Quem Somos?
O Cimi é um organismo vinculado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) que, em sua atuação missionária, conferiu um novo sentido ao trabalho da igreja católica junto aos povos indígenas.
Criado em 1972, quando o Estado brasileiro assumia abertamente a integração dos povos indígenas à sociedade majoritária como única perspectiva, o Cimi procurou favorecer a articulação entre aldeias e povos, promovendo as grandes assembléias indígenas, onde se desenharam os primeiros contornos da luta pela garantia do direito à diversidade cultural.
O objetivo da atuação do Cimi foi assim definido pela Assembléia Nacional de 1995: “Impulsionados(as) por nossa fé no Evangelho da vida, justiça e solidariedade e frente às agressões do modelo neoliberal, decidimos intensificar a presença e apoio junto às comunidades, povos e organizações indígenas e intervir na sociedade brasileira como aliados (as) dos povos indígenas, fortalecendo o processo de autonomia desses povos na construção de um projeto alternativos, pluriétnico, popular e democrático.”
Os princípios que fundamentam a ação do Cimi são:
- o respeito a alteridade indígena em sua pluralidade étnico-cultural e histórica e a valorização dos conhecimentos tradicionais dos povos indígenas;
- o protagonismo dos povos indígenas sendo o Cimi um aliado nas lutas pela garantia dos direitos históricos;
- a opção e o compromisso com a causa indígena dentro de uma perspectiva mais ampla de uma sociedade democrática, justa, solidária, pluriétnica e pluricultural.
E para esta nova sociedade, forjada na própria luta, o Cimi acredita que os povos indígenas são fontes de inspiração para a revisão dos sentidos, da história, das orientações e práticas sociais, políticas e econômicas construídas até hoje.
Estrutura
O Cimi está estruturado em 11 regionais e um Secretariado Nacional, em Brasília. Cada regional tem uma estrutura básica que dá apoio, orienta e coordena o trabalho das equipes nas áreas indígenas. O Secretariado Nacional cumpre o papel de articular diversas instâncias em nível nacional e disponibiliza aos missionários, índios e suas organizações um grupo de assessores nas áreas de Metodologia e Política, Jurídica, Articulação Latino Americana e Imprensa, além de Assessoria Teológica, esta última, localizada em São Paulo. No Secretariado funcionam também a editoria do Jornal Porantim e o Setor de Documentação.
As instâncias que definem as ações da entidade são:
Assembléia Geral: realiza-se a cada dois anos;
Diretoria: composta pelos coordenadores regionais e presidência (presidente, vice-presidente e secretários).
É a diretoria que responde pela direção política da entidade, cumprindo as prioridades, linhas de ação e objetivos definidos na Assembléia Geral.
Em função das demandas do trabalho e do aprofundamento das temáticas, em algumas frentes de atuação, foram constituídas articulações nacionais: ANS (Articulação Nacional de Saúde), ANE (Articulação Nacional de Educação), ANAS (Articulação Nacional de Auto-Sustentação), ANF (Articulação Nacional de Formação) e ANDRI (Articulação Nacional de Diálogo Inter-Religioso e Inculturação). Estas articulações são compostas por missionários e assessores em nível regional e nacional que possibilitam à entidade um acúmulo próprio de reflexão, análise e propostas em cada uma dessas áreas. Semelhante processo ocorre nos regionais quando estes constituem setores responsáveis por temas específicos.
O Cimi conta atualmente com aproximadamente 418 missionários, compondo 114 equipes de área localizadas em várias regiões do país. São leigos e religiosos cuja presença solidária, comprometida e inculturada é testemunho da fé na utopia pascal.
Inculturação e diálogo com as culturas indígenas são condições básicas para o trabalho missionário. Busca-se conhecer essas culturas para respeitá-las e estar junto em cada momento da vida dos povos, especialmente nas lutas pela garantia de seus direitos.
A atuação do Cimi é também junto à Igreja, ao Estado e à sociedade. O que se quer é unificar a ação missionária junto aos índios, intervir nas ações do Legislativo, Executivo e Judiciário que atinjam os interesses dos índios e estimular os diversos setores sociais para que se solidarizem com a causa indígena.
Fonte: http://www.cimi.org.br/site/pt-br/