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Celebramos
nessa semana, a solenidade de São Pedro, apóstolo escolhido por Jesus para ser
seu vigário aqui na terra (“vigário”, o que faz as vezes de outro), seu
representante e chefe da sua Igreja. Fundador da Igreja de Roma e seu primeiro
Bispo, tendo o Papa, Bispo de Roma, como seu sucessor, sua vida, cheia de
paradigmas e ensinamentos, muito nos ensina. Por isso, todos os anos dela nos
recordamos e tiramos muitas lições. Junto com São Paulo, o apóstolo dos
gentios, ambos constituem as colunas da Igreja de Cristo.
Pedro
se chamava Simão. Jesus lhe mudou o nome, significando sua missão, como é
habitual nas Escrituras: “Tu és Simão, filho de João. Tu te chamarás Cefas!
(que quer dizer pedra - Pedro)” (Jo 1, 42). Quando Simão fez a profissão de Fé
na divindade de Jesus, este lhe disse: “Não foi carne e sangue quem te revelou
isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso, eu te digo: tu és Pedro, e sobre
esta pedra edificarei a minha Igreja, e as forças do inferno não poderão
vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus (a Igreja): tudo o que
ligares na terra será ligado nos céus e tudo o que desligares na terra será
desligado nos céus” (Mt 16, 13-19).
Corajoso e com imenso amor pelo Senhor,
sentiu também sua fraqueza humana, na ocasião da prisão de Jesus, na casa de
Caifás, ao negar três vezes que o conhecia. “Simão, Simão! Satanás pediu
permissão para peneirar-vos, como se faz com o trigo. Eu, porém, orei por ti,
para que tua fé não desfaleça. E tu, uma vez convertido, confirma os teus
irmãos” (Lc 22, 31-32). E Pedro, depois
de ter chorado seu pecado, foi feito por Jesus o Pastor da sua Igreja.
São
Pedro, fraco por ele mesmo, mas forte pela força que lhe deu Jesus, representa
bem a Igreja de Cristo. “Cremos na Igreja una, santa, católica e apostólica,
edificada por Jesus Cristo sobre a pedra que é Pedro... Cremos que a Igreja,
fundada por Cristo e pela qual Ele orou, é indefectivelmente una, na fé, no
culto e no vínculo da comunhão hierárquica. Ela é santa, apesar de incluir
pecadores no seu seio; pois em si mesma não goza de outra vida senão a vida da
graça. Se realmente seus membros se alimentam dessa vida, se santificam; se
dela se afastam, contraem pecados e impurezas espirituais, que impedem o brilho
e a difusão de sua santidade. É por isso que ela sofre e faz penitência por
esses pecados, tendo o poder de livrar deles a seus filhos, pelo Sangue de
Cristo e pelo dom do Espírito Santo” (Credo do Povo de Deus).
“Enquanto Cristo ‘santo, inocente, imaculado’,
não conheceu o pecado, e veio expiar unicamente os pecados do povo, a Igreja,
que reúne em seu seio os pecadores, é ao mesmo tempo santa, e sempre
necessitada de purificação.... A Igreja continua o seu peregrinar entre as
perseguições do mundo e as consolações de Deus, anunciando a paixão e a morte
do Senhor, até que ele venha. No poder do Senhor ressuscitado encontra a força
para vencer, na paciência e na caridade, as próprias aflições e dificuldades,
internas e exteriores, e para revelar ao mundo, com fidelidade, embora entre
sombras, o mistério de Cristo, até que no fim dos tempos ele se manifeste na
plenitude de sua luz” (Lumen Gentium, 8).
Fonte:
Dom Fernando Arêas Rifan