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MÁRTIRES
CARMELITAS
17 de julho de 2020
Paróquia São Conrado
Vítimas da hipocrisia e do ódio
disfarçado de “liberdade, igualdade e fraternidade”, elas não tiveram medo de
ser fiéis à verdadeira liberdade
Em
17 de julho, dia seguinte à celebração litúrgica de Nossa Senhora do Carmo, a
Igreja rememora o martírio de 16 religiosas carmelitas durante a Revolução
Francesa. Vítimas do ódio à fé que caracterizava uma parte muito relevante do
assim chamado “iluminismo”, elas foram decapitadas em Compiègne, na França.
A
morte sangrenta provocada pela perseguição contra a fé em Cristo havia sido
profetizada cem anos antes, quando uma religiosa da mesma comunidade tivera uma
visão: todas as freiras do convento, vestidas de branco, seguravam a palma do
martírio.
A “liberdade, igualdade e
fraternidade” revolucionária
Estabelecidas
na região havia quase 150 anos, as carmelitas de Compiègne foram obrigadas,
durante a “democrática” Revolução Francesa, a viver como leigas. Além disso, a
lei revolucionária de 1790 forçava o fechamento do convento, o que acarretou a
redistribuição das freiras em quatro casas separadas. Com muita “liberdade,
igualdade e fraternidade“, as religiosas ainda tiveram que escolher entre
assinar o “juramento revolucionário” ou sofrer a deportação.
Apesar
da extrema hostilidade da qual todos os religiosos da França eram alvo, a
priora carmelita Teresa de Santo Agostinho fomentou entre as irmãs da sua
comunidade a fidelidade aos preceitos da vida conventual, que elas continuaram
a praticar na clandestinidade. Entretanto, algumas denúncias às autoridades
revolucionárias levaram a uma investigação que juntou “provas de vida
conventual”: as carmelitas foram assim acusadas de “complô para restabelecer a
monarquia e extinguir a República”.
As
religiosas que foram presas se negaram a assinar novamente o juramento
revolucionário e, acusadas de “conspiração contra a revolução”, foram amarradas
e levadas a Paris em duas carroças. Na capital francesa, foram trancadas na
prisão da Conciergerie, o que, praticamente, equivalia a uma confirmação da
pena que as esperava: a guilhotina.
As
freiras testemunharam no presídio uma grande firmeza na fé: além de continuarem
rezando, elas ainda celebraram com solenidade a festa de Nossa Senhora do Carmo
em 16 de julho de 1794.
No
dia seguinte, o Tribunal Revolucionário as condenou oficialmente à morte.
À
sombra da guilhotina, as carmelitas cantaram o mais solene dos hinos de ação de
graças da tradição católica, o “Te Deum”. Após renovarem suas promessas e votos
religiosos, foram uma a uma encarar de cabeça erguida o covarde fim material da
sua vida, imposto por revolucionários brutais e homicidas que, com a típica
hipocrisia que marca tais movimentos, se diziam “ilustrados e democráticos”
defensores da “liberdade, igualdade e fraternidade“.
As
16 carmelitas mártires de Compiègne foram beatificadas por São Pio X em 1906.