águas e trilharam todos os caminhos em
busca dos necessitados, não se movem. A Vossa voz, que fazia estremecer os
fariseus, mas perdoava com doçura os pecadores arrependidos, já não se faz
ouvir. Uma só chaga Vos cobre de alto a baixo.
Ó
Virgem Dolorosa, eu Vos imploro a insigne graça de manter diante de mim, pelo
resto da minha vida, essa terrível imagem da gravidade do pecado. Perdão, minha
Mãe, perdão! E ajudai-me a nunca mais pecar!
Pai-Nosso
– Ave-Maria – Glória ao Pai.
ESTAÇÃO
XIV
Jesus
no santo sepulcro
V:
Nós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo e vos bendizemos;
R:
Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.
Jesus
está encerrado no sepulcro… A sua aniquilação não poderia ser mais completa… É
o Deus da vida, mas aqui não vive… Contempla-O pela última vez… A sua fronte
está rasgada pelos espinhos; os olhos, fechados; os lábios, mudos; as mãos e os
pés, traspassados; o Coração, ah! O Coração, que tanto amou e sofreu, já não
bate!… Jesus, o bom Jesus, está morto e sepultado!…
Ó
Jesus, adoro-Vos no santo sepulcro! Eis o que ganhastes com o vosso amor
excessivo por mim, ingratíssimo pecador!… Seja sempre bendita a vossa
misericórdia!… Dai-me a graça de me esconder do mundo e de viver no vosso
Coração dulcíssimo… Ali encontrarei a paz, a felicidade, o Paraíso. – Ó Jesus,
eu Vos amo de todo o meu coração…; arrependo-me sinceramente de Vos ter
ofendido e prometo, com a vossa graça, nunca mais Vos tornar a ofender.
Pai-Nosso
– Ave-Maria – Glória ao Pai.
Oração
Final
Ó
Jesus! Seja sempre bendito o vosso Coração amantíssimo…! Ó meu Deus, quem teria
sido capaz de dar uma só gota de sangue por mim?… E Vós o destes todo… até à
última gota… para salvar a minha alma!… Todavia, quantas vezes, para agradar às
criatura, Vos tenho desprezado, meu sumo Bem!… Oh! Perdoai-me, pelo vosso
sangue precioso!… Quero, para o futuro, amar-Vos de todo o meu coração… e
cumprir fielmente a vossa santíssima vontade… Amparai-me sempre com a vossa
graça… Concedei-me que o meu último alimento seja o vosso Corpo adorável; que a
minha última palavra seja o vosso Nome bendito; que o meu último suspiro seja
um suspiro de amor e de arrependimento… Ó Jesus, pela desolação imensa que
sofrestes no Calvário, especialmente quando a vossa Alma se separou do vosso
Corpo divino, tende piedade da minha alma, depois de Vos ter seguido nas breves
tribulações da vida, segui-Vos-ei na felicidade eterna do Paraíso…Amém.
Pai-Nosso
– Ave-Maria – Glória ao Pai, segundo as intenções do Sumo Pontífice.
Fonte:
Aleteia