sexta-feira, agosto 14, 2015

MISSÃO POPULAR - EDIFÍCIO CONRADO NIEMEYER


“NÃO É SÓ A IGREJA QUE É CHAMADA A SER IMAGEM DO DEUS UNO EM TRÊS PESSOAS, MAS TAMBÉM A FAMÍLIA FUNDADA NO MATRIMÔNIO ENTRE O HOMEM E A MULHER”. Papa Emérito Bento XVI - VII Encontro  Mundial das Famílias 06/2012-  Milão - Itália.
 “Deus criou o ser humano, homem e mulher, com igual dignidade, mas também com características próprias e complementares, para que os dois fossem dom um para o outro, se valorizassem reciprocamente e realizassem uma comunidade de amor e de vida.” 
De acordo com o papa, por meio do casamento, os esposos doam suas vidas inteiras e com a mesma generosidade devem receber os filhos.
 Enquanto aos pais cabe educá-los com “cuidado e sabedoria”, aos filhos cabe o respeito aos genitores. “Sabei manter sempre uma relação de profundo afeto e solícito cuidado com os vossos pais, e as relações entre irmãos e irmãs sejam também oportunidade para crescer no amor”.
 TRABALHO E FAMÍLIA – Nesse contexto, segundo Bento XVI, é preciso harmonizar os momentos de trabalho e de festa, não deixando a família de lado. 
Em um mundo que funciona em ritmo acelerado e no qual o trabalho consome a jornada dos chefes de família, o papa pediu que o descanso seja valorizado – especialmente aos domingos. “O projeto de Deus e a própria experiência mostram que não é a lógica unilateral do próprio bem e do máximo lucro aquela capaz de nos conduzir a um desenvolvimento harmonioso, ao bem da família e a edificar uma sociedade mais justa.”
 IGREJA E FAMÍLIA – Um outro aspecto destacado por Bento XVI ao longo de seu pontificado foram as relações entre Igreja e família. O Santo Padre reconstruiu a ideia de que a Igreja é uma família; e a família uma Igreja. 
A comunidade eclesial deve se reunir como uma família em torno da mesma mesa, isto é, no Sacramento da Eucaristia. 
Sendo assim, a Igreja e seus membros seriam uma grande “família de Deus”. “Está-nos confiada a tarefa de construir comunidades eclesiais que sejam cada vez mais família, capazes de refletir a beleza da Trindade e evangelizar não só com a Palavra, mas – diria eu – por ‘irradiação’, com a força do amor vivido”, declarou. 
 Da mesma forma, a família deve ser conduzida como uma “Igreja doméstica”, de acordo com Bento XVI. Em missa celebrada no Vaticano com os organizadores do VI Encontro Mundial das Famílias, que ocorreu na Cidade do México, no México, Bento XVI afirmou: “As famílias cristãs com a sua vida doméstica, simples e alegre, partilhando no dia a dia as alegrias, esperanças e preocupações, vividas à luz da fé, são escolas de obediência e âmbito de verdadeira liberdade”. Recordou ser essencial uma “comunhão íntima com Deus” no contexto familiar. 
 TRANSMISSÃO DA FÉ – A família deve ser também o primeiro ambiente para a formação de cada cristão na fé, de acordo com o papa Bento XVI. “Sem dúvida os pais cristãos são chamados a dar um testemunho crível da sua fé e esperança cristã”, exortou em Valência, na Espanha, durante o V Encontro Mundial das Famílias. “Devem preocupar-se para que o chamado de Deus e a Boa Nova de Cristo chegue aos seus filhos com a maior clareza e autenticidade.” 


O sucessor do apóstolo Pedro reiterou conceitos apresentados já por João Paulo II na exortação apostólica Familiaris Consortio (1981). Entre eles, o estímulo aos pais para que ensinem os filhos a rezar e ler a Bíblia, apresentando os filhos aos sacramentos e acompanhando-os dentro da comunidade cristã, para que os filhos possam reconhecer “o sentido profundo da própria existência e se sintam alegres e gratos por isso”. “Assim como os pais acompanham os primeiros passos dos filhos neste mundo, são convidados a conduzi-los na iniciação cristã”, diz Bento XVI. 
 
PAPEL DO ESTADO – Estado tem de defender as famílias. “Um autêntico progresso da sociedade não poderá prescindir de políticas de tutela e promoção do matrimônio e da comunidade que dele deriva, políticas que cabem não só aos Estados, mas às próprias comunidades internacionais”, afirmou em um congresso com 120 políticos cristãos, em 2012. “O respeito à vida em todas as suas fases, da concepção até seu fim natural, é um compromisso que se entrelaça com aquele do matrimônio, como união indissolúvel entre um homem e uma mulher e como fundamento, por sua vez, da comunidade familiar.”

RV

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