Francisco e Pe Marcos no Condomínio Village em preparação para Missa de Cristo Rei |
Uma pergunta que pode vir – deveria vir! – ao nosso
coração é esta: Jesus é Rei? Como pode ser Rei, num mundo paganizado, num mundo
pós-cristão, num mundo que esqueceu Deus, num mundo que ridiculariza a Igreja
por pregar o Evangelho e suas exigências?… Pelo menos do Deus e Pai de Nosso
Senhor Jesus Cristo o mundo não quer saber… Como, então, Jesus pode ser Rei de
um mundo que não aceita ser o seu reinado?
E, no entanto, hoje, no último domingo deste ano
litúrgico, ao final de um ciclo de tempo, voltamo-nos para o Cristo, e
o proclamamos Rei: Rei de nossas vidas, Rei da história, Rei dos cosmo, Rei do
universo.
O texto do Apocalipse citado no início desta meditação dá
o sentido da realeza de Jesus: ele é o Cordeiro que foi imolado.
Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo - Condomínio Village - São Conrado |
É Rei não porque é prepotente, não porque manda em tudo,
até suprimir nossa liberdade e nossa consciência. É Rei porque nos ama, Rei
porque se fez um de nós, Rei porque por nós sofreu, morreu e ressuscitou, Rei
porque nos dá a vida.
Ele é aquele Filho do Homem da primeira leitura: “Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá”.
Com efeito, o reinado de Cristo não tem as características dos reinados do mundo.
Ele é Rei não porque se distancia de nós, mas precisamente porque se fez “Filho do homem”, solidário conosco em tudo.
Celebrar Jesus Cristo Rei do Universo é proclamar diante
do mundo que somente Cristo é o sentido último de tudo e de todos, que somente
Cristo é definitivo e absoluto. Proclamá-lo Rei é dizer que não nos submetemos
a nada nem a ninguém, a não ser ao Cristo; é afirmar que tudo o mais é relativo
e menos importante quando confrontado com o único necessário, que é o Reino que
Jesus veio trazer.
Num mundo que deseja esvaziar o Evangelho, tornando Jesus alguém inofensivo e insípido, um deus de barro, vazio e sem utilidade, proclamar Jesus como Rei é rejeitar o projeto pagão do mundo atual e proclamar: “O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele a glória e poder através dos séculos”. Amém (Ap 5,12; 1,6).
Fonte. presbiteros.com.br - D. Henrique Soares da Costa
Com efeito, o reinado de Cristo não tem as características dos reinados do mundo.
Ele é Rei não porque se distancia de nós, mas precisamente porque se fez “Filho do homem”, solidário conosco em tudo.
Ele experimentou nossas pobrezas e limitações; ele
caminhou pelas nossas estradas, derramou o nosso suor, angustiou-se com nossas
angústias e experimentou tantos dos nossos medos. Ele morreu como nós, de morte
humana, tão igual à nossa. Ele reina pela solidariedade.
Ele é
Rei porque nos serviu: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para
servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Serviu com toda a sua
existência, serviu dando sempre e em tudo a vida por nós, por amor de nós. Ele
reina pelo amor.
Ele é Rei porque tudo foi criado pelo Pai “através dele e
para ele” (Cl 1,15); tudo caminha para ele e, nele, tudo aparecerá na sua
verdade: “Quem é da verdade, ouve a minha voz”.
É nele que o mundo será julgado. A televisão, os
modismos, os sabichões de plantão podem dizer o que quiserem, ensinarem a
verdade que lhes forem conveniente… mas, ao final, somente o que passar pelo
teste de cruz do Senhor resistirá. O resto, é resto: não passa de palha. Ele
reina pela verdade.
Ele é
Rei porque é o único que pode garantir nossa vida; pode fazer-nos felizes agora
e pode nos dar a vitória sobre a morte por toda a eternidade: “Jesus Cristo é a
testemunha fiel e verdadeira, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o
soberano dos reis da terra”. Ele reina pela vida.
Sim, Jesus é Rei: “Eu sou Rei! Para isto nasci, para isto
vim ao mundo!” Mas seu Reino nada tem a ver com o triunfalismo dos reinos
humanos – de direita ou de esquerda! Nunca nos esqueçamos que aquele que entrou
em Jerusalém como Rei, veio num burrico, símbolo de mansidão e serviço.
Como coroa teve os espinhos; como cetro, uma cana; como manto, um farrapo escarlate; como trono, a cruz. Se quisermos compreender a realeza de Cristo, é necessário não esquecer isso! A marca e o critério da realeza de Cristo é e será sempre, a cruz!
Como coroa teve os espinhos; como cetro, uma cana; como manto, um farrapo escarlate; como trono, a cruz. Se quisermos compreender a realeza de Cristo, é necessário não esquecer isso! A marca e o critério da realeza de Cristo é e será sempre, a cruz!
Hoje, assistimos, impressionados, a paganização do mundo,
e perguntamos: onde está a realeza do Cristo? – Onde sempre esteve: na cruz: “O
meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas
lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é
daqui”. O Reino de Jesus não é segundo o modelo deste mundo, não se impõe por
guardas, pela força, pelas armas: meu Reino não é daqui! É um Reino que vem do
mundo do amor e da misericórdia de Deus, não das loucuras megalomaníacas dos
seres humanos. E, no entanto, o Reino está no mundo: “Cumpriu-se o tempo; o
Reino de Deus está próximo” (Mc 1,15); “Se é pelo dedo de Deus que eu expulso
os demônios, então o Reino de Deus já chegou para vós” (Lc 11,20). O Reino que
Jesus trouxe deve expandir-se no mundo! Onde ele está?
Onde estiverem o amor, a verdade, a piedade, a justiça, a solidariedade, a paz. O Reino do Cristo deve penetrar todos os âmbitos de nossa existência: a economia, as relações comerciais, os mercados financeiros, as relações entre pessoas e povos, nossa vida afetiva, nossa moral pessoal e comunitária.
Onde estiverem o amor, a verdade, a piedade, a justiça, a solidariedade, a paz. O Reino do Cristo deve penetrar todos os âmbitos de nossa existência: a economia, as relações comerciais, os mercados financeiros, as relações entre pessoas e povos, nossa vida afetiva, nossa moral pessoal e comunitária.
Sr Hugo Pradal |
Num mundo que deseja esvaziar o Evangelho, tornando Jesus alguém inofensivo e insípido, um deus de barro, vazio e sem utilidade, proclamar Jesus como Rei é rejeitar o projeto pagão do mundo atual e proclamar: “O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele a glória e poder através dos séculos”. Amém (Ap 5,12; 1,6).
Fonte. presbiteros.com.br - D. Henrique Soares da Costa