Este
recebe de Cristo primeiro a visão ocular, e depois a luz da fé. O
batismo-cristão, sacramento da fé, é iluminação de toda a pessoa: espírito e
coração, sentimentos e conduta.
Por isso o iluminado por Cristo, isto é, o
cristão, deve andar na vida como filho da luz. É atitude conseguente de quem
foi escolhido, vocacionado e ungido pelo Espírito, como os profetas, reis e
sacerdotes da antiga Aliança; assim também Davi.
O fato e sua intenção: A devolução da vista ao cego é um sinal que manifesta Jesus como Luz do mundo, conforme suas próprias palavras: “Eu sou a luz do mundo”.
A expressão “EU SOU” nos lábios de Jesus é um eco e equiparação do “Javé” do Antigo Testamento.
É uma fórmula bíblica de
auto-revelação personalizante à base de imagens: Eu sou a luz do mundo; a ressurreição e a vida; o caminho, a verdade e a vida; o pão da vida etc. Diferente da maioria dos milagres evangélicos, no caso do cego a cura não está precedida de um pedido que suponha uma fé sequer inicial, mas há uma oferta espontânea e compassiva de Jesus.
Verificação e interpretação do acontecimento pelos fariseus.
É a parte mais ampla da narrativa, à base de interrogatórios. Auto-revelação de Jesus – Então Cristo torna-se acessível e se auto-revela ao vidente: Aqui chega ao auge o itinerário que aquele mendigo e cego de nascimento percorreu até a plena luz da fé:
“Creio, Senhor, e se prostrou diante dele”. Até alcançar esta confirmação de fé cristológica o cego viveu todo um
processo ascendente de maturação pessoal e de conhecimento de Jesus como no
caso da Samaritana. Isso se percebe no ritmo progressivo dos termos e títulos com que vai-se referindo a Ele.
Primeiro diz: esse homem que se chama Jesus; logo o chama de profeta; depois como vindo de Deus; e finalmente o confessa como Filho do homem, título messiânico e de claro sabor judeu-cristão com que Jesus se revela a ele. A obstinação e condenação final dos fariseus por Jesus como supostamente enxergando.
“É
para um julgamento que vim a este mundo, conclui Cristo; para que os que não
vêem, vejam, e os que vêem, se tornem cegos”.
Há uma antiga
oração da Igreja que pede a Deus que as nossas ações sejam precedidas, ajudadas
e terminadas com o auxilio divino mostrando, dessa maneira, a nossa dependência
total do Senhor. Seria terrível se algum dia nos invadisse uma espécie de
autossuficiência espiritual. Seria o momento no qual Jesus nos diria, como
outrora aos fariseus, que a nossa pretensão é o que nos cega (cfr. Jo 9,41).
Também
nós fomos iluminados pelo Cristo no Batismo. Para nós valem as palavras
de São Paulo: “Outrora éreis treva, mas agora sois luz no Senhor! Vivei
como filhos da luz! Não vos associeis às obras das trevas!”
Eis, caros
irmãos: iluminados por Cristo não podemos pensar como o mundo, sentir como o
mundo, agir como o mundo! Devemos viver na luz e ser luz para o mundo! Mas, não
é fácil; não basta querer! Sem a graça do Senhor, nada conseguiremos, a não ser
sermos infiéis!
Por isso a necessidade dos exercícios quaresmais; por isso a
oração, a penitência e a caridade fraterna, por isso a necessidade da
confissão de nossos pecados!
cf.Caballero,
Basilio Nas Fontes da Palavra , Leitura
, Meditação e Anúncio Ano A , Editora Santuário ,1992
cf.
Presbíteros.com
*Agradecimentos a
José Ribeiro e Adelaide
pelas imagens e carinho
*Agradecimentos a
José Ribeiro e Adelaide
pelas imagens e carinho