A iniciativa
apresenta passos fundamentais para que os eleitores possam fazer uma escolha
mais consciente dos candidatos nas próximas eleições.
O
bispo auxiliar do Rio Dom Pedro Cunha Cruz, que também é o animador e
referencial na
formação dos políticos, afirmou que “os passos elaborados na cartilha são orientações feitas à luz do Evangelho, todas condizentes com a Doutrina Social da Igreja”.
Com o lema “Vote certo, vote bem”, a ação visa que os candidatos escolhidos tenham compromisso com as verdades fundamentais, dentre elas: a valorização da vida, a superação da pobreza, a educação, o saneamento básico, a preocupação com o meio ambiente, entre outras.
VOTAR
EM CANDIDATOS INTERESSADOS APENAS EM ATENDER A PARTIDOS POLÍTICOS OU GRUPOS
ESPECÍFICOS NÃO PODE SER UMA OPÇÃO.
Aqueles que também se enquadram na chamada “Lei da Ficha Limpa”, ou seja, que já responderam judicialmente por algum crime, não devem também receber votos.
“Nós
entendemos o bom governante como aquele que deve governar para todos. Para
exercer a função, os candidatos precisam ter uma conduta honesta e idônea”,
afirmou Dom Pedro.
Pessoas
envolvidas em práticas de corrupção eleitoral, como a compra de votos e o
desvio de verbas públicas, não podem ser consideradas como aptas a exercer um
cargo público.
“O Papa Francisco se expressa bem quando fala do político que se corrompe. Discursando aos
parlamentares italianos no dia 27 de março deste ano, ele afirma que é muito difícil que um corrupto consiga voltar atrás.
A corrupção
pode começar de maneira pequena, mas uma vez que alguém se corrompe, é muito
difícil reconstruir a sua imagem e sua idoneidade”, ressaltou o bispo auxiliar.
CONHECER
BEM OS CANDIDATOS ANTES DE DAR-LHES O VOTO É UMA ATITUDE ESSENCIAL.
É relevante
saber quais são suas ideias, suas condutas, suas filosofias e as dos partidos.
“Precisamos
saber em quem estamos votando. É necessário que o candidato faça também uma
prestação de contas do exercício de seu mandato”, explicou.
Outra
atitude importante é sobre a vivência da identidade cristã. Não deve haver uma
dicotomia entre a vivência da fé e a política. A participação de fiéis neste
meio objetiva não apenas atender a interesses da Igreja, mas também a defesa da
dignidade e da vida humana.
PROPOSTAS DE UM ENSINO RELIGIOSO CONFESSIONAL E PLURAL DEVEM SER
APOIADAS.
“O
aspecto religioso é fundamental na vida de um ser humano, e ele contribui muito
para a estruturação da personalidade e do caráter da pessoa humana.
Por isso é
importantíssimo também escolher candidatos que defendam o ensino religioso, uma
das facetas da natureza humana que não pode jamais ser negligenciada por nenhum
candidato”.
A
defesa da família, a Igreja doméstica, é uma proposta indispensável. “A família
para nós, Igreja, é um dom inigualável e é sempre formada a partir do amor de
Deus.
POR ISSO É IMPORTANTE QUE OS CANDIDATOS NÃO SÓ DEFENDAM A FAMÍLIA, COMO
TAMBÉM QUE ELES ENTENDAM A IDENTIDADE NATURAL DESSA FAMÍLIA NOS PLANOS DE DEUS.
Visualizada, portanto, esta instituição neste prisma, deve-se valorizar também
o sacramento do matrimônio”.
Por
fim, outra notável atitude é a de fazer o acompanhamento político dos
candidatos eleitos. Muitas vezes, antes das eleições, conhecemos toda a filosofia
partidária e as propostas dos candidatos, porém não conseguimos dar sequência a
suas ações políticas e administrativas.
A CONSCIÊNCIA EM RELAÇÃO AO VOTO AUXILIA NA DEFINIÇÃO POLÍTICA DO NOSSO
PAÍS.
Por isso é tão importante valorizar essa ação de cidadania. Assim, a Igreja Católica, sobretudo o Regional Leste 1, estimula o debate entre vários candidatos e valoriza àqueles que apresentam propostas políticas condizentes tanto com a sociedade civil quanto com a defesa dos interesses de todo o povo cristão.
RECOMENDAÇÕES DA CNBB PARA AS ELEIÇÕES
RECOMENDAÇÕES DA CNBB PARA AS ELEIÇÕES
SOMOS RESPONSÁVEIS PELO FUTURO DO NOSSO PAÍS.
1. Votar é um exercício importante de cidadania; por isso, não deixe de
participar das eleições. Seu voto contribui para definir a vida
política de nosso país.
2. Verifique se
os candidatos estão comprometidos com a superação da pobreza, com a educação,
saúde, moradia, saneamento básico, respeito à vida e ao meio ambiente.
3. Veja se seus
candidatos estão comprometidos com a justiça, segurança, combate à violência,
dignidade da pessoa, respeito pleno pela vida humana desde a sua concepção até
a morte natural.
4. Observe se os
candidatos representam o interesse apenas de seu grupo ou partido e se
pretendem promover políticas que beneficiam a todos. O bom governante governa
para todos.
5. Dê o seu voto
apenas a candidatos com “ficha limpa”. O homem público deve ter honestidade
(idoneidade moral).
6. Fique atento
à prática de corrupção eleitoral, ao abuso de poder econômico, à compra de
votos. Voto não é mercadoria.
7. Procure
conhecer os candidatos, sua conduta, suas ideias e seus partidos. Voto não é
troca de favores.
8. Vote em
candidatos que respeitem a liberdade religiosa e de consciência, garantindo o
ensino religioso confessional e plural.
9. Escolha
candidatos que promovam e defendam a família, segundo sua identidade natural
conforme o plano de Deus.
10. Acompanhe os
políticos depois das eleições, para cobrar deles o cumprimento das promessas de
campanha e apoiar suas ações políticas e administrativas.
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