"Algumas regiões e cidades do Brasil foram especialmente marcadas pela sua ação missionária, como Salvador, São Paulo, Santos e todo o litoral paulista, Rio de Janeiro, Vitória e o todo o estado do Espírito Santo, Porto Seguro e o sul da Bahia...
Sem esquecermos, nem desmerecermos o imenso trabalho missionário realizado aqui, já no século 16, também por outros missionários e ordens religiosas, podemos afirmar, sem medo de errar, que a Igreja e o próprio Brasil devem muito a Anchieta: além de animador de missões já existentes, foi fundador de muitas iniciativas missionárias, educativas e de caridade social. Ele foi um homem de Deus, que, apesar de sua saúde frágil, desempenhou uma atividade dinâmica e eficaz, percorrendo distâncias enormes para assistir a um doente ou para visitar comunidades e missões.
Entre os índios no litoral paulista, ele era conhecido como “o padre que voa”, por causa da agilidade com que se deslocava e se fazia presente em lugares diferentes em pouco tempo. No coração de Anchieta ardia o desejo de levar a luz do Evangelho a todos, consciente de que esse é o caminho bom para cada homem.
É providencial que recebamos a notícia da canonização do padre José de Anchieta no início dessa Quaresma. “Convertei-vos e crede no Evangelho” – este apelo, ouvido na Quarta-feira de Cinzas, nos recorda de que o Cristo, centro do Evangelho, é a referência, a luz, o caminho, a norma para nossa vida humana e religiosa. Por outro lado, que a santidade é a vocação de todos: “Sede santos porque eu, vosso Deus, sou santo”. A santidade de vida consiste na comunhão e na sintonia com Deus e, como consequência, a vida digna deste mundo e no amor, a exemplo de Cristo.
“São” José de Anchieta viveu assim. A Igreja o reconhece oficialmente e propõe a todos que façamos como ele fez. Do nosso jeito, é claro".
“São” José de Anchieta viveu assim. A Igreja o reconhece oficialmente e propõe a todos que façamos como ele fez. Do nosso jeito, é claro".
Cardeal Odilo Pedro Scherer - Arcebispo de São Paulo
O Conselho
Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
convoca todas as Igrejas do país para que toquem os sinos, no dia 3 de abril, às 9 horas da manhã, por ocasião da canonização do beato José de Anchieta.
convoca todas as Igrejas do país para que toquem os sinos, no dia 3 de abril, às 9 horas da manhã, por ocasião da canonização do beato José de Anchieta.
Em carta,
enviada aos bispos, o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB,
Dom Leonardo Steiner, explica que será um “gesto de alegria, gratidão e
comunhão por estar inscrito entre os santos, o Apóstolo do Brasil”.
Durante a 52ª
Assembleia Geral da CNBB, que acontecerá em Aparecida (SP), será celebrada
Missa em ação de graças pela canonização do beato, no dia 4 de maio, às 8h, no
Santuário Nacional de Aparecida.
Celebrações por
onde Anchieta passou
O arcebispo de
São Paulo (SP), Cardeal Odilo Pedro Scherer, convidou o clero da arquidiocese
para acolher a canonização com manifestações de “júbilo e ação de graças a
Deus”, pedindo que os sinos toquem, todos juntos, às 14h, por cinco minutos, ao
menos. No domingo, dia 6, haverá procissão saindo do Pátio do Colégio, às
10h15, em direção à Catedral da Sé, onde será celebrada Missa solene às 11h.
O arcebispo de
São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ), Cardeal Orani João Tempesta, presidirá
uma Missa em ação de graças na Catedral Metropolitana de São Sebastião, no dia
2 de abril, às 18h.
Em Salvador (BA), o arcebispo local e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, celebrará uma Missa, às 18h, na Catedral Basílica.
Em Salvador (BA), o arcebispo local e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, celebrará uma Missa, às 18h, na Catedral Basílica.
Na arquidiocese
de Vitória do Espírito Santo (ES) haverá Missa na catedral metropolitana, às
18h do dia 2, presidida pelo arcebispo local, Dom Luiz Mancilha Vilela. Às 20h,
a comunidade Shalom apresenta o musical “Anchieta para todas as tribos”. No
domingo, dia 6, duas Missas estão marcadas. Às 9h30, na paróquia Beato José de
Anchieta, em Serra (ES), e às 16h, no pátio do Santuário de Anchieta (ES). CNBB
NOTA: DATA DA CANONIZAÇÃO DE JOSÉ DE ANCHIETA - 03/04/2014
NOTA: DATA DA CANONIZAÇÃO DE JOSÉ DE ANCHIETA - 03/04/2014
O Apóstolo do Brasil
"No dia 2 de abril, às 9 horas da manhã, conforme pede a CNBB, os sinos de todas as igrejas do Brasil repicarão em sinal de alegria, gratidão e comunhão, pois nesse dia o Santo Padre o Papa Francisco assina o decreto de canonização do Apóstolo do Brasil, isto é, inscreve no “cânon” (catálogo) dos santos o Padre José de Anchieta, agora São José de Anchieta.
"No dia 2 de abril, às 9 horas da manhã, conforme pede a CNBB, os sinos de todas as igrejas do Brasil repicarão em sinal de alegria, gratidão e comunhão, pois nesse dia o Santo Padre o Papa Francisco assina o decreto de canonização do Apóstolo do Brasil, isto é, inscreve no “cânon” (catálogo) dos santos o Padre José de Anchieta, agora São José de Anchieta.
O “Santo do
Brasil” nasceu na verdade em Tenerife, no arquipélago espanhol das Canárias, em
19 de março de 1534. Tendo recebido uma primorosa educação cristã em sua
família, foi enviado a estudar em Coimbra, onde dividia o seu tempo entre o
estudo e a oração. Sentindo-se chamado por Deus para a vida consagrada e
desejando levar a luz do Evangelho aos que não o conheciam, entrou, aos 17
anos, na Companhia de Jesus, sociedade religiosa missionária recém-fundada por
Santo Inácio de Loyola. Deus o provou com uma grave doença, com fraqueza e
dores em todo o corpo, durante dois anos. Os superiores decidiram enviá-lo ao
Brasil, na esperança de que o bom clima da terra lhe fizesse bem.
Providência divina!
Partiu de Lisboa em 1553, com 19 anos de idade, acompanhando o novo Governador
Geral do Brasil, Duarte da Costa, e alguns outros jesuítas.
Viveu aqui no
Brasil dos 19 aos 63 anos, idade em que morreu, sendo ao longo desses 43 anos o
verdadeiro “Apóstolo do Brasil”, participando da fundação de escolas, igrejas e
cidades, liderando a catequese dos índios, aprendendo perfeitamente a língua
deles e escrevendo a primeira gramática brasileira em tupi. É, junto com o Pe.
Manuel da Nóbrega, o fundador da cidade de São Paulo, tendo estado também no
Rio por ocasião da fundação da cidade, onde dirigiu o Colégio dos Jesuítas.
Preparou alas da escola como enfermaria, criando a Santa Casa do Rio de
Janeiro, sendo, além disso, diretor do Colégio dos Jesuítas em Vitória ES.
A pé ou de
barco, Anchieta viajou pelo Brasil inaugurando missões, catequizando e
instruindo os índios e colonos, consolidando assim o cristianismo e o sistema
de ensino no país, fundando povoados, sendo assim o grande promotor da expansão
e interiorização do país.
Anchieta lutou
para que o Brasil não ficasse dividido entre portugueses e franceses. Quando,
apoiados pelos franceses, os Tamoios se rebelaram contra os portugueses,
Anchieta se ofereceu como refém, enquanto Manuel da Nóbrega negociava a paz.
Ficou cinco meses no cativeiro, resistindo à tentação contra a sua castidade,
pois os índios ofereciam mulheres aos prisioneiros. Para manter a virtude,
Anchieta fez uma promessa a Nossa Senhora de que escreveria um poema em sua
homenagem. Assim, tendo saído são e casto, escreveu na areia de Iperoig (hoje
Ubatuba) os 4.172 versos do célebre “Poema da Virgem”, que, depois, transcreveu
no papel.
Na dedicatória
final do poema, Anchieta, cheio de humildade, exprime o seu desejo do martírio:
“Eis os versos que outrora, ó Mãe Santíssima, te prometi em voto, vendo-me
cercado de feros inimigos. Enquanto entre os Tamoios conjurados, pobre refém,
tratava as suspiradas pazes, tua graça me acolheu em teu materno manto e teu
véu me velou intactos corpo e alma. À inspiração do céu, eu muitas vezes
desejei penar e cruelmente expirar em duros ferros. Mas sofreram merecida
repulsa meus desejos: só a heróis compete tanta glória!”.
Mas Anchieta
sofreu o martírio do apostolado e a dureza da evangelização na pobreza e no desconforto.
Assim ele descreve, em agosto de 1554, em carta a Santo Inácio de Loyola, as
instalações do Colégio de Piratininga, o embrião da cidade de São Paulo e do
sistema educacional brasileiro: “De janeiro até o presente se fez ali uma pobre
casinha feita de torrão e palhas com catorze passos de comprido e doze de
largo, moravam bem apertados os irmãos.
Ali tinham escola, enfermaria,
dormitório, refeitório, cozinha e despensa... As camas eram redes, os
cobertores o fogo. Para mesa usavam folhas de bananas em lugar de
guardanapos... A comida vem dos índios, que nos dão alguma esmola de farinha e
algumas vezes, raramente, alguns peixinhos do rio e, mais raramente ainda,
alguma caça do mato... Todavia não invejamos as espaçosas habitações, pois
Nosso Senhor Jesus Cristo dignou-se morrer na cruz por nós”.
O APÓSTOLO DO
BRASIL - Dom Fernando Arêas Rifan - Bispo da Administração Apostólica
Pessoal São João Maria Vianney
ORAÇÃO
São José de Anchieta, missionário incansável e Apóstolo do Brasil, abençoai a nossa Pátria e a cada um de nós.
Inflamado pelo zelo da glória de
Deus, consumistes a vida na promoção dos indígenas, catequizando, instruindo,
fazendo o bem. Que o legado de vosso exemplo frutifique novos apóstolos e
missionários em nossa terra. Professor e mestre, abençoai nossos jovens,
crianças e educadores. Consolador dos doentes e aflitos, protetor dos pobres e
abandonados, velai por todos aqueles que mais necessitam e sofrem em nossa
sociedade, nem sempre justa, fraterna e cristã. Santificai as famílias e
comunidades, orientando os que regem os destinos do Brasil e do Mundo. Através
de Maria Santíssima, que tanto venerastes na terra, iluminai os nossos
caminhos, hoje e sempre. Amém.
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DIA
02 DE ABRIL
*SÃO FRANCISCO DE PAULA – FUNDADOR DA ORDEM DOS MÍNIMOS (EREMITAS DE SÃO
FRANCISCO).
*9 ANOS DE FALECIMENTO DO BEATO JOÃO PAULO II (CANONIZAÇÃO EM 27 DE
ABRIL DE 2014)
*DIA MUNDIAL DA CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO