segunda-feira, julho 20, 2020

XVI DOMINGO DO TEMPO COMUM

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O joio e o trigo

Ontem como hoje, continua-se a questionar a origem do mal no mundo. Jesus é muito claro na sua parábola: Deus semeia o bem e o inimigo semeia o mal no meio da plantação do bem. Por que Deus permite o mal? Seria Deus fraco, a ponto de não conseguir impedir que o mal fosse semeado no mundo? Haveria uma força negativa no mundo para semear o mal e destruir a semente semeada por Deus? São interrogações como estas que promoveram o surgimento de teorias sobre a origem do mal no mundo.
Na parábola do joio e do trigo (E), Jesus não explica a origem do mal, mas como se relacionar com o mal; qual deve ser a atitude diante do mal. Basicamente, propõe duas atitudes: conviver com o mal e entender que o mal não tem poder para impedir que a boa semente do bem cresça e produza frutos.
Como na parábola do Domingo passado, do semeador (15DTC-A), o terreno onde é semeada a boa semente é a vida humana, mas também a vida da comunidade, a vida da Igreja, a vida social como um todo. É o modo para entender que o bem e o mal crescem dentro de nós, dentro de nossa comunidade, dentro da Igreja, dentro das famílias... Muitos se arvoram com a mesma proposta dos ceifeiros: arrancar o mal pela raiz. Jesus não concorda porque a colheita não é tarefa nossa, mas de Deus, que recolherá o joio para ser queimado e os frutos do bem para ser guardado no celeiro celeste. O tempo de Jesus foi um tempo de semeadura; semear o Reino evangelizando. O mesmo acontece com o tempo da Igreja: é tempo de semeadura. A colheita pertence ao Pai, que julga com justiça e ensina que o justo deve ser humano (1L), alguém que seja a boa semente do Reino de Deus (E).


O Reino e sua pequenez

O evangelista Mateus tematizou os ensinamentos do Reino de Deus num único capítulo relatando outras duas parábolas, além daquela do joio e do trigo (E). Cada parábola tem um ponto de vista sobre o Reino de Deus com a finalidade de mudar a mentalidade dos ouvintes sobre o Reino de Deus.
Contrariando aqueles que pensavam o Reino de Deus com uma apresentação grandiosa, Jesus diz que o Reino de Deus se encontra na terra de modo pequeno: "como uma semente de mostarda" (E). Assim falava para aqueles que se escandalizavam pela pregação de Jesus não ter provocado mudanças no meio da comunidade. Até mesmo João Batista ficou confuso diante do projeto do Reino pregado por Jesus (Lc 7,19). Jesus ensina que mesmo pequeno, como um grão de mostarda, o Reino cresce com o potencial de uma grande e acolhedora árvore (E).
A segunda comparação de Jesus faz referência ao fermento. Ninguém vê a atividade e a dinâmica do fermento que levada a massa (E). O Reino de Deus não se apresenta com manifestações estupendas; sua dinâmica é escondida, sem visibilidade, mas sempre ativo. O Reino de Deus é fermento com um potencial transformador.
Tais exemplos e comparações não remetem à fraqueza ou debilidade divina, mas evidenciam a paciência de Deus. Como semeador que pacientemente espera os frutos da semente semeada, como quem faz o pão e espera a levedação da massa, assim o Reino de Deus não tem nada de visivelmente poderoso, pois seu poder transformador acontece no coração. Acontece também pela ação do “Espírito que vem em socorro da nossa fraqueza” (2L).