A celebração da Semana Santa encontra seu ápice no Tríduo Pascal, que compreende a Quinta-feira Santa, a sexta-feira da paixão e morte do Senhor e a solene Vigília Pascal, no sábado à noite.
Esses três dias formam uma grande celebração da páscoa memorial da paixão, morte e ressurreição de Jesus.
A liturgia da Quinta-feira Santa nos fala do amor, com a cerimônia do Lava-pés, a proclamação do novo mandamento, a instituição do sacerdócio ministerial e a instituição da Eucaristia, em que Jesus se faz nosso alimento, dando-nos seu corpo e sangue. É a manifestação profunda do seu amor por nós.
Homilia de Padre Marcos Belizário Ferreira na Quinta-feira Santa, 2014
Com gestos proféticos da entrega do pão e do vinho, compartilhados por todos, Jesus transforma aquela ceia de despedida numa grande ação sacramental, a mais importante de sua vida, a que melhor resume seu serviço ao reino de Deus, a que ele quer deixar gravada para sempre em seus seguidores.
Que continuem vinculados a ele e que alimentem nele sua esperança. Que o recordem sempre entregue a seu serviço.
Ele continuará sendo “aquele que serve”, aquele que ofereceu sua vida e sua morte por eles, o servo de todos. Assim ele está agora no meio deles naquela ceia e assim quer que recordem sempre.
O pão e a taça de vinho hão de evocar para eles, antes de mais nada, a festa final do reino
de Deus; a entrega desse pão a cada um e a participação na mesma taça lhes trarão à memória a entrega total de Jesus, “por vós”:
De acordo com o relato, Jesus deixa seu lugar e, como escravo, começa a lavar os pés dos discípulos. “Quem quiser ser grande entre vós será vosso servidor; e aquele que quiser ser o primeiro entre vós será escravo de todos”.
estas palavras resumem bem o que foi sua vida a serviço dos pobres, dos enfermos, dos pecadores, dos desprezados, das oprimidas, de todos os necessitados...
Estas palavras expressam o que vai ser agora sua morte: ele “desejou ardentemente” oferecer a todos, em nome de Deus, acolhida, cura, esperança e perdão.
Agora entrega sua vida até à morte, oferecendo a todos a salvação do Pai.
Foi assim a despedida de Jesus que ficou gravada para sempre nas comunidades cristãs.
Seus seguidores não ficarão órfãos; a comunhão com ele não ficará interrompida por sua morte; manter-se-á até que um dia bebam todos juntos a taça de “vinho novo” no reino de Deus.
Não sentirão o vazio de sua ausência: repetindo aquela ceia poderão alimentar-se de sua lembrança e de sua presença.
Ele estará com os seus, sustentando sua esperança eles proclamarão e reproduzirão seu serviço ao reino de Deus até ao reencontro final. De maneira germinal, Jesus está traçando, em sua despedida, as linhas-mestras de seu movimento de seguidores:
uma comunidade alimentada por ele mesmo e dedicada totalmente a abrir caminho para o reino de Deus numa atitude de serviço humilde e fraterno, com a esperança posta no reencontro da festa final.
Além disso, faz Jesus um novo sinal convidando seus discípulos ao serviço fraterno? O evangelho de João diz que, num determinado momento da ceia, Jesus levantou-se da mesa e “pôs-se a lavar os pés dos discípulos”.
De acordo com o relato , ele o fez para dar exemplo a todos e dar-lhes a entender que seus seguidores deveriam viver em atitude de serviço mútuos: “Lavando-vos os pés uns aos outros”.
A cena é provavelmente uma criação do evangelista , mas recolhe de maneira admirável o pensamento de Jesus. O gesto é insólito.
Numa sociedade onde o papel das pessoas e dos grupos está perfeitamente determinado,
é impensável que o comensal de uma refeição festiva, e menos ainda o que preside a mesa, se ponha a realizar esta tarefa humilde reservada a servos e escravos. De acordo com o relato, Jesus deixa seu lugar e, como escravo, começa a lavar os pés dos discípulos. “Quem quiser ser grande entre vós será vosso servidor; e aquele que quiser ser o primeiro entre vós será escravo de todos”.
Jesus o expressa agora plasticamente nesta cena: limpando os pés dos discípulos, está atuando como servo e escravo de todos; dentro de algumas horas morrerá crucificado, um castigo reservado sobretudo a escravos.
Dificilmente se pode pintar uma imagem mais expressiva daquilo que foi sua vida e daquilo que ele quer deixar gravado para sempre em seus seguidores. Repetiu-o muitas vezes:
“Quem quiser ser grande entre vós será vosso servidor; e aquele que quiser ser o primeiro entre vós será escravo de todos”.
Jesus o expressa agora plasticamente nesta cena: limpando os pés dos discípulos, está atuando como servo e escravo de todos; dentro de algumas horas morrerá crucificado, um castigo reservado sobretudo a escravos.
Cf. Pagola, José Antonio, Jesus aproximação histórica, Ed Vozes
"DEUS DE AMOR, NÓS TE ADORAMOS NESTE SACRAMENTO, CORPO E SANGUE QUE FIZESTE NOSSO ALIMENTO. ÉS O DEUS ESCONDIDO, VIVO E VENCEDOR. A TEUS PÉS DEPOSITAMOS TODO NOSSO AMOR"
PARÓQUIA SÃO CONRADO
Estrada da Gávea 904 – São Conrado
Telefone: (21) 3322-0560
Pároco: Pe Marcos Belizário Ferreira
Imagens: Márcio Nogueira
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