Não germe de homem, mas sopro divino no seio o gerou. O verbo de Deus se fez nossa carne, o ventre deu flor.
A vida já cresce no seio da Virgem que guarda a pureza. Deus mora em seu templo e brilha a virtude em toda a grandeza.
Que venha o
herói que é homem e é Deus, do quarto nupcial, correr glorioso seu nobre
caminho, a trilha real. Igual a Deus
Pai, reveste dos homens a carne, a fraqueza, e, desta maneira, nos dá a
virtude, de Deus fortaleza.
Já brilha o
presépio, e um novo esplendor a noite nos traz. Que fujam as trevas, a fé
resplandeça e reine a paz.
A vós, Rei
piedoso, e ao Pai que nos ama, a glória convém. Com vosso Espírito reinais
sobre o mundo nos séculos. Amém. (Ofício das
Leituras)
Homilia de Padre
Marcos Belizário Ferreira
Entre os hebreus
, não se dava ao recém-nascido um nome qualquer, de forma arbitrária, pois, o
“nome”, como em quase todas as culturas antigas, indica o ser da pessoa, a sua
verdadeira identidade, o que se espera dela.
Por isso, o
evangelista Mateus tem tanto interesse em explicar, desde o começo, aos seus
leitores, o significado profundo do nome de quem vai ser o protagonista do seu
relato. O “nome' desse menino que ainda não nasceu é “JESUS” que significa
“Deus salva'. Chamar-se-á assim porque “salvará” o seu povo dos pecados.
No ano 70,
Vespasiano, designado como novo imperador enquanto estava a sufocar a rebelião
judaica, marcha até Roma onde é recebido com dois nomes: “Salvador” e
“Benfeitor”.
O evangelista Mateus quer deixar as coisas bem claras, O “salvador” que o mundo precisa não Vespasiano, mas Jesus.
A salvação não nos chegará por nenhum imperador, nem por nenhuma vitória
dum povo sobre outro. A humanidade tem necessidade de ser salva do mal, das
injustiças e da violência; tem necessidade de ser perdoada e reorientada para
uma vida mais digna do ser humano. Esta é salvação
que nos é oferecida por Jesus.
Mateus atribui ainda outro nome: “Emanuel”. Sabemos que ninguém , ao longo da história, assim tinha sido chamado.
É um nome
chocante, absolutamente novo, que significa “Deus conosco”. Um nome que
atribuímos a Jesus, nós os que acreditamos que, nele e a partir dele, Deus
nos acompanha, abençoa e salva.
As primeiras gerações cristãs traziam o nome de Jesus gravado no coração. Repetiam-no constantemente. Batizavam-se em seu nome. Para Mateus, o nome de Jesus uma síntese da sua fé. Para Paulo, nada há de maior. Segundo um dos mais antigos hinos cristãos, “ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos”(Fl 2,10)
Vinte séculos passados, nós cristãos temos que aprender a pronunciar o nome de Jesus de maneira nova: com carinho e amor, com fé renovada e em atitude de conversão.
As primeiras gerações cristãs traziam o nome de Jesus gravado no coração. Repetiam-no constantemente. Batizavam-se em seu nome. Para Mateus, o nome de Jesus uma síntese da sua fé. Para Paulo, nada há de maior. Segundo um dos mais antigos hinos cristãos, “ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos”(Fl 2,10)
Vinte séculos passados, nós cristãos temos que aprender a pronunciar o nome de Jesus de maneira nova: com carinho e amor, com fé renovada e em atitude de conversão.
Talvez haja um
caminho, mas é cada um que o deve percorrer. Não consiste em entender grandes
explicações teológicas, mas em viver uma experiência interior e humilde diante
de Deus.
As
grandes experiências de vida são uma dádiva, mas , geralmente só as vivem os
que estão dispostos a recebê-las: para viver a experiência do Filho de Deus
feito homem , há necessidade duma preparação interior.
Tem coragem para
estar só. Procura um local tranquilo e sossegado. Escuta-te a ti mesmo.
Aproxima-te silenciosamente do mais íntimo do teu ser. É natural que
experimentes uma sensação estranha: que estás só, na vida; que estão longe
todas as pessoas que te rodeiam e aquelas a quem, por amor, te sentes unido.
Amam-te muito, mas estão fora de ti.
Continua em silêncio. Talvez sintas uma estranha sensação: vives porque
estás enraizado numa imensa e desconhecida realidade.
Donde te vem a vida? Que há no fundo de ti mesmo?
Se fores capaz
de suportar um pouco mais o silêncio, provavelmente, começarás a sentir
temor e, ao mesmo tempo, paz. Estás
diante do mistério último do eu ser. Os crentes chama-lhe Deus.
Abadona-te
a esse mistério com confiança. Deus parece-te imenso e distante. Mas, se te
abres a ele, sentirás que está próximo.
Deus está em ti,
amparando a tua fragilidade e fazendo-te viver. Não é como as pessoas que te
amam a parir de fora. Deus está no teu próprio ser.
Segundo K Rahner
“esta experiencia do coração é a única com que se pode compreender a mensagem
de fé do Natal:
Deus fez-se homem”. Já nunca estarás só. Deus está conosco.
Agora sabes “alguma coisa” do Natal.
Podes celebrá-lo, apreciar e felicitar. Podes desfrutar com os teus e ser mais
generoso com os que sofrem e vivem tristes. Deus esta contigo.
cf José Antonio
Pagola , O Caminho aberto por Jesus , Mateus , páginas 13-15 , Gráfica de
Coimbra 2
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