Somos conscientes que a Unção dos Enfermos beneficia a
pessoa na sua totalidade. Encontramos demonstrado isto nos textos litúrgicos da
celebração sacramental: "Que este óleo seja um remédio para todos os que
são ungidos com ele; os cure no corpo, na alma e no espírito, e os livre de
toda a aflição".
A unção é, portanto, fonte de força tanto para a alma
como para o corpo. A oração da Igreja pede que seja perdoado o pecado e as
consequências do pecado sejam canceladas (cf. DS 1969). Implora
também o restabelecimento da saúde, mas sempre para que a saúde corporal leve a
uma união mais profunda com Deus mediante o aumento da graça.
São três os Sacramentos da cura: a Santa Unção, a
Reconciliação e a Eucaristia. S. Paulo, nas suas Cartas, fala frequentemente no
carisma da cura, através da imposição das mãos.
O Espírito Santo descendo sobre
o doente dá-lhe a força para ele vencer o mal e poder inserir-se com todas as suas
capacidades na vida da comunidade, na família, no trabalho, na relação social.
É este o efeito dos sacramentos da cura. Durante muitos séculos estes
sacramentos, sobretudo a Santa Unção, eram vistos como prenúncio de morte.
Dizia-se mesmo quando um sacerdote visitava um doente, que este devia estar
muito mal “porque já lá foi o senhor padre”. Por isso, ao grande sacramento dos
doentes se chamava Extrema-unção.
Felizmente, o Concílio Vaticano II afirmou claramente que todos estes são sacramentos de vida.
A Reconciliação cura as doenças
espirituais, purificando do pecado. Um coração liberto do mal, readquire a
alegria de viver, vence as tensões psicológicas, abre o coração à esperança, dá
a garantia do perdão de Deus. A Reconciliação é sacramento de cura.
A Unção dos Enfermos, com a imposição das mãos, dá o Espírito Santo,
Ele que é fonte de amor e de vida.
O doente, ao receber o sacramento está a orar para que rapidamente regresse à sua vida habitual, mesmo nas tarefas mais difíceis. A Santa Unção é sacramento de cura.
A Eucaristia, sinal de unidade e de amor, é banquete de
alegria pascal e por isso alimenta o homem para que, unido ao mistério Redentor
de Jesus, seja capaz de viver segundo o Evangelho. É um alimento que regenera e
salva. A Eucaristia é Sacramento de cura.
Redescobrir os sacramentos é um desafio pastoral de extraordinária importância, porque liberta dos medos, abre o coração à esperança e torna a espiritualidade fonte de uma verdadeira vida nova.
Que cada cristão visite alguns doentes seus
conhecidos, da sua família, ou da vizinhança. Que a todos leve palavras de
esperança e o conforto da amizade. O amor e a ternura também são um sacramento,
isto é, sinal e expressão da fé.
O Senhor Jesus Cristo, médico de nossa alma e de nosso corpo, que remiu os
pecados do paralítico e restitui-lhe a saúde do corpo, quis que sua igreja
continuasse, na força do Espírito Santo, sua obra de cura e de salvação, também
junto de seus próprios membros. É esta a finalidade dos sacramentos de
cura.
O óleo utilizado neste sacramento é um dos óleos
que o Bispo abençoa na Quinta-feira Santa. O sacerdote unge a fronte e as mãos
do enfermo. o corpo do homem ungido pelo Batismo é santo e por meio deste
fazemos o bem.
"Felizes os que choram, porque serão
consolados" (Mt 5, 4). A contradição que parece haver entre o sofrimento e
a alegria é superada graças à ação consoladora do Espírito Santo.
Configurando-nos com o mistério de Cristo crucificado e ressuscitado, o Espírito conduz-nos desde já para a alegria que alcançará a sua plenitude no encontro beatificante com o Redentor.
Na realidade, o ser humano não aspira apenas a um bem-estar físico ou espiritual, mas a uma "saúde" que se expresse numa harmonia total com Deus, consigo mesmo e com a humanidade. Alcança-se esta meta unicamente através do mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo.
“Um momento forte de oração, de partilha, de oferta do
sofrimento pelo bem da Igreja e de apelo dirigido a todos para reconhecerem na
face do irmão enfermo a Santa Face de Cristo que, sofrendo, morrendo e
ressuscitando, operou a salvação da humanidade” Beato
João Paulo II, Carta de instituição do Dia Mundial do Doente, 13 de Maio de
1992.
O Papa Bento XVI em mensagem para Dia do Doente não deixou de citar o Ano da Fé, em curso desde
outubro passado até novembro deste ano.
Ele afirmou que esta é uma ocasião propícia para intensificar o serviço da caridade nas comunidades eclesiais, de modo que cada pessoa possa também ser um bom samaritano para o outro.
E para mostrar gestos concretos desta ação solidária, Bento XVI citou o exemplo de algumas figuras, em meio a várias outras na história da Igreja, que ajudaram as pessoas doentes a valorizar o sofrimento no plano humano e espiritual: Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, Venerável Luís Novarese, Raul Follereau, Beata Teresa de Calcutá, Santa Ana Schäffer, de Mindelstetten e a Bem-aventurada Virgem Maria.
"O Venerável Luís Novarese, de quem muitos
conservam ainda hoje viva a memória, no exercício do seu ministério sentiu de
modo particular a importância da oração pelos e com os doentes e atribulados,
que acompanhava frequentemente aos santuários marianos, especialmente à gruta
de Lourdes".
"Movido pela caridade para com o próximo, Raul Follereau dedicou a sua vida ao cuidado das pessoas leprosas mesmo nos cantos mais remotos da terra, promovendo entre outras coisas o Dia Mundial contra a Lepra".
ANDERSON LIMA |
"A Beata Teresa de Calcutá começava sempre o seu dia encontrando Jesus na Eucaristia e depois saía pelas estradas com o rosário na mão para encontrar e servir o Senhor presente nos enfermos, especialmente naqueles que não são 'queridos, nem amados, nem assistidos'".
"Santa Ana Schäffer, de Mindelstetten, soube,
também ela, unir de modo exemplar os seus sofrimentos aos de Cristo: 'o seu
quarto de enferma transformou-se numa cela conventual, e o seu sofrimento
em serviço missionário. (…)
Fortalecida pela comunhão diária, tornou-se uma intercessora incansável através da oração e um espelho do amor de Deus para as numerosas pessoas que procuravam conselho'". (Homilia de canonização, 21 de Outubro de 2012).
"No Evangelho, sobressai a figura da Bem-aventurada
Virgem Maria, que segue o sofrimento do Filho até ao sacrifício supremo no Gólgota.
Ela não perde jamais a esperança na vitória de Deus sobre o mal, o sofrimento e a morte, e sabe acolher, com o mesmo abraço de fé e de amor, o Filho de Deus nascido na gruta de Belém e morto na cruz.
A sua confiança firme no poder de
Deus é iluminada pela Ressurreição de Cristo, que dá esperança a quem se
encontra no sofrimento e renova a certeza da proximidade e consolação do Senhor".
Benedictus
PP. XVI