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“Jesus
disse que ficaria três dias e três noites na sepultura. A morte dEle foi na
sexta-feira, antes do pôr-do-sol. Se Ele morreu na sexta-feira, então
ressuscitou na segunda-feira?”
A
forma tradicional de se contar o tempo nos tempos bíblicos era um pouco
diferente da atual. As nações do antigo Oriente utilizavam o sistema de
contagem inclusiva, em que uma pequena parte do dia era considerada como o dia
inteiro. No contexto da morte de Jesus, entendemos que:
1)
Jesus morreu na sexta-feira à tarde (primeiro dia).
2)
Jesus permaneceu morto por todo o dia do sábado (segundo dia).
3)
No primeiro dia da semana (domingo) pela manhã, Ele ressuscitou (no terceiro
dia).
Essa
era a forma que os judeus computavam o tempo (pelo sistema inclusivo). O dia
inicial era o “primeiro” dia, mesmo que dele só restassem algumas horas; o dia
imediato era o “segundo”, e as primeiras horas do dia que vinha em seguida já
eram consideradas “terceiro dia”. Muitas passagens bíblicas declaram que Jesus
ressuscitaria no “terceiro dia” (Mateus 16:21; 17:23; 20:19; Lucas 9:22; 18:33;
24:7 e 46; 1 Coríntios 15:4). Certamente Ele não poderia permanecer na
sepultura todo o terceiro dia, e ainda ressuscitar nesse mesmo terceiro dia.
Outros textos afirmam que essa ressurreição ocorreria “depois de três dias”
(Marcos 9:31; 10:34).
Na
linguagem daquele tempo, essas expressões significavam a mesma coisa. Até os
inimigos de Cristo reconheceram isto, pois se dirigiram a Pilatos e disseram:
“Aquele embusteiro, enquanto vivia, disse: Depois de três dias ressuscitarei.
Ordena, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro dia.”
(Mateus 27:63 e 64.)
O
SDA Bible Commentary, vol. 5, p. 248-251, diz:
“Essa
frase tem de ser interpretada de acordo com o que tais palavras significavam
naquele tempo, e não segundo o seu sentido atual, no Ocidente. A expressão de
Jesus: ‘três dias e três noites’ significa apenas três dias de calendário. A
Bíblia menciona vários períodos de três dias que terminaram no terceiro dia,
cobrindo, portanto, menos de três dias completos, de 24 horas (Gênesis
42:17-19; 1 Reis 12:5 e 12: 2 Crônicas 10:5 e 12). Esse costume era seguido no
Egito, na Grécia e Roma.
A
declaração dos dois discípulos que foram para a aldeia de Emaús no dia da
ressurreição de Cristo confirma o fato de que o primeiro dia da semana era o
terceiro dia após a crucifixão (Lucas 24:1, 13 e 21). A revista Ministério, de
janeiro-fevereiro de 1967, página 12, comenta:
“O relato da crucifixão e do sepultamento de
Jesus, conforme a narrativa de Lucas, é tão claro… Ele declara que José, ‘tendo
procurado a Pilatos, pediu-lhe o corpo de Jesus’, e O sepultou (Lucas 23:52 e
53).‘Era o dia da preparação e começava o sábado (verso 54). Após depositarem o
Seu corpo no túmulo, eles se retiraram ‘e no sábado descansaram, segundo o
mandamento’ (versos 55 e 56). Em seguida é mencionado que foram ao túmulo bem
cedo no primeiro dia da semana, e encontraram- no vazio (Lucas 24:1-7).”
Portanto,
analisando-se o contexto histórico, pode-se entender que a Bíblia utilizou o
método de contagem inclusiva em relação ao tempo decorrido da morte,
sepultamento e ressurreição de Jesus.