segunda-feira, junho 22, 2020

XII DOMINGO DO TEMPO COMUM

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Quando você começa a estudar a Bíblia percebe um fato incômodo em relação ao justo, à pessoa que procura viver de acordo com a proposta divina. Vou citar duas atitudes: o justo parece ser sempre confrontado e agredido e, a segunda atitude, o justo parece ser um solitário; alguém sozinho contra muitos. Ouvimos isso na 1ª leitura. Jeremias se queixa que é injuriado por muitos homens. O que ouvimos na 1ª leitura repete-se na vida dos profetas. Jesus passa pela mesma situação: é constantemente agredido por muitas pessoas. Este é o ponto de partida da nossa reflexão. Um fato que pode desanimar muita gente e pode desencorajar outros. Mas é um fato real que Deus, pela sua Palavra, não esconde a quem acolhe seu chamado e vive de acordo com seus mandamentos. Estou falando do confronto com o mundo. Quem acolhe a proposta de vida de Deus, quem acolhe o Evangelho, é confrontado pelo mundo.


2 – Jesus não promete uma bolha

Também Jesus, no Evangelho que ouvimos, não esconde tal realidade. Não promete um paraíso, como ouvimos em pregações que omitem a Cruz para apresentar Jesus como uma espécie de mágico que vai trazer segurança financeira e prosperidade. O Evangelho deste Domingo desmente todo defensor e pregador de Teologias da prosperidade. Jesus é sincero: vai haver confronto com quem não aceita o Evangelho, vai acontecer críticas, vai ter perseguição e, em casos mais agudos, como sabemos, até mesmo morte. A Palavra de Jesus não tem a finalidade de assustar. Nós a acolhemos como palavra de sabedoria, dizendo que no mundo vamos conviver com provações e confrontos. O fato de sermos cristãos não nos coloca numa bolha, mas na realidade da vida.


3 – A força da espiritualidade

Para não sucumbirmos ou nos acovardar diante dos confrontos existenciais e sociais necessitamos a graça da perseverança. Para perseverar necessitamos de uma espiritualidade sólida. A aclamação do Evangelho dizia: “O Espírito Santo, a Verdade, de mim irá testemunhar, e vós minhas testemunhas sereis em todo lugar”. Por espiritualidade se entende a ação e a condução do Espírito Santo em nossas vidas. O mundo tem seus argumentos e os apresenta recheados de atrativos. Nem todos são maléficos ou conduzem ao pecado, por isso a necessidade da espiritualidade, da luz do Espírito Santo para discernir o que é e, o que não é condizente com o Evangelho, não é condizente com a proposta de vida da parte de Deus. É com a espiritualidade sólida, iluminando-nos com a luz do Espírito da Verdade, que o encorajamento de Jesus para não temer os confrontos com o mundo, para não ter medo daqueles que agridem, torna-nos perseverantes na fé e, um fato importante, torna-nos serenos mesmo sendo agredidos por quem não aceita o Evangelho. Amém!