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Considerar
que, nas relações do homem com Deus, é o homem que tem a iniciativa. Pelo
contrário, a vida religiosa está, por assim dizer, acima do "eu":
"Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim." (v. 20). Não
se trata de nenhuma substituição. Paulo não está fazendo antropologia, mas
expondo a sua experiência religiosa. Se
a presença de Deus no homem fosse o resultado de um esforço puramente humano,
"a graça de Deus" seria como que "inútil". A fé é sempre um
dom gratuito. Não há mecanismo catequético ou evangelizador que, por si só,
produza a graça nos crentes. A "graça" é mesmo gratuidade de Deus.
Compete-nos "apenas" acolhê-la e corresponder-lhe.
A
alegoria da videira e dos ramos garante-nos que a promessa da presença de Jesus
no meio de nós está cumprida. Há que "permanecer" n´Ele para produzir
os frutos que Deus espera de nós, ou melhor, permitir ao Espírito, a
"seiva" divina, que produza em nós os seus frutos. Por nós mesmos,
não podemos produzi-los. A obra de Jesus, que culminou na sua morte,
"limpou-nos". No nosso texto é a Palavra que aparece como meio de
purificação. Esta Palavra é a comunicação de Jesus aos seus discípulos através
da sua vida, da sua morte, da sua pessoa. Há que permanecer n´Ele.
Permaneçamos
unidos à videira. O agricultor corta da videira os ramos mortos e aqueles que
não dão frutos. Limpa os sarmentos que dão frutos, para que produzam ainda
mais. «É assim que fará o Pai celeste, diz-nos Nosso Senhor: todo o ramo que
não der fruto em mim, cortá-lo-á; atirá-lo-á para longe de mim, será privado da
seiva que é a graça e cairá na morte espiritual. Mas os que prometem fruto,
podá-los-á, purificá-los-á através de alguma prova e curá-los-á das suas
inclinações depravadas, para que deem ainda mais frutos». «Quanto a vós, dizia
ainda Nosso Senhor, estais todos podados e purificados pelas instruções que vos
dei; mas para que esta purificação se conserve e complete, para que a vossa
fecundidade em obras de salvação se desenvolva, uni-vos sempre mais intimamente
a mim, permanecei em mim e eu, por minha parte, permanecerei em vós. Como o
ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na vinha, se não está
aderente à cepa donde tira a seiva vivificante, assim não podeis produzir nada,
se não permanecerdes em mim». Sim, Senhor, quero permanecer em vós. Sinto que é
a condição da vida, da fecundidade e da felicidade. Quero permanecer em vós
pela fidelidade da minha recordação, da minha ternura e da minha dedicação,
pela conformidade dos meus pensamentos aos vossos pensamentos, dos meus
sentimentos aos vossos sentimentos, das minhas alegrias às vossas alegrias, das
minhas tristezas às vossas tristezas, do meu querer à vossa vontade. Só quero
ter convosco uma existência, um fim, uma felicidade: a glória de Deus, o reino
do Sagrado Coração e a salvação das almas.