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AS
13 FIGURAS SIMBÓLICAS
14
de julho de 2020
Paróquia São Conrado
Em
geral, é no grupo das 13 invocações com figuras simbólicas que surgem as
maiores dificuldades de compreensão por parte dos fiéis. A nossa civilização
tem se fechado para o simbolismo, de modo que aquilo que até poderia ser
evidente em outras épocas é hoje obscurecido pelo espírito prático da vida
contemporânea, que não favorece a meditação nem a contemplação das maravilhas
da criação.
Eis
o significado dessas 13 invocações simbólicas:
Espelho de Justiça
— Justiça, aqui, entende-se no sentido mais amplo de santidade. Nossa Senhora é
chamada assim porque é um espelho da perfeição cristã. Toda perfeição pode ser
admirada nela, do mesmo modo como podemos admirar uma luz refletida na água.
Sede da Sabedoria
— Nosso Senhor Jesus Cristo é a Sabedoria, pois, sendo Deus, tudo sabe e tudo
conhece. E se Nossa Senhora o levou dentro de si durante nove meses, ela foi,
por isso mesmo, a sede da Sabedoria – e continua a sê-lo, pois nela,
infalivelmente, encontramos Nosso Senhor.
Causa de Nossa Alegria
— A verdadeira alegria vai muito além do riso, até porque rir muito nem sempre
significa felicidade. A maior alegria que um homem pode ter é a de salvar-se e
estar com Deus por toda a eternidade. Ora, antes da vinda de Nosso Senhor, o
Céu estava fechado para nós. Foi o sacrifício do Calvário que nos reconciliou
com o Criador e nos proporcionou a verdadeira e eterna felicidade. E como foi
por meio de Nossa Senhora que o Redentor da humanidade veio à Terra, Maria
Santíssima é, desta forma, causa da nossa maior alegria.
Vaso Espiritual
— Nada tem mais valor do que a verdadeira fé. Na Paixão e Morte de Nosso
Senhor, quando até os Apóstolos duvidaram e fugiram, foi Nossa Senhora quem
recolheu e guardou, como num vaso sagrado, o tesouro da fé inabalável.
Vaso Honorífico
— Em nossa época, a honra quase não é considerada: pelo contrário, muitas vezes
a falta de caráter e de vergonha é que é louvada, como nas manifestações ditas
culturais em que se enaltecem desvios de comportamento como a “malandragem” – e
depois se queixam dos resultados óbvios de violência, corrupção e colapso da
cidadania… No entanto, a honra é um valor em si mesmo. Nossa Senhora guardou
cuidadosamente em sua alma todas a graças recebidas, mantendo a honra apesar da
decadência do gênero humano. Se não tivesse existido Nossa Senhora, ficaria
faltando na criação quem representasse a perfeição da criatura, fiel até o
extremo heroísmo.
Vaso Insigne de Devoção
— Devoto quer dizer dedicado a Deus. A criatura que mais se dedicou e viveu em
função de Deus foi Nossa Senhora, tendo-o realizado de forma tal que melhor é
impossível.
Rosa Mística
— A rosa é considerada tradicionalmente a rainha das flores, a que possui de
forma mais definida e esplêndida tudo quanto carateriza uma flor. Igualmente,
no campo da vida espiritual e mística, Nossa Senhora possui da forma mais
primorosa tudo aquilo que representa a perfeição.
Torre de Davi
— Lemos na Sagrada Escritura que o rei Davi tomou a fortaleza de Jerusalém dos
jebuseus e edificou a cidade em torno dela. Naturalmente, o rei Davi fortificou
a cidade para torná-la inexpugnável, dotando-a de forte guarnição. A Igreja
Católica é a nova Jerusalém e nela temos uma torre ou fortaleza que nenhum
inimigo pode destruir: Nossa Senhora. Ela constitui o ponto de maior
resistência e melhor defesa. Por isso, nesta invocação honramos Nossa Senhora
reconhecendo que nunca houve, nem haverá, quem melhor proteja os fiéis e
defenda a honra de Deus do que ela.
Torre de Marfim
— O marfim é um material de raras caraterísticas naturais: ele é ao mesmo tempo
muito forte e muito claro, o que gera um aparente contraste entre suavidade e
força. Igualmente, Nossa Senhora é muito forte espiritualmente, a maior inimiga
dos inimigos de Deus, e, ao mesmo tempo, é de uma pureza e suavidade alvíssima.
Ela contraria as ideias falsas de que as coisas de Deus devam ser adocicadas e
piegas e de que a força verdadeira deva ser bruta.
Casa de Ouro
— O ouro é considerado o mais nobre dos metais. Se tivéssemos que receber o
próprio Deus, procuraríamos fazê-lo numa casa que não fosse superável: daí a
comparação com uma casa de ouro. Ora, a Santíssima Virgem é essa casa
insuperável, a “casa de ouro” que acolheu Nosso Senhor quando Ele veio ao
mundo.
Arca da Aliança
— No Antigo Testamento, ficavam guardadas na Arca da Aliança as tábuas da Lei
dadas por Deus a Moisés, bem como um punhado do maná milagrosamente recebido no
deserto. Por isso, ela lembrava as promessas e a proteção de Deus. Nossa
Senhora é, no Novo Testamento, a Arca da Aliança que protege o povo eleito da
Igreja e recorda as infinitas misericórdias de Deus.
Porta do Céu
— Nossa Senhora é invocada deste modo porque foi por meio dela que Jesus veio à
Terra e é por Ela que nos vêm todas as graças voltadas a nos levar ao Céu, a
nossa morada eterna. Assim, Ela favorece a nossa entrada no Céu.
Estrela da Manhã
— Pouco antes de nascer o sol, quando a escuridão é maior e vai começar a clarear,
aparece no horizonte uma estrela de maior luminosidade. Depois, quando as
outras estrelas desaparecem na claridade nascente, ela ainda permanece. Assim
foi Nossa Senhora, pois o seu nascimento significava que logo nasceria o Sol de
Justiça, Nosso Senhor Jesus Cristo. E quando a Fé se perdia até entre o povo
eleito, Ela continuava a acreditar e esperar. Ela é o modelo da perseverança na
provação e o anúncio da Luz que virá.
Estas
são, resumidamente, algumas explicações das mais “curiosas” invocações marianas
que compõem a Ladainha Lauretana. Compreendê-las certamente nos ajudará a rezar
com maior fervor tão meritória oração.
Adaptado
de texto de André Damino em “Na escola de Maria”, Ed. Paulinas, 4ª edição, São
Paulo, 1962.
Fonte: Aleteia